💙Capítulo: 5💙

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Eu estava totalmente entregue ao nada. Perdi a vontade de tudo. Perdi-me de mim mesmo. Estirado naquela poltrona e ouvindo uma música atrás da outra. Só melodias melancólicas, pois era o gênero que mais fazia sentido em minha vida, principalmente agora, sem Vitória.

Não conseguia acreditar que em apenas um minuto eu a perdi. Uma mulher maravilhosa de corpo e alma se foi, e eu nem ao menos lutei, não fiz nada. Deixei-a sair daqui, assim, tão fácil! Como eu pude ser tão imbecil? Eu poderia ter falado melhor com ela, explicado a situação, mas não tive forças. Na hora, meu lado dominador falou primeiro.

É isso que dá, achar que vai ficar a vida toda no comando. Aparece uma situação dessas e não sei como agir, acostumado a ter tudo e todas aos meus pés.

"É, Daniel, viu só? Dessa vez te pegaram e feio! Pensei com os meus botões."

Eu tinha que fazer algo, não podia ficar ali para sempre, mesmo porque, eu também teria que continuar meu trabalho. Trabalho! Nem tinha cabeça para aguentar reuniões, assinar papéis e ver tantos livros na minha frente. Pensando bem, nem vou. Levantei, peguei o telefone e fui logo avisando minha secretária para cancelar tudo, pois não estava bem, só iria no outro dia.

Eu precisava de um banho e um chá, para colocar os pensamentos em ordem e começar a tomar algumas providências que poderiam trazer Vitória de volta. Fiquei embaixo do chuveiro bem quente, com a água escorrendo pelo meu corpo e lembrei-me das mãos dela em mim. Suaves e delicadas, acariciando-me por inteiro.

Ela tinha um jeito especial de me excitar e não precisava muito. Quando tocava em minha pele, a sensação que eu tinha era como pequenos choques que percorriam as partes do meu corpo numa corrente só!

Sentei no chão e deixei a água cair sobre mim, pensando em cada detalhe de tudo o que houve entre nós, que não saía da minha cabeça. Seus beijos molhados sugando minha língua. Seu abraço e seus olhos brilhantes, mostrando-me todo o seu prazer. Seus cabelos perfumados... Nossa, que vontade de tê-la em meus braços!

Nesses devaneios, fui ficando cada vez mais excitado, como se ela estivesse comigo. Ela não teria como escapar, pois trabalhava para mim. A noite nem consegui dormir direito. Era um sono agitado, acordava de hora em hora e foi assim até o amanhecer.

Levantei-me da cama, me arrumei e fui à editora resolver tudo o que ficou atrasado pela minha falta. Meu coração estava palpitando. Eu parecia um menino no primeiro encontro que deu errado. Ao mesmo tempo, tinha medo de olhar para ela e ouvir o que eu não queria, mas eu tinha que tentar.

Na hora do almoço, fui até lá e fiquei na porta, meio que escondido, para pegá-la de surpresa quando ela saísse para almoçar. Meu coração estava a mil quando a vi sair. Imediatamente peguei-a pelo braço e a puxei para mim. Ela levou um susto e com razão. Deu um leve grito, mas não conseguiu se desvencilhar. Apertei-a junto ao meu corpo, olhei bem dentro dos seus olhos e falei:

-- Vitória, por favor, vamos só conversar! Só conversar. Prometo não te tocar. Você só vai me ouvir. Por favor, estou te pedindo! Sei que eu errei, mas me dê a chance de explicar melhor a minha vida.

Ela ficou me olhando com a respiração ofegante e não sabia o que me dizer. Eu continuei:

-- Por favor, eu sinto sua falta como nunca senti de nenhuma mulher, antes! Deixe-me pelo menos falar com você. Vamos tomar um café?

-- Está bem, Daniel, vamos conversar. Acho que as coisas também não podem ficar assim.

Eu dei um suspiro de alívio e Vitória suspirou também. Fomos na Kofi. Não tinha lugar melhor e mais aconchegante para fazer as pazes. Fiz o pedido. Ela meio trêmula, pois era uma situação delicada, apoderou-se da conversa:

-- Pois bem, Sr. LeBlanc, pode começar!

-- Vitória, preste atenção. Eu sempre fui dominador, não vou esconder mais nada. Foi assim que aprendi a fazer amor. Tenho fotos como aquelas que você viu. Eram as mulheres que dispunham-se a ficar comigo e me obedecer, fazendo tudo o que eu queria, mas dentro de certos limites.

Nunca castiguei mulher alguma, todas faziam apenas o que estavam com vontade, o que gostavam e o que aguentavam. Depois eu ficava vendo as fotos. Isto me excitava muito. Parece uma grande besteira, mas para mim era importante ver o meu poder registrado ali, naquelas fotos.

-- Por sinal, muito nojentas! -- Ela chutou o balde!
-- Sim, podemos dizer que sim, como você viu.

Nunca humilhei nenhuma delas e nem as machuquei. Como já te expliquei, fazíamos tudo dentro do que elas aceitavam fazer e dentro das regras do The Lord, a casa que eu frequentava... Quer dizer... Frequento. Quando te vi, foi diferente. Eu gostei de você para ser minha. Não para fazer tudo aquilo, pois logo vi que você era especial, além de ser minha funcionária.

Eu quero você para mim, mas não como minha submissa. Infelizmente esqueci aquelas malditas fotos lá na gaveta. Você acabou encontrando e deu no que deu. Perdoe-me, Vitória, por favor! Você começou a dar um sentido novo para minha vida! Ela bem nervosa abaixou a cabeça e começou a chorar.

-- E se eu não as encontrasse, quando iria me contar? Você ficaria comigo e com aquelas outras?
-- Não, claro que não! Eu ia contar, mas o medo... Tive medo de ficar sem você. Agora acho até... Que foi bom você ter encontrado, assim podemos resolver isso de uma vez por todas!
-- Também gostei do Sr... Ou seja, você. Fiquei sem ação quando encontrei tudo aquilo. Minha vontade foi de sumir da sua casa.

Fiquei com medo de você. Um medo enorme se apoderou de mim e não tive outra reação, a não ser sair correndo como uma louca. Sei que eu deveria pelo menos ter te ouvido, mas naquela hora, não consegui fazer outra coisa.

-- Eu entendo, minha flor, isso não é fácil para uma mulher do seu feitio. Eu só queria dizer, que jamais faria aquilo tudo com você. Tanto é, que te levei para minha casa e nunca falei nada disso, porque na verdade, sinto vergonha de mim mesmo. A vida que eu levo não é normal. É uma vida devassa e você me mostrou que eu posso amar e ser diferente. Que eu posso fazer amor e não foder uma mulher assim à toa, sem sentimentos.

-- Sim, Daniel, eu entendi, ficou bem claro. Só resta saber se tudo isso que você está falando é verdadeiro. Como vai ficar sua vida daqui para frente? Como vou confiar em você? Como vou saber se daqui um tempo, você não irá me trocar por uma daquelas que você usa dessa forma absurda?

-- Vitória, isso só o tempo vai dizer. Dê-me a chance de provar que eu posso mudar.

-- Daniel, você acha que vai mudar de um dia para o outro?
-- Sei que foi muito rápido entre nós, mas eu já não fui lá há três dias. Minha intenção é ficar com você e abandonar aquele lugar.

-- É difícil confiar num homem que leva esta vida há tanto tempo, Daniel! Eu... Não sei o que dizer. Estava me sentindo vazia e sem ânimo para nada, sem você, mas daí acreditar que não vai mais lá, é complicado!
-- Sim, eu entendo perfeitamente. No seu lugar pensaria e sentiria o mesmo. Então, o que me diz? Você quer tentar e me dar esta chance? Por favor!
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 Então, o que me diz? Você quer tentar e me dar esta chance? Por favor!*******************

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O que será que Vitória vai dizer para Daniel? Vai perdoá-lo?

Até o próximo capítulo!💙

Beijos. Autora Eleine Mendes💙

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