A Dor da Saudade e da Culpa

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Arizona pov's:

Acabei de sair do Nimb hotel e estou caminhando com minhas botas de couro em meio à neve caída no chão. O dia está frio e o sol ainda não decidiu dar as caras. Creio que as nuvens cobertas não deixarão o brilho dele aparecer e esquentar os humanos com seu calor. Algumas pessoas estão patinando no lago congelado da praça principal e crianças estão fazendo bonecos de gelo. Coloco o meu gorro na cabeça e meus cabelos por baixo do meu casaco confortável que cobre todas as marcas de chupões em meu pescoço pálido.

Sim chupões! Eu tentei no momento da raiva fazer greve, e ir embora o mais rápido possível, mas Call não permitiu. De madrugada me provocou tanto que meu corpo não resistiu e cedeu.

Também estou usando luvas para me aquecer melhor. Nessa madrugada passamos do limite do prazer mais uma vez. Call é incontrolável, insaciável, e eu ainda estou cansada, com sono, pois não recuperei todas as minhas energias.

Chego na faculdade exatamente às 07:11hs da manhã, pois pretendo assistir às palestras motivacionais e ganhar pontos extras na disciplina.

Assim que entro no auditório, procuro um bom lugar para me sentar na primeira fila, ficando ao lado de uma garota de olhos verdes impressionantes.

Não presto muita atenção no resto, só me atento a toda explicação. No final, pego minha bolsa e saio da sala. É quando ouço uma voz desconhecida falar atrás de mim.

- Com licença! A garota que estava sentada ao meu lado fala aproximando-se com um sorriso singelo, mostrando-se ser alguém tímida e da minha idade. Seu cabelo ruivo batendo nos ombros, exibem cachos lindos nas pontas.

- Você poderia me mostrar onde fica o banheiro? É que sou novata e ainda não tive tempo de conhecer a universidade.

- Claro. Com prazer. Venha comigo! O meu nome é Arizona. E o seu?

- Penélope, mas todos me chamam de Penny. Prazer em te conhecer Arizona.

Sorrio e estendo uma mão em sua direção, ela apenas a olha, demonstrando não entender nada.

Às vezes me esqueço que os europeus não usam esse tipo de cumprimento. Após alguns segundos, a moça a aperta.

- Igualmente. Digo sorrindo.

Levo-a até o banheiro. Enquanto ela entra em uma cabine, eu fico me olhando no espelho, vendo se meu cabelo está comportado. Ultimamente, tenho levado tantas puxadas nele, que sinto dor no meu couro cabeludo.

Também passo manteiga de cacau em meus lábios. Poucos minutos depois, a garota sai do banheiro, lava suas mãos e as secam. Sua atenção se volta para mim. Parece ser tão inocente e estar tão perdida. Eu me senti assim quando cheguei aqui, então sei que ter uma amiga pode ser algo muito bom.

- Será que você tomaria um café comigo? Tem uma lanchonete aqui ao lado, se não me engano. Eu vi uma quando meu pai veio me deixar no campus. Sugeriu simpática.

- Pode ser. Por que não? Uma amizade seria algo muito bom. Nós entramos no estabelecimento e pedimos a mesma bebida. Eu aproveito para saber mais sobre a garota. Ela é dinamarquesa, começou a faculdade hoje e tem vinte e cinco anos. Antes estudava Contabilidade, mas desistiu do curso e está cursando Administração agora. Além disso, vive com o pai. Eu também lhe conto um pouco da minha história.

- Brasileira? Muito legal! Sempre quis conhecer o Brasil. Quem sabe um dia eu vá lá com minha futura esposa? Diz alegremente.

- Você está noiva? Pergunto visto que não vejo aliança em sua mão.

Vendida para a misteriosa CallOnde histórias criam vida. Descubra agora