💙Capítulo: 18💙

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Vitória entrou numa sala com a Dra. e não saía mais de lá. Eu e Frances já estávamos preocupados. Eu deitei a cabeça entre os meus joelhos já desnorteado, quando de repente a sala se abriu e a Dra. Alice me chamou:
-- Por favor, Sr. LeBlanc, entre, pois precisamos conversar.

Assim que entrei, Vitória estava deitada numa espécie de maca. Ela olhou para mim e vi lágrimas em seus olhos. Algo não estava bem. Segurei em sua mão para lhe passar calma, pois pelo jeito, ela estava precisando muito naquela hora.

Ela me olhou de uma maneira que eu jamais vou esquecer, e me disse com a voz embargada:
-- Desculpa, amor. Eu te amo!

Eu, segurando a sua mão, dei-lhe um beijo terno na testa, olhei para a médica e depois disse, já nervoso:
-- Calma, Vitória, não vamos fazer um estardalhaço por causa de um simples camarão, logo hoje que ficamos noivos!

A Dra. me olhou com um semblante expressivo e retrucou:
-- Que bom que vocês ficaram noivos, meus parabéns, porque o camarão de Vitória nasce daqui há seis meses! Não sei como ela não desconfiou.

Eu fiquei perplexo, sem palavras, e...
-- Como assim, nasce daqui há seis meses, não estou entendendo...
-- Sr. LeBlanc, Vitória, sua noiva, está grávida de três meses!
-- Grávida?
-- Sim, grávida! Algo aconteceu, vocês não tomaram as devidas providências e agora...

Eu olhei para Vitória suando frio, larguei suas mãos e passei-as em meus cabelos, sem saber o que falar. A médica ficou parada esperando uma reação qualquer, para tomar as medidas necessárias e nenhum de nós dois falava nada.

-- Bom, eu não posso ficar a noite inteira com vocês! Tenho outros pacientes para atender. Como preferem fazer? Vão resolver como?

Eu achei melhor me posicionar. Vitória dava pena. Sem cor, ofegante, e...
-- Vitória, minha flor, como isso aconteceu? Você não viu que sua menstruação estava atrasada?
-- Não... É... Que... Não menstruo todos os meses. Sempre foi assim. Às vezes eu ficava até quatro meses sem menstruar.
-- E o preservativo? Nunca deixamos de usar? E a pílula?

Neste instante a Dra. nos interrompeu e falou:
-- Vitória, vou colocar você no soro, porque está muito fraca. Vou adicionar um remédio para o enjoo, também. Enquanto isso, você explica a situação para o seu noivo.

Saímos da sala e Vitória ficou numa cadeira reclinável. A enfermeira logo veio medicá-la e a Dra. foi atender os outros pacientes, pois o salão estava cheio.

A sós, Vitória continuou explicando:
-- Então... Daniel... Lá na praia não usamos nada, se lembra?
-- É mesmo, mas eu achei que na água...
-- Sim, amor, mas você gozou lá dentro. Foi o suficiente. E quanto as pílulas, foi erro meu, esqueci duas... Por favor, me perdoa! Juro que não fiz de propósito! Você me conhece, sou honesta, não faria isso com você. Nunca!
-- Eu sei, flor, eu sei. Fique calma. Agora você precisa ficar tranquila, e tem motivos para se cuidar melhor.

Frances nos abraçou, nos dando os parabéns, e eu olhava a tudo sem ação e sem noção. Eu, pai? Meu Deus, será que isso está mesmo, acontecendo? Vitória estava paralizada de medo.

Frances foi ficar lá fora, deixando-nos a sós. Vitória me olhou chorando e tentou perguntar:
-- E agora, Daniel? Você ainda quer se casar comigo? Você não está achando que eu fiquei noiva, para depois dar o golpe, não é? Eu mesma não sabia, eu pensei que fosse o camarão, mesmo.

Eu sorri, peguei em suas mãos e beijei-as com muito carinho.
-- Que camarão, heim, minha flor? Que surpresa!
-- O que você tem a me dizer? -- Ela perguntou aflita.
-- Tenho a dizer que te amo ainda mais! Mais que tudo, e vou amar esta criança com todo amor do mundo. Ser para ela o que os meus pais não foram para mim!

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