Want Sex?

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Arizona pov's:

O sofrimento de uma pessoa não pode ser medido, pois não é como se pudesse ser pesado por gramas ou quilos. Também não pode ser comparado, pois cada ser humano sente, absorve e demonstra seu pesar de uma maneira particular só seu.

Desde criança, na maioria das vezes demonstrei medo e fraqueza. Sempre chorei por tudo, e se caísse e se machucasse então, corria para os braços da minha mãe e recebia todo o seu carinho em seus abraços e beijos.

Posso dizer que fui uma menina muito amada e uma adolescente bem preparada para a vida.

Amadureci precocemente e acredito que as principais causas foram: o falecimento precoce do meu pai, às dificuldades financeiras que eu e minha família vem enfrentando desde o falecimento dele, bem como a doença da minha vó e agora a doença da minha mãe.

Apesar de eu ter crescido sem uma presença paterna, não tenho traumas nem carências graças a minha mãe e a minha vó que sempre souberam suprir perfeitamente a ausência dele.

Hoje sou uma adulta responsável, bem resolvida comigo mesma e dona dos meus próprios atos.

Estou numa autorreflexão da minha própria existência quando minha amiga me tira dos meus pensamentos no meu horário de intervalo do trabalho.

- Outra opção seria os agiotas Ari -ela fala assim que entra na copa- mas não é bom se meter com essa gente. Lembra do filho da nossa chefe? O Tucker foi morto porque não pagou os trinta mil que pegou emprestado com o Sandoval da favela chatuba. E o empréstimo foi até sem o conhecimento da Miranda. Esses caras não perdoam e alguns até se vingam da família toda.

- Não tem como esquecer já que nos deparamos com a fisionomia de destruição da nossa chefe todos os dias. Também tá recente ainda, faz o que? só... oito meses né isso? - Teddy assenti e eu continuo - coitada da Miranda, ela nunca mais foi a mesma, também perder um filho dessa maneira acredito que seja como uma ferida incicatrizavel. Não faço nem ideia do tamanho de sua dor - pauso para respirar fundo- e... agiotas também não é uma opção para mim, concluo minha fala com convicção.

A pizzaria hoje está bastante movimentada e meu turno irá até as 23:40 hs para compensar os horários que perdi indo em bancos na semana passada. Na parte da noite, os clientes gostam de ouvir músicas e alguns até dançam. Às vezes eu queria ter a coragem que essas pessoas têm. Elas não devem ter medo de nada e, com certeza, choram na frente dos outros.

Assim que termino meu turno, o segurança da pizzaria me leva até o ponto de ônibus, pois essa área pode ser perigosa tarde da noite para uma mulher indefesa ficar sozinha. Assaltos no Rio de Janeiro ocorrem durante todo o dia, mas de noite é ainda pior. O ônibus passa quinze minutos depois e eu me despeço do homem, agradecendo-o. Não há mais cadeiras vazias e estou quase dormindo em pé. Ouviria músicas se não tivesse esquecido meu fone em casa. Algum tempo depois, chego ao meu destino, uma rua paralela a rua em que fica minha casa, que está sempre vazia e sem movimento. A noite parece agradável, se comparada com os trinta e três graus que fez durante todo o dia.
A cidade maravilhosa tem batido recordes de calor neste verão.

Ao descer do ônibus procuro por Tim, pois o mesmo deveria estar me esperando aqui no ponto de ônibus, porque ele sempre me busca. Mas não veio hoje, constato já começando a sentir medo. Certamente, está dormindo, já que essa é a única coisa que ele sabe fazer, penso balançando a cabeça em sinal de reprovação.

Abraço-me para me aquecer um pouco já quase chegando no portão de casa. É quando sinto alguém se aproximar. Eu me viro para olhar quem é e vejo um homem mascarado, um ladrão. Ainda tento correr o mais rápido que posso para me proteger, entretanto sou alcançada. Ele me faz bater, com força, contra uma parede dura e gelada. Em seguida, coloca uma mão sobre minha boca. Esse será meu fim? Ser brutalmente violentada e sequestrada por um psicopata? Meu cérebro borbulha do medo.

Vendida para a misteriosa CallWhere stories live. Discover now