Voltando ao passado

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Bárbara pov's:

       
              Quando adentro meu quarto, uma chuva de recordações dominam minha mente. A história se repete. O raio cai duas vezes no lugar. Minha filha apaixonada por um membro da realeza.

             Há 32 anos atrás, eu tive um amor não vivido, um amor de carnaval que não subiu a serra, porém me marcou para o resto da vida. Mas veja bem, não pense que é tão fácil assim. Não estou aqui falando de amor não realizado há duas semanas. Estou me referindo à um amor que atravessou anos, namoro, casamento, planos econômicos, reinado e até  tradições culturais diferentes.

             Mas não me joguem pedras, não estou aqui defendendo uma pessoa que se relaciona com outras sendo apaixonada por outra. Longe de mim. O amor não vivido na época descoberta, ele adormece quando uma outra paixão se realiza. E foi o que me aconteceu.

          No entanto, quando se abri uma mínima brecha, esse mesmo amor que levamos anos para enterrá-lo dentro da gente, desperta e se esgueira para fora e não se consegui segurar, como o menininho tentando parar o vazamento do dique com o dedo.

            E assim a vida foi passando, e fui tentando esquecer, tentando dar menos importância àquele amor que sempre tento negar a mim mesma, cuja existência meu orgulho não me deixa admitir. Mas ao menor sinal de fraqueza ele veio à tona. Bastou revê-lo diante dos meus olhos naquele salão do hotel que, pronto, o amor acordou, com o pé na porta.

             Tenho dúvidas sempre que penso no Carlos. No entanto, também lembro do quanto sofri.

Flashback on:
Oi amor — lhe dou um selinho— que bom que você veio logo, preciso te contar algo e não dava pra esperar para amanhã.  Falo tudo de uma vez tamanha afobação.

Oi, preciso que me escute primeiro. Diz sério, sem humor algum. Eu estranho sua atitude,  mas logo, gesticulo para que ele fale.

Primeiro quero que saiba que em momento algum brinquei com você ou com seus sentimentos. Mas o fato é que não podemos mais nos ver Bárbara, foi maravilhoso todos os momentos que passamos juntos, mas preciso cumprir com as tradições do meu país. Dentro de quinze dia estarei me casado com lady Sofia. Espero que um dia você me perdoe por isso. Acredito que será melhor para nós dois.

Flashback off.


             Nesse dia eu ia lhe contar da gravidez. Entretanto, saí da praça onde estávamos, desnorteada. Resolvi não contar-lhes e voltei pada casa arrasada.

            Adormeci pensandp no reencontro com ele e também na minha filha.

             No dia seguinte, acordo com a campanhia tocando sem parar. Olho para o relógio da parede me certificando o horário 06:05 da manhã.  Quem em sã consciência chega numa hora dessas na casa alheia?

___ Já vai! Altero um pouco a voz para que a pessoa do outro lado da porta possa me ouvir. Deixa que eu atendo mãe. Diz Tim passando por mim correndo. Nego com a cabeça.

___ Sua mãe está? Me chamo Rosa e sou uma velha amiga dela. Diz assim que Tim abre a porta.

           Ao ouvir aquela voz e aquele nome. Lembranças que tento esquecer, invadem meu consciente.

____ Rosa? O que faz aqui? Pergunto nervosa.

            Primeiro revejo Carlos noite passada. Agora Rosa bate em minha porta. Porque meu passado resolveu me assombrar agora? Nego com a cabeça

Vendida para a misteriosa CallWhere stories live. Discover now