💙Capítulo: 1💙

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Apesar do meu rosto aparentar ser de um jovem, por sorte não pareço ter 40 anos de idade. Nunca me casei. Sou um dominador nato. Trago tudo sob o meu controle. Não apenas nas questões de trabalho, mas nos meus relacionamentos afetivos também. Exerço um domínio enorme sobre as mulheres. Todas dizem que só o meu olhar já as intimida por completo, despindo- as de cima a baixo.

Levo uma vida obscura. Escolhi ser assim. Acabei aprendendo e me tornando este tipo de homem. Na época gostei, fiquei fascinado por tudo que vi e entrei neste mundo, mas às vezes, eu sinto muita solidão.

Com 18 anos fui ao Club The Lord, com amigos que bebiam comigo nos bares que eu frequentava. Lá, conheci Verônica Castro. Ela tinha tinha 36 anos. Era linda e fascinante. Esta mulher me dominou por completo, fazendo de mim um brinquedo para os seus prazeres sexuais. Foi me introduzindo nessa onda de sadismo e dominação, e tudo que eu sou hoje devo à ela.

Não posso dizer que foi ruim, eu gostei demais. Só que esse tipo de relacionamento mudou minha vida completamente, tornando-me um homem solitário. Ela ficou comigo durante cinco anos. Ainda nos falamos. Hoje, menos que antes. Verônica é minha amiga e confidente. Não existe mais nada entre nós. Somente amizade, mesmo.

Sinto-me um homem vazio. As mulheres dizem que sou atraente e as faço delirar só com o olhar, mesmo tendo a idade que tenho. Não sei o que é amor e romance, essas coisas que um homem e uma mulher vivem naturalmente. Meus gostos são peculiares e não agradam as mulheres em geral, apenas uma parte delas. Por isso tenho sempre que procurar aquelas que estão dispostas a fazerem minhas vontades e desejos mais insanos.

Claro que para mim isso é bem fácil, pois sou muito rico e, certas mulheres adoram ser minhas, não somente por prazer, mas pelo dinheiro que eu dou à elas. Trato-as muito bem. Elas têm de tudo, desde que me obedeçam e sigam o meu comando.

Assim, tenho vivido entre o meu trabalho e essa coisa louca de dominar. Já fiquei com muitas mulheres. Podemos até dizer, que foram minhas verdadeiras escravas.

Parece tudo muito bonito e colorido, mas não é. Muitas vezes paro para pensar e sinto que está tudo errado. Minha vida é diferente de todas que vejo. Meus amigos íntimos não sabem, nem a minha família, se é que posso chamar de família. Por isso estou sempre meio afastado de todos.

Não sei fazer amor. Sei foder, coisa bem diferente. Não sou homem de flores e presentinhos. Não namoro e não divido minha cama com nenhuma mulher. Também não saio para passear como os casais normais. Não vou à cinema, teatro, barzinhos e tudo mais, acompanhado de nenhuma mulher.

Trago uma revolta dentro de mim muito grande. Não tive uma infância normal como as outras crianças, ao contrário, meu início de vida foi muito sofrido. Estas marcas doem, não só no meu corpo, mas na minha alma, o que me faz ser assim tão diferente, e porque não dizer, amargo.

Não deixo que me toquem e que me façam carinho, pois tudo ainda é muito vivo na minha mente. Me tocar, significa um tipo de agressão. Apesar de todo o dinheiro que tenho e as mulheres aos meus pés, a solidão me invade, tornando-me intimidador, mandão, e acabo afastando de mim as pessoas que realmente me amam, se é que tem alguém que me ama além de Verônica.

Não passo dos limites com as mulheres que transo. Vou somente até onde elas conseguem fazer. Mesmo assim, com todas estas facilidades que tenho, eu continuo a gritar dentro de mim, pois vivo num transtorno total comigo mesmo. Não esqueço o que passei e sinto-me destruído por dentro.

Quando isso acontece, minhas submissas levam palmadas, assim desconto nelas minha ira, meus medos e minhas frustrações.

Meus pais não se dão nada bem. Nunca se deram! Todos os dias eram brigas, xingamentos horríveis, atacavam objetos, e... Nem gosto de me lembrar. Eu ficava na minha cama, embaixo do cobertor, tapando os ouvidos para não ter que ouvir nada, mas não adiantava, o barulho era muito grande. No dia seguinte, minha mãe estava destruída de tanto beber. Meu pai emburrado, tomava café e ia ao trabalho. Um perfeito babaca.

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