18. Rancor Ancorado

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Era um fim de tarde comum, céu avermelhado, forte brisa batia nos cabelos de Anne que voavam enquanto a mesma passeava nas redondezas do parque local. Seu filho Ben ansiava pelos passeios, pois os adorava. Rodeado por belas árvores e um lago famoso, todos que passavam ali se encantam.

Ela observava as folhas desgarrando os ramos e afastando-se aos poucos do tronco, caindo sobre as águas inquietas do lago que transpareciam algo, por enquanto, um mistério.

Um minuto de descuido para o pequeno sair da vista de sua mãe, ela sem pensar duas vezes vai procurá-lo em meio as árvores e arbustos, chegando rapidamente à entrada do parque, que para a sua surpresa está fechado por conta de um acidente nas proximidades. Ignorando o aviso, e pensando somente que o menino poderia ter entrado ali, ela pula a catraca, invadindo o local, totalmente vazio e mais sombrio do que podia imaginar, ao dar alguns passos escuta um som similar ao de uma risada de Ben.

Começara a escurecer e tudo que resta é a iluminação local, que é falha. A jovem culpa-se a todo momento por não ser uma boa mãe e por ter gerado um filho tão cedo, mas insiste em procurá-lo como forma de conforto e espera o encontrar.

Logo olha para trás e vê um vulto que aparenta ser de uma pessoa, que se aproxima aos poucos, ela ficou com medo e começou a correr desesperadamente pelo parque, no meio do caminho, ouve o choro de Ben. Ao olhar para o lado, direção de onde vinha o som, ela acaba tropeçando em uma pedra e cai em cima de um corpo que já estava desfalecido ali no parque. Muito molhado e possivelmente afogado, ela se levanta, encosta levemente no ombro do corpo e o vira, revelando ser da criança.

Contudo, ela se levanta e começa a chorar amarguradamente, se abaixa novamente e tenta o pegá-lo no colo de todas as maneiras, mas não é possível, pois a neblina barrava sua visão, fazendo-a não perceber que o corpo não estava mais ali, batendo os dedos contra o chão e gerando leves lesões que machucaram tanto ao ponto dela começar a gritar de dor.

Com os dedos a sangrar, ela põe a mão nos bolsos procurando seu medicamento antidepressivo, que lembrou que havia guardado para uma possível alucinação que poderia ter. Ela o engoliu seco, sem uma gota de água, logo isso, se deita no chão e fecha os olhos para se acalmar.

Em seguida, num momento de lucidez, percebe que não estava no parque fisicamente, ela se levanta e percebe que estava no quintal de casa, e tudo não passou de um mergulho nas suas memórias, nas mágoas e nos medos que tinha, estava mais uma vez perdida no universo das alucinações causadas pelo rancor de ter matado afogado seu único filho.

- Juliane Andrade
&
- vikfrance_art

502 palavras

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