Capítulo Vinte e Oito

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—O que você quer fazer? — Christian sentou-se diante de Anastasia no quarto deles.

Gail estava dando banho em Clare e preparando-a para a cama.

Ana pegou o material de seu jeans.

— Cecilia disse que estudaria os cursos de Edimburgo. Depois que eu receber a programação, mostrarei à ela.

Christian sentou-se e cruzou os braços.

— Cecilia também disse que não aprovaria um semestre no exterior.

— Eu tenho que tentar, — disse Ana calmamente.

— Precisamos conversar com Katherine.

— Não.

— Por que não? — Christian se levantou e começou a andar. — Ela
pode nos aconselhar.

— Katherine vai confrontar Cecilia e depois Cecilia vai me deixar.

— Estou começando a pensar que é uma coisa boa, — Christian bufou.

— Não, não é . Se Cecilia deixar de me orientar, a notícia será divulgada. Isso prejudicará minha reputação. E eu não terei um orientador de dissertação.

Christian parou de andar.

— Trabalhe com Katherine.

— Eu já trabalhei com Katherine. Ela supervisionou minha tese de mestrado em Toronto, lembra? Como acha que vai parecer caso eu trabalhasse com ela nas duas teses e minha dissertação?

— Eu acho que vai parecer fantástico. Ela é a melhor especialista em Dante do mundo.

— Cecilia disse que estou muito perto de Katherine.

—Besteira. — Christian continuou andando, como um leão enjaulado. — Cecilia não é objetiva. Suas avaliações são cegadas pela inveja.

— Katherine não pode ser minha supervisora até que comece em Harvard, que é no próximo ano. Até então, ela só tem um compromisso de visita.

— Ela está lá para supervisionar estudantes de pó s-graduação. Esse era o acordo.

— Como será se Cecilia, que é a presidente do Dante Studies, se recusar a trabalhar comigo?

— Parece que ela é uma cadela ciumenta, é assim que será.

— O que acontece se algo acontecer com Katherine? Ela está na casa dos setenta. E se ela decide sair? Ou se ela... — Ana cobriu o rosto com as mãos.

— Katherine é mais saudável do que todos nós. — Christian se agachou na frente dela, colocando as mãos nos joelhos de sua esposa.

— Alguns alunos levam de quatro a cinco anos para concluir sua dissertação. — A voz de Ana soava abafada. — Katherine estará na casa dos oitenta anos até então.

— Não vai demorar tanto tempo. Katherine entende o compromisso envolvido. — Christian apertou os joelhos de Ana.

— Não é apenas a dissertação. Katherine é família.

Christian apertou os lábios.

— Família é tudo. E por isso que não vou para a Escócia sem você .

Ana abaixou as mãos. Os olhos deles se encontraram.

— Não quero que você cancele as Sage Lectures. Você tem que ir.

Christian deu um tapinha no joelho dela.

— Então deixe-me intervir.

— Isso vai piorar as coisas. Cecilia está com raiva. Precisamos dar à ela tempo para se acalmar.

— Eu não quero esperar.

— Eu também não, Christian. Mas lembre-se, eu deveria estar indo para a oficina do professor Wodehouse com Cecilia em abril. Se eu criar um problema com ela agora, isso pode comprometer meu convite.

— Wodehouse está no comando.

— Por favor, Christian. Só estou pedindo um pouco de tempo.

Ele ficou de pé , franzindo a testa.

— Você desiste com muita facilidade. As pessoas se aproveitam de você .

Ela ficou frente a frente com ele, o lábio inferior tremendo de raiva.

— Eu não estou desistindo! Eu estou simplesmente não fazendo movimento agora. Estou tentando ser esperta.

— Lutar é inteligente.

— E inteligente sobreviver tempo suficiente para lutar outro dia. Então você pode se reagrupar e confrontar seu inimigo com uma estratégia fundamentada e maior apoio. Então talvez você não precise lutar.

Christian ficou olhando.

— Você está lendo A Arte da Guerra.

— Não, eu tenho estudado literatura feminista.

A boca de Christian se contraiu e sua raiva se dissipou.

— Eu sei melhor do que lutar contra um exército. Eu me rendo a você e suas irmãs. — Ele a puxou para seus braços.

Ela o abraçou de volta.

— Mas só por enquanto, — ele sussurrou.

A Promessa de Christian - Livro 4Onde as histórias ganham vida. Descobre agora