Baile da Nobreza Dinamarquesa no Teatro Dell'Opera Danese

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Arizona pov's:

Pior do que ver uma Call bêbada e depressiva, é vê-la de ressaca. Parece que está ouvindo tudo muito alto, já que até o som da minha respiração a deixa incomodada.

Sem falar na expressão quebrada em seu rosto, que está como se tivesse levado umas pancadas agressivas.

Rosa lhe dá um comprimido para dor de cabeça. O relógio de parede marca oito horas da noite. Ela não dormiu por tanto tempo e eu estou sentada em um poltrona próxima à cama, observando a mulher cuidar dela como se ela fosse sua própria filha. É bonito de se ver.

- Eu já estou bem, Rosa. Será que você poderia parar de ficar com os olhos lacrimejando? Call diz com carinho.

- Você sempre me assusta quando bebe assim menina.

- Veja o lado bom: é apenas uma vez por ano. Call diz debochando e eu rio da sua ironia. Rosa se vira para mim, fingindo abandono.

- Esse é o pagamento que recebo, tá vendo senhorita Arizona. Rosa fala fingindo tristeza.

- Aposto que ela não falou por maldade Rosa. Entrei no jogo, levando ambas rirem.

- Vou buscar algo para as senhoritas comerem. Sei preparar uma macarronada típica das encontradas no Brasil. Rosa diz e meu estômago ronca neste momento.

Adoro macarronada, entretanto não sei se devo ficar. Call não me pediu nada, então talvez deseje ficar sozinha.

- Obrigada Rosa, mas não será necessário. Já estou de partida. Digo olhando para ela.

- Tudo bem Arizona. O Andrew vai te levar de volta ao hotel. Irei falar com ele agora. Rosa se levanta.

- Não! Call usou uma entonação forte e grave como se, novamente, estivesse ordenando algo.

- A Arizona vai passar a noite aqui. Traga-lhe comida e roupas limpas para o caso dela desejar se trocar! Call diz e meu coração se enche de alegria com isso.

Saber que ela me quer por perto, deixa-me feliz. Rosa se retira e Call continua comendo o ensopado de peixe que ela lhe preparou. Pela sua expressão, está uma delícia.

Quando nossos olhares se cruzaram, fixamos nossa atenção uma na outra. É como se não existisse mais nada ao nosso redor além de nós duas.

- Que bom que você já está melhor. Digo sorrindo para ela.

- Agradeço por ter vindo. Ela fala acariciando minha mão.

Eu não quero ser invasiva, mas já que estou aqui, preciso falar, senão vou explodir. Sento-me ao seu lado. Seus olhos escuros pairados sobre mim, desconsertam-me um pouco.

- Na minha opinião, não deve-se culpar pelo que ocorreu com sua mãe. Eu tenho certeza que onde quer que ela esteja, ama muito você, deseja o seu bem e não quer te ver enchendo a cara em todo aniversário de morte dela. Em vez de fazer isso, compre flores e vá deixá-las, pessoalmente, no túmulo dela. Falo serena.

- Vamos! Exclama pondo-se de pé, deixando-me confusa.

- Aonde vamos? Pergunto intercalando meu olhar entre o relógio de parede e sua fisionomia.

- Ao cemitério. Diz já trocando de roupa.

- Às oito e vinte da noite? Não vão permitir nossa entrada. Afirmo.

- Pode apostar que vão nos deixar entrar. Ela demonstra certeza no que disse.

Não quero discutir, no entanto a verdade é que não gosto de ir a cemitérios, nem durante o dia, muito menos à noite. Mas não é medo. Só não gosto de ir porque ver minha vó sendo enterrada, foi um grande trauma que não superei totalmente até hoje.

Vendida para a misteriosa CallOnde histórias criam vida. Descubra agora