Capítulo Quarenta

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Ana acordou.Seu tornozelo doıá,assim como seu coração.

Sua visita à sala de emergência foi uma revelação. O tornozelo dela não estava quebrado, mas ela estava sofrendo um efeito colateral da epidural que pode nunca ir embora. E Christian ficou bravo com ela. Tão bravo, ele nem sequer a repreendeu. Ele a levou para casa, ajudou a ela e ao bebê pela porta da frente e depois sentou no carro fazendo ligações.

Quando ele entrou na casa, ele tomou um longo banho e desapareceu em seu estudo. Agora ele estava se juntando a ela.

Ele colocou os óculos e o celular na mesa de cabeceira, como era seu hábito, e puxou os cobertores para trás. Vendo que ela estava acordada, ele parou.

Alguns segundos depois, ele deslizou entre os lençóis e rolou dando as costas, fechando os olhos. A distância entre eles parecia insuperável.

Ela ajeitou o tornozelo machucado no topo da almofada em que estava descansando e fechou os olhos. Ela foi lembrada daquela noite há muito tempo quando ela entrou furtivamente no quarto de Christian depois que ela foi atacada por ele. Christian tinha sido gentil com ela então. Ele estava entendendo.

Um braço forte levantou e a puxou para um peito quente e nu.

— Lamento não ter contado a você , — ela sussurrou.

— Estamos quites, Anastasia. Eu deveria ter lhe contado sobre o carro estranho que estava vigiando nossa casa.

— Eu não acho que foi Jack. Ele não vai perder seu tempo rondando Selinsgrove no Dia de Ação de Graças. E ele é muito vaidoso com o carro dele. Não tem como ele dirigir um Nissan.

— Seu tio John está investigando. Joguei uma pedra e quebrei a janela traseira do carro. Isso deve facilitar a localização.

Ana levantou a cabeça do travesseiro.

— Você quebrou a janela?

— Sim. — Christian parecia um pouco satisfeito consigo mesmo. — Eu joguei beisebol no ensino médio. Você sabia disso?

— Não.

— Anastasia, você não pode me esconder problemas de saúde, principalmente agora. Nós temos Clare para considerar. — A voz de Christian estava baixa e estranhamente calma.

— Eu esperava que isso desaparecesse.

— Você deixou passar quase três meses sem contar a ninguém, — ele a repreendeu. — Nunca mais faça isso comigo de novo.

— Eu não vou.

Christian tocou seus cabelos.

— Nós precisamos de você . Eu preciso de você.

Uma lágrima brotou em seus olhos e caiu em sua bochecha.

— Eu preciso de você também. Chega de correr para a floresta sozinho.

— Eu posso admitir isso. Mas eu quero que você me conte, em detalhes, sobre todo e quaisquer problemas relacionados à saúde que você tem atualmente ou teve recentemente.

Ana meio que sorriu ao seu tom de professor.

— Sim, Dr.Grey.

Ele rosnou.

— Quero dizer, Professor Grey.

— Continue.

— Estou de boa saúde, com exceção da dormência na perna e agora esse tornozelo torcido. O que dói como uma mãe.

— Vou pegar algo para a dor. — Ele jogou as roupas de cama para trás.

— Está bem aqui. — Ela apontou para a mesa de cabeceira.

Christian deu a volta na cama e pegou algumas pílulas do frasco, entregando-os a ela. Então ele lhe deu um copo de água.

Ela engoliu os comprimidos com a água.

— Mais alguma coisa relacionada a saúde? — Ele solicitou, voltando para a cama. Puxou-a lentamente para não perturbar o tornozelo e a ajudou a descansar contra o peito dele.

— Eu tenho miomas, mas o Dr. Rubio disse que eles encolheram enquanto eu estava grávida. Eu tomava um suplemento de ferro, mas
acho que não preciso mais dele. Eu estou supondo voltar para um check-up em setembro do próximo ano. Dr. Rubio provavelmente vai pedir um ultrassom.

— Algo mais?

— Não. Você?

— Estou em recuperação de dependência química. Eu tenho controle dos problemas de raiva, preocupações com a segurança de minha
família e uma cadeira italiana em Harvard, com quem eu gostaria de confrontar. Há um motorista de um Nissan preto que eu gostaria de dar um soco.

Ana estremeceu.

— Algo mais?

— Dormirei melhor quando souber quem está nos perseguindo.

Ana enterrou o rosto no ombro dele.

— Parte de mim não quer saber
sobre coisas assim. Mas é importante que você compartilhe essas informações, para que eu não faça algo que nos ponha em risco. Levei Clare para fora no carrinho sem você algumas vezes. E se o carro tivesse nos seguido?

— Você está certa. Não é justo eu estar zangado com você por guardar segredos quando eu faço a mesma coisa. — Ele beijou o cabelo dela.

— Entã o você não está zangado comigo?

— Estou furioso. Me assustou muito quando a enfermeira me disse que você estava vendo um neurologista. Todos os tipos de cenários passaram pela minha cabeça — câncer, derrame, esclerose múltipla. — Christian amaldiçoou. —Somos uma família, você e eu. Família é tudo.

—Ok. — Ana não parecia bem. —Eu quero dizer algo. Eu sei que você não quer você ouvir isso, mas espero que, uma vez que Cecilia superar o ciúme, ela vai me deixar passar o semestre de outono em Edimburgo.

— Essa é uma decisão arriscada. Prefiro confrontá-la imediatamente.

— Talvez quando ela estiver com Graham Todd na oficina em Oxford, ela mudará de ideia.

— Ainda faltam meses! — Christian cuspiu. — Se ela não ceder até lá, será tarde demais.

— Eu quero tentar. Quero que você me deixe tentar.

— Tudo bem. — Christian parecia exasperado. — Se Cecilia se recusar a ajudar, eu vou me envolver.

— Christian, você sabe...

— Estou dando uma chance ao seu método, mas quero a opção de usar meu método.

— Seu método é intimidá-la.

— Absurdo.

— Você promete?

— Absolutamente.

— Bom. — Ana beijou-o com firmeza e relaxou contra seu peito. Logo ela adormeceu.

Christian ficou acordado por várias horas, explorando cenários que envolviam discurso e persuasão civis. Mas quando seus pensamentos se voltaram para o motorista do Nissan preto, ele contemplou alternativas radicalmente diferentes.

A Promessa de Christian - Livro 4Onde as histórias ganham vida. Descobre agora