Capítulo Quatro

448 54 6
                                    



A sala ficou em silêncio.

Todos olharam para Ana, que colocou a mão na boca enquanto tentava reprimir os soluços.

Carrick, Katherine, Gail e Mia ficaram em choque, sem saber o que fazer.

— Nos dê um minuto — Christian murmurou, com o braço ainda em volta dos ombros de Ana. Ele a levou para a sala para um canto silencioso perto da janela.

— Querida, qual é o problema? Você está com dor? — Atordoado, ele se inclinou para olhá-la.

Ana fechou os olhos enquanto as lágrimas fluıám.Ela negou com a cabeça.

Christian a puxou contra seu peito.

— Eu não entendo.

— Você quer que todos saiam? — Ela negou novamente.

Ele descansou a bochecha no cabelo dela.

— Eu não sabia que eles
estavam planejando tudo isso.

— Há muitos balões — ela murmurou.

— O hélio é perigoso para bebês?

— Não. Sim. Eu não sei. — Ela apertou a camisa dele. — Essa não é a questão. Tem o dobro de presentes e flores do que tivemos no hospital. E há flamingos no nosso gramado!

— Eu posso remover os flamingos, querida. — Christian beijou seus cabelos. — Eu farei isso agora.

— Não se trata dos flamingos. — Ana enfiou a mão em um dos bolsos da jaqueta de Christian, finalmente recuperando um lenço. Ela o agitou diante dele. — Estou feliz por ter comprado isso para você .

Ela assoou o nariz.

— Um cavalheiro sempre carrega um lenço nessas ocasiões. — Ele acariciou suas costas, sua preocupação aumentando. — Você está chateada com os flamingos, mas não quer que eu os remova?

— A cozinha está cheia de presentes. Katherine veio da Inglaterra e citou Dante! — Ana explodiu em lágrimas novamente.

Christian franziu a testa. A visão das lágrimas dela o machucava.

— Claro que há presentes. As pessoas dão presentes para bebês. E uma tradição.

— Quantos dos meus parentes estão na cozinha? — Ela enxugou o nariz.

O coração de Christian se contraiu.

— Seu pai e Diane queriam estar aqui, mas Raymond está doente. Você os verá em breve. — Ele enxugou as lágrimas de Ana com os polegares. — A cozinha está cheia de familiares, nossa família. Pessoas que amam você e Clare.

Ela engoliu em seco.

— Sinto falta da sua mãe. Eu sinto falta . . .

Christian se encolheu. Havia um oceano de dor na sentença inacabada de Anastasia. Ela teve uma infância infeliz com uma mãe que às vezes era abusiva, à s vezes indiferente.

— Eu também sinto falta de Grace — Christian admitiu. — Acho que sempre sentiremos falta dela.

— Sou mãe há apenas alguns dias, mas amo tanto a Clare que faria qualquer coisa por ela. O que havia de errado com a Carla? — Ana sussurrou, agarrando-se ao marido.

Christian encarou a esposa.

— Eu não sei.

Sua resposta foi verdadeira. Como se explica a indiferença e a crueldade? Ele experimentou ambos do pai biológico. E finalmente ele percebeu que qualquer tentativa de explicar esse comportamento era inútil, porque as explicações apenas eram máscaras para desculpas. E ele não aceitaria desculpas.

A Promessa de Christian - Livro 4Onde as histórias ganham vida. Descobre agora