Capítulo Onze

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—Se algo acontecer com você ou Christian, eu criaria Clare como minha.Espero que você designe eu e Ethan como padrinhos. — A expressão de Mia foi determinada.

— Claro. Já discutimos isso. — A mente de Ana girou.

— Mas eu fiz algumas leituras online. No batismo católico, um dos padrinhos deve ser católico. Posso ser testemunha como episcopal, mas você precisa de um católico para ser o padrinho. Como sou mulher, a Igreja exigiria que o padrinho fosse um homem católico.

— Eu não sabia disso. — A voz de Ana ficou pequena. — Eu pensei que eles só se importariam com o fato de você concordar em criar Clare na Igreja.

— Eu faria, mas não posso ser a madrinha oficial. Eu poderia ser uma testemunha se você nomeasse um padrinho católico. — Ana
gemeu.

— Não há mais ninguém. Apenas meu pai, mas...

— Entendi. — Interrompeu Mia.
— Fico feliz que você e seu pai estão se dando bem, mas posso ver por que ele não é a melhor escolha. Meu pai é episcopal, assim como Ethan e Scott.

Ana cobriu o rosto com as mãos.

— Eu sou uma idiota. Eu não sabia disso eu pensei que poderíamos escolher quem queríamos.

— Aqui está,eu estou honrada que você me pediu. Eu posso ser a madrinha não oficial de Clare e sua tia doida Mia. Mas você terá que escolher um católico para a cerimónia.

Ana soltou as mãos.

— Nosso padre é legal. Eu poderia pedir a ele que fizesse uma exceção.

Mia começou a balançar com mais vigor.

— Não. Honestamente, Ana, estou meio chateada com Deus no momento. Portanto, não me sinto confortável em assumir a responsabilidade da orientação espiritual de Clare.

Ana estudou a cunhada.

— Você quer falar sobre isso?

— Eu ainda acredito, mas sinto que fui tratada injustamente.Minha mãe morreu inesperadamente. Eu quero ter um bebê , mas não posso. — Ela deu um grande suspiro. — Seria hipócrita para mim levantar-me como madrinha quando tenho tantas dúvidas.

— Acho que Deus quer que sejamos honestos, mesmo com nossas dúvidas.

— Sim, bem, eu não tenho somente dúvidas; tenho queixas. Por que você não pede que Katherine seja a madrinha oficial? Ela disse que era católica.

— Ela está dando indiretas desde que anunciamos minha gravidez. — Ana deu à amiga um sorriso triste.

— Viu? Ela gosta disso. Ela será perfeita como madrinha.

— E você ? — Ana atravessou a sala em direção à sua amiga.

— Eu sou tia Mia. — Ela se inclinou e beijou a testa do bebê.

O bebê a franziu, mas manteve os olhos fechados.

— Eu vou falar com Christian. — Ana fez uma pausa. — Como você está? Sério?

— Eu larguei a medicação para fertilidade, mas você já sabia disso.

— Como está se sentindo?

— Fisicamente? Estou bem. Mas estou triste, Ana. Eu realmente queria ter um bebê , mas isso não vai acontecer.

— Sinto muito. — Ana tocou o ombro da amiga.

Mia acariciou os cabelos finos na cabeça de Clare.

— Ethan me disse que não se importava se tivéssemos um bebê. Ele está mais preocupado comigo.

— Ele te ama como um louco.

Mia manteve o olhar ixo na sobrinha.

— Minha vida não saiu da maneira que eu esperava. Eu pensei que teria minha mãe para sempre. Pensei que ela estaria comigo quando eu me casasse e tivesse filhos.

Ana fez um barulho de choro e abraçou a amiga.

— Mas eu continuo indo, sabe? Tem que haver um caminho a seguir. Ethan e eu conversamos sobre adoção. Talvez seja algo que possamos explorar.

— Claro. E Christian e eu ajudaremos, se pudermos. — Ana segurou a amiga, uma lágrima escorrendo pelo rosto.

Embora Mia fosse muito corajosa, não havia palavras que curassem sua ferida. Nenhuma mágica que alteraria as circunstâncias.

— Quero permissão para mimar esta criança. — Mia levantou o bebê e a colocou contra o ombro. — Quero começar comprando um grande e extravagante brinquedo ou engenhoca que levará Christian dias ou até semanas para montar. E eu quero que você filme todo o processo.

Ana riu.

— Permissão garantida.

A Promessa de Christian - Livro 4Onde as histórias ganham vida. Descobre agora