Capítulo Dez

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—Posso trazer a cadeira de balanço aqui? — Mia perguntou a Ana.—Ou você vai dormir?

— Traga a cadeira. Não tive a chance de conversar com você , já que passamos a maior parte do dia no hospital. — Ana estava segurando Clare nos braços. Mia tinha acabado de trocar o bebê e a colocara em um pijama limpo antes de devolvê -la à mãe.

Mia posicionou a cadeira de balanço perto da cama e pegou sua sobrinha. Enquanto ela balançava lentamente, a criança olhou para ela com fascinação silenciosa.

Mia sorriu e gentilmente acariciou a bochecha do bebê.

Ana parou na frente da penteadeira, admirando o grande retrato de casamento dela e de Christian em Assis. A foto estava posicionada ao lado de uma foto antiga deles dançando no Lobby, um clube em Toronto. Ela tocava o rosto de Christian, a expressão dele era intensa. Nenhum outro homem jamais a olhou assim. A atenção de Christian estava fixa e nítida.

E isso foi apenas o começo...

Com um sorriso secreto, ela abriu sua caixa de joias e pegou seu anel de casamento e noivado. Ela comparou o par com o anel que Christian lhe dera na noite anterior. Era estranho como os três de alguma forma combinavam.

— Você tirou seus outros anéis? — Mia parecia incrédula.

Ana colocou os anéis na mão esquerda.

— Meus dedos incharam. Eu estava com medo que eles ficassem presos.

— Coisas estranhas acontecem com mulheres grávidas.

— Nem me fale. — Ana arrancou a bainha do vestido azul. — Vestidos de verão e calças de ioga são tão confortáveis, e eu nunca mais usei jeans.

— Acho que Christian pode ter algo a dizer sobre isso.

Ana jogou o cabelo por cima do ombro.

— Eu faço o que eu quero.

— Claro que sim. — Brincou Mia. Ela deu uma olhada mais de perto na amiga enquanto estava ao lado da cama. — Vire de lado.

— Por quê ? — Ana se virou, olhando para o vestido. — Tem algo errado?

— Sua barriga de grávida sumiu.

Ana esticou o tecido sobre o estômago. Havia um arredondamento no abdómen, mas era leve.

— Estou usando uma cinta. Cobre a incisão e ajuda nos pontos.

— Você simplesmente voltou ao mesmo tamanho.

Ana fez uma careta.

— E por isso que minha obstetra me enviou à nutricionista hoje à tarde. A amamentação queima muitas calorias, aparentemente.

— E lhe dá um decote espetacular!

Ana riu e entrou no armário.

— O que não vai durar para sempre. Mas vou gostar enquanto posso.

Vestiu um pijama de seda e uma túnica e voltou ao quarto. Ela colocou os travesseiros na cama e reclinou-se, encarando a filha e a amiga.

— Como foi o seu dia?

Mia tocou a cabeça do bebê.

— Bom. Eu cataloguei todos os presentes e arranjos de flores para você .

— Obrigado. Christian encomendou cartões de nascimento com uma foto de nós três. Vou enviá -los com notas de agradecimento.

— Eu posso ajudar. A irmã de Christian, Kelly, enviou um porta-retrato de prata e um cofrinho da Tiffany. Eu nunca vi um antes.

— Ela é muito generosa — pensou Ana. — Ela ajudou Christian a se conectar com outros membros da família dele. O avô deles era um professor importante na Columbia. Todo outono eles fazem uma palestra especial em sua memória. Perdemos por causa da chegada de Clare. Mas acho que Kelly e seu marido virão para o batismo dela. — O sorriso de Mia desapareceu.

Sua reação não passou despercebida.

— Queríamos pedir para você ser madrinha de Clare em particular. Não pretendia colocá -la nessa situação durante o café da manhã.

Mia abaixou a cabeça, permitindo que seus longos cabelos loiros escondessem parcialmente o rosto.

— Você acha que papai tem agido de forma estranha ultimamente?

— Não, o que você quer dizer?

—Ele praticamente derrubou uma cadeira esta manhã tentando ajudar Gail com a comida. — Mia estava indignada.

— Carrick é um cavalheiro. Você sabe disso.

Mia jogou o cabelo, expondo o rosto.

— Eu não gosto do jeito que ela estava olhando para ele.

— Não vi nada inapropriado — disse Ana lentamente. — Carrick provavelmente gosta de ter alguém da sua idade para conversar. Mas ele ainda está de luto por sua mãe.

— Pensei que Gail morasse em Norwood.

— Ela morava. Ela alugou sua casa para morar conosco. E apenas temporário.

Mia fez um barulho irônico, mas não respondeu. Ela continuou balançando, olhando para a sobrinha adormecida.

Ana teve tempo para escolher suas palavras, temendo que estivesse indo para onde os anjos se recusavam a pisar.

— Se eu visse algo romântico na maneira como Carrick olhava para Gail, eu diria a você . Mas eu não vejo. Eles estavam agindo de forma estranha enquanto estávamos no hospital?

— Não. — Mia continuou balançando e seus ombros suavizaram. —Talvez eu esteja apenas vendo coisas.

— Carrick passa muito tempo sozinho. Eu sei que meu pai e Diane se socializaram com ele, mas eles estão ocupados com Raymond.

— Papai se mudou para a Filadélfia para ficar mais perto de Ethan e de mim, mas não o vemos muito. Então ele deixou o emprego em Temple e voltou para Selinsgrove. Ele está dando uma aula aqui e ali em Susquehanna, mas fora isso... — A voz de Mia sumiu. — Você está certa. Ele provavelmente precisa sair mais. Vou falar com Ethan sobre voltar para casa com mais frequência.

Mia olhou para o bebê e beijou levemente o topo de sua cabeça.

— Eu amo você , pequena Clare. Mas acho que não posso ser sua madrinha.

As sobrancelhas de Ana se levantaram.

— Espera. O quê?

A Promessa de Christian - Livro 4Onde as histórias ganham vida. Descobre agora