💙Capítulo: 22💙

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Continuei olhando para o pacote e para o envelope, com um café duplo ao meu lado. Eu tinha certeza que não era boa coisa. Mas como saber se eu não abrisse? Aposto tudo, como deve ser mais amargo que o café que eu estou tomando!

Respirei e já me preparei para o pior. Abri o envelope e ao me deparar com o recado, exalou um perfume que eu já imaginava de quem era. Comecei a ler.

Oi, Daniel...

"Você realmente está mudado! Nem parece mais o homem sedutor e o tal dominador que prometia ser. Pela sua cara, quem manda em sua casa é a sua mulher! Você parece ser apenas um pau mandado. Ela deve fazer e desfazer de você como quer e quando quer. Você pelo que parece, deve ficar a mercê, ao seu bel prazer, como um brinquedo, que logo ela vai enjoar e abandonar.

Não vou perguntar se você trança os seus cabelos, claro, mas deve ficar ajoelhado na porta, como um bebê chorão, implorando por um chicote, acertei?
Que pena, poderíamos continuar sendo uma dupla e tanto. Mas você prefere ser capacho dela. Pois bem, fique nessa. Um dia você vai se arrepender de ter desperdiçado seu tempo com uma mulher só. Poderia ter sido muito mais feliz festejando por aí, nessas casas de orgias que tanto adorávamos.

Sendo assim, resolvi enviar um presentinho novo, pois o seu deve estar bem gasto. Bom proveito, meu bem!"

Verônica...

Terminei de ler e já estava espumando pela boca, tendo um surto. Rasguei o papel em mil pedaços.

"VAGABUNDA! Ela não perde por esperar! Vai ver só!"

Cancelei todos os compromissos do dia. Aliás, ultimamente, eu estava cancelando tudo! Só faltava fechar a editora. Fiquei possesso! Como ela pôde se referir a minha mulher dessa forma? Vitória não é assim. Eu a amo e ela pode brincar comigo o quanto quiser. Eu gosto e faço por amor!

Era hora de abrir o pacote. Não seria surpresa nenhuma o que teria dentro da caixa. Eu já podia imaginar! Rasguei o papel, abri, e tive vontade de esmurrar a parede, como se fosse a cara dela.

"CRETINA! DESCARADA! OLHA SÓ ISSO!"

Na mesma hora liguei para Rony, que imediatamente veio até a minha sala.

-- Rony, por favor, descubra já, onde mora esta pessoa, pois não deve estar morando no mesmo lugar de quando a conheci.

Ele era meu motorista, mas também investigador, e dos bons! Dei a ele um papel com o nome dela e não seria difícil descobrir, já que conseguíamos rastrear tudo. Fiquei com o objeto nas mãos, aguardando o endereço. Ele era muito bom nisso e eu tinha certeza que não demoraria a encontrar onde essa vadia morava. Como eu pude ter me apaixonado por uma mulher desse tipo?

Enquanto esperava, liguei para Vitória, dizendo que a conversa seria em casa, pois eu estava resolvendo algo muito importante. Ela entendeu na hora. Confiava em mim, não existiam segredos entre nós, eu iria revelar tudo, mais tarde.

Depois de trinta minutos exatos, eu estava com o endereço em mãos. Antes, eu liguei para Verônica. Não ia aparecer assim, do nada, ela poderia desconfiar e eu queria pegá-la de jeito, fazer com que ela achasse mesmo que eu estava arrependido. Peguei o celular e liguei. Ela, a ordinária mesma, atendeu:

-- Alô!

-- Verônica?

-- Sim. Quem deseja?

-- Não está reconhecendo a minha voz?

-- Daniel?

-- Sim, eu mesmo!

-- Nossa, eu não esperava a sua ligação! Gostou do presente?

DomínioWhere stories live. Discover now