💙Capítulo: 10💙

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No caminho para casa, meu celular vibrou. Era Clarisse.
-- Oi maninho, tudo bem?
-- Tudo ótimo! E você maninha, como está?
-- Bem, mas precisando de um favorzinho seu.
-- Ah, eu sabia! Fale logo!
-- Meu carro quebrou, estou aqui na oficina. Preciso que me dê uma carona até a casa de Vitória, minha amiga da faculdade. Preciso saber como ela está. Por falar nela, Vitória trabalha na sua editora. Olha que coincidência!

Eu gelei, mas fingi nada saber.
-- É mesmo? Que mundo pequeno, não é?
-- Sim, verdade. Estou te esperando. Sabe onde é?
-- Sim, claro! Já estou indo!

Chegando à oficina, eu desci para acertar as contas, pois eu sabia que era isso que Clarisse queria. Não trabalhava, só estudava, estando sem dinheiro sempre. O que os meus pais davam e o meu, gastava tudo em roupas, sapatos e acessórios. Enquanto eu falava com os funcionários, ela foi para o meu carro. O dela só ficaria pronto no outro dia.

Ela não me viu chegar, mas eu a peguei mexendo no meu celular. Espero que não tenha visto a última mensagem que recebi. Que saco de garota bisbilhoteira! Eu deixei o celular sem senha, burrice a minha! Eu parecia velho diante da modernidade. Graças à Deus cheguei a tempo de tirar o aparelho das mãos dela!

-- Clarisse, por acaso eu mexo nas suas coisas?
-- Desculpa, irmãozinho, foi sem querer!
-- Está certo, me engana que eu gosto! Acha que eu sou bobo, agora? Alguém mexe nas coisas do outro sem querer?
-- Foi mal, desculpa, não faço mais isso!
-- Assim espero!

Parei o carro em frente à casa de Vitória e não acreditei, ela estava no portão. Meu coração palpitou forte. Vontade de tirá-la de lá e levá-la comigo. Não pudemos nos falar por causa da minha irmã, mas ela sorriu. O sorriso mais lindo do mundo. Eu babei! Sei que ela ia contar à Clarisse com jeito, pois eu não sabia fazer estas coisas. Espero que Clarisse reagisse bem ao nosso caso, ou namoro, não sei!

Elas entraram e eu fui embora com o coração partido por deixá-la, e por outra coisa. Recebi uma ligação de Verônica, pouco antes de Clarisse ligar. Disse que ia ter uma festa no The Lord. Ia ser de arromba e todos estariam lá me esperando.

Isso me aguçou até a alma! Eu sabia que a transa com Vitória traria consequências, meu passado viria à tona de uma forma forte, como se fosse uma droga, e se eu não fosse, morreria de abstinência.

Cheguei naquele lugar que eu frequentava há tantos anos e meu coração estava explodindo. Parecia ser o meu lar. Eu me sentia em casa e bem acolhido, como não fui na minha, com os meus pais.

Fiquei parado por um tempo, pensando em Vitória. Ela não merecia isso, mas... Meu sangue fervia... Meu instinto de dominador falava mais alto. Dei as chaves do carro ao manobrista e entrei, meio dividido, mas um ímã me puxava para dentro. A casa estava toda enfeitada, e era a hora do open bar. Encontrava-se lotada e bem escura, com arandelas somente em pontos estratégicos.

Verônica e outros amigos vieram me receber. Senti-me como antes. O Senhor do Controle! Comecei a beber e esqueci de tudo, não via mais nada à minha frente. Meu sangue fervia nas veias. Percorri os corredores, e como gostava de ouvir os gritos de homens e mulheres sendo espancados e pedindo por mais. Por um tempo, envolvido naquele êxtase, esqueci de Vitória.

Já tinha bebido o suficiente para pegar uma mulher e fazer tudo que não fiz estes dias. Nem foi preciso procurar. Verônica apareceu na minha frente e como sempre fazia, mostrou-se carente, numa linda roupa de couro preta, provocante, com correntes e piercings prateados, doida por mim, levando- me a uma das salas. Eu já estava alto, e fui aos poucos entrando neste mundo novamente. A tortura era uma das minhas atividades favoritas, me enchia de um tesão furioso.

-- Adoro isso em você, Daniel. Seu poder, ser sua e essa sensação de posse que você tem sobre mim. -- Verônica disse, num tom de voz maquiavélico.
-- Você está muito convidativa a receber palmadas e muitas outras coisas.
-- Pois bem, sou sua esta noite, pode me usar o quanto quiser!

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