O modelo padrão

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Jeon Jungkook

Bom o que dizer sobre mim? Eu sempre fui uma criança muito alegre e animada, mas com o passar dos anos eu fui me sentindo sufocado, aquela sensação de que alguma coisa estava fora do lugar e que eu estava nadando contra a maré para resolver e eu nem ao menos sabia o porquê de eu estar me sentindo assim. Foi então que comecei minha vida amorosa, me relacionei com algumas garotas, sentia que o fim do meu sufoco era esse, mas cada vez que assumia um novo relacionamento ele se tornava cada vez pior, me senti uma aberração quando mais velho me toquei que não sentia nada por elas tanto sexual, quanto amoroso... Eu me sentia tipo um peixe fora da água, mas a sensação passou quando depois de muitas pesquisas e de ver que eu não era o único, quando conversei com um garoto da minha escola, eu entendi por que, e então com 15 anos me descobri e me aceitei como homossexual.

Aí você me pergunta "a Jungkook como foi conta para os seus pais que você é 'gay'?" Então, não foi preciso, eu sempre tive uma boa conexão com os meus pais e eles sempre se mostraram muito abertos a me entender, minha mãe literalmente perguntou

— Filho você é 'gay' meu amor? — E eu fique com o meu cu que não passava nem sinal de wifi, motivo? Medo de ser expulso de casa, esse era o que meu amigo havia me contado que aconteceu com ele, e eu não tinha outros membros da família para me dar um lar, então eu ia morar aonde? De baixo da ponte!? Mas logo respondi

— É... s-sou mãe — e gritou para o meu pai a seguinte frase

— DENNY VOCÊ ME DEVE 50 DÓLARES — sim, se você está pensando na hipótese de ela ter apostado com o meu pai se eu era ou não 'gay', sim, você está certo! Eles fizeram isso. Eu fiquei alguns bons minutos com uma cara confusa me perguntando que merda aconteceu ali e como eles conseguiram descobrir sendo que faz tão pouco tempo que eu havia me descoberto?

Depois disso minha relação como os meus pais só melhorou, ainda com 15 anos conheci o David e logo me apaixonei pelo garoto de olhos esverdeados, pele branca e cabelo cor castanho médio meio ondulado. David era tão louco quanto eu e nós dois éramos muito fofos juntos, uma química crescente e extraordinária, eu o amava, apesar de mal saber o que era amor e contar-lhe sobre o que eu estava sentindo foi a segunda coisa mais assustadora da minha vida, mas tive coragem uma semana depois do meu aniversário de 16 anos e por mais medo que eu estava eu percebi que esperei tempo demais já que era reciproco, sempre foi e do mesmo jeito que eu juntara todo o dinheiro que ganhei de aniversário para dar-lhe uma aliança, o mesmo juntou sua mesada para fazer a mesma coisa comigo. Eu falei que era amor, eu não me vejo sem ele, não me via antes e não me vejo agora, porque estamos juntos desde que coloquei meus olhos naquele menino dos olhos esverdeados e do sorriso bonito.

Mas nem tudo são flores, não posso vir aqui e contar apenas os melhores momentos da minha vida, a adolescência foi muito boa para mim, mas o final dela nem tanto, eu ainda tinha uma aliança em meu dedo, e ainda tinha meu namorado, mas aquele sufoco que eu tanto sentia voltou quando vi que meu nome não estava na lista de aprovados no final do ano, para a minha sorte meu namorado era um ano mais novo do que eu. Eu cursaria meu último ano junto a ele, mas as coisas já não eram como antes, a química crescente parou de crescer e parecíamos estagnados sem pensar em como sair, e não foi apenas o meu relacionamento que esfriou, as brigas em casa eram mais constantes e o clima se tornou mais pesado, meu pai nem mesmo olhava na minha cara por causa dos zeros que levei nas provas e minha mãe tentava me entender mesmo não conseguindo esconder o quanto estava decepcionada. Eu jurei fazer diferente nesse ano letivo, jurei que traria meu namoro aos trilhos de volta, minhas notas e se eu puder fazer alguma coisa eu ajudaria o relacionamento dos meus pais também.

[...]

— Oi, posso entrar? — David falou sorrindo, dando uma batida na porta do quarto que estava entre aberta

— Claro — me levanto da escrivaninha, logo ele se sentou na minha cama e dei um selinho no mesmo que retribui

— O que estava fazendo? — perguntou curioso beijando meu rosto assim que me sentei em minha escrivaninha novamente.

— Nada, na verdade, tentando estudar, mas não consigo me concentrar — falo claramente frustrado, ele olhou-me um pouco confuso sobre o porquê de eu não conseguir me concentrar. — Eu estava pensando na gente! — exponho.

— Mas no que exatamente estava pensando? — caminho para a cama me e ajeito para conversar melhor. — Eu fiquei me questionando... do porquê de estarmos tão distantes, sabe, mesmo tão perto, eu cheguei à conclusão que nosso relacionamento esfriou, não é como antes. — Olho para o garoto de olhos verdes — eu... percebi que não é falta de amor da nossa parte — eu não queria terminar o relacionamento, eu poderia facilmente me imaginar casando-me com esse homem.

— Eu sei, porém, não quis tocar nesse assunto por medo do que ia acontecer conosco! Acabamos entrando na rotina, isso acontece com muitos casais. — Ele olhou-me e logo abaixo a cabeça e começou mexer na almofada felpuda preta — eu amo você Jungkook e sei que você também me ama... então o que nós vamos fazer para isso não acabar? — me perguntou e me olhou brevemente

— Eu também não quero que isso acabe, eu amo tanto você que não quero ver você indo embora –falei e peguei em uma das suas mãos — a gente pode tentar algo diferente por agora o que você acha? — Ele me olhou e nossos olhos se encontraram

— O que exatamente? Tipo realizar os meus desejos sexuais? — brincou e em seguida começou a rir, mas eu não levei na brincadeira, assenti concordando com a ideia, ele arregala os olhos com a minha resposta — Jura? — ele com toda certeza não parecia acreditar em mim.

— Sim, não é uma má ideia... bom claro se você quiser tentar algo assim –falei e ele ainda estava surpreso com a ideia — mas se você não quiser eu entendo e...

— Eu sei Jun e está tudo bem eu só não esperava — passou a mão na minha coxa como forma de compreensão– podemos tentar ok!? — O loiro aproximou-se de mim e me beijou de uma forma carinhosa, eu amava quando ele ficava ainda mais doce e carinhoso do que já é.

— Uhum ok... no seu tempo baby — Olhei para ele — Ok, você não veio aqui sem avisar sem motivo né... então o que foi?

— Temos uma festa para ir, sabe as festas de início de ano letivo? — olhei-lhe e ele fez a carinha que sempre faz quando quer algo

—  Para com isso, é chantagem, mas meus pais não vão me deixar ir, estão estranhos comigo desde que reprovei, você sabe disso, essa festa não vai ajudar. — Me deito na cama e ele me acompanha.

— Vai sim, eu já falei com eles — olho-lhe com os olhos arregalados — eu falei que era para você me acompanhar porque não queria ir sozinho e que eu ajudaria você a estudar esse ano que entraria em uma faculdade muito boa. — David tinha o dom de ser uma pessoa convincente, ele sempre arrumava um jeito para conseguir o que quer.

— Você é doido — falo ouvindo sua risada, eu não estava animado para essa festa, mas se isso fosse melhorar nossa relação e se tirasse um pouco das preocupações, eu iria. 

(Escrito por poliluvsjisung)

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