Relações de Broglie

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Park Jimin

Não tinha dúvidas, estava inegável o quanto eu odiava futebol americano, eu realmente gostei do fato de Jungkook ter uma história por trás disso porque seria surreal que ele apenas gostasse de ver homens batendo uns nos outros com um objetivo ainda indefinido para mim, contudo, eu estava feliz por passar esse tempo com ele sem ter livros e apostilas em volta, parecíamos mais íntimos do que realmente somos, ali.

Chego em casa de bom humor, era a primeira vez que eu fazia uma coisa que eu odiava, mas ainda sim, permanecia com meu bom humor intacto, mesmo após todos terem pensado que eu e Jungkook fossemos um casal e eu realmente me pergunto o que os fizeram pensar isso porque poderíamos ser apenas dois amigos assistindo ao jogo juntos, o que de fato éramos, pessoas fazem isso o tempo todo então porque conosco, foi diferente.

- Hope, como a câmera do beijo funciona? - a procuro em seu quarto após tentar esquecer o assunto, mas não conseguindo, acredito que eu só conseguiria relaxar quando descobrisse como isso funciona.

- Ela costuma mirar em casais para eles demonstrarem seu amor através do beijo, tem gente que aproveita para pedir em casamento, eu acho tosco, mas muitos acham romântico. - Me respondeu sem tirar atenção do quebra cabeça da Cinderela que estava montando.

- Sim, isso eu sei, mas como eles sabem que as pessoas em quem eles miram são um casal? Que tipo de algoritmo eles utilizam e qual é a porcentagem de erro? - me jogo em sua cama, ansioso para o momento em que todas as minhas dúvidas seriam respondidas e assim eu pudesse tirar a tonelada que estava em minhas costas.

- Acho que eles não utilizam um algoritmo Jimin, nem tudo é matemática e contas. Acredito que apenas linguagem corporal. Sabe, nosso corpo fala mais sobre nós do que nossa boca, eu posso estar dizendo não é meu corpo está dizendo sim. Mas eles erram de vez em quando não é algo muito raro, acredito que o alvo deles sejam casais óbvios assim evita dar muito B.O. - responde minhas dúvidas, todavia o que eu pensava que seria minha saída para o peso em minhas costas, na verdade, apenas aumentou, se eles iam pela linguagem corporal o que nosso corpo estava dizendo? - eu sou tão inteligente como eu não posso saber sobre isso?

- Vamos dizer que hipoteticamente, um amigo foi a um jogo de futebol americano com o amigo dele, e os dois estavam apenas conversando quando apareceram na câmera, o que você diria sobre isso? - pergunto e ela finalmente larga o quebra cabeça me olhando.

- Diria que isso não é só amizade. - Simples e direta, observando minha cara de desespero que eu lutei tanto para disfarçar ela se senta na cama de frente para mim e segura a minha mão. - Quem é ele? São o Benjamin? Ele não tem cara de que gosta de futebol americano. - Fui pego na cara dura.

- Não, não é o Benjamin, o garoto que eu estou ajudando, prometi-lhe que se tirasse uma nota boa nas provas eu iria com ele até um jogo de futebol americano, estávamos apenas conversando ele limpou meu rosto que estava sujo de mostarda e então notamos nossa cara estampada naquele telão enorme. - Eu estava indignado até agora.

- E em algum momento enquanto ele estava fazendo isso, passou pela sua cabeça em agarrá-lo ali mesmo como um leopardo? - perguntou e eu não fui capaz de responder sua pergunta. - Seu corpo disse mais sobre você do que esse seu cérebro gigante. Gosta dele, ou quer saber como é o borogodó dele. - brincou.

- Não, não, não é isso, eu já sei como é, só que, eu não posso gostar dele, é muito imoral, antiético, sei lá, só é impossível.

- Você dormiu com seu aluno? Quando isso? Quando se tornou tão safadinho? - me encheu de perguntas.

- Não vamos falar disso agora, eu estou no meio de uma crise aqui. - Eu literalmente estava hiperventilando.

- Tudo bem nerdzinho, você é um adulto agora que não explorou seus sentimentos na adolescência, então e como uma boa e futura psicóloga irei tentar te ajudar. - Segurou meus ombros. - Feche os olhos e imagine seu lugar preferido, descreva ele para mim. - pediu.

- Em uma montanha, uma casa com um telescópio capaz de ver as melhores estrelas, cercado de silêncio e livros diversos. - Ela soltou um som e isso me fez ter certeza de que ela revirou os olhos.

- ótimo, agora você pode trazer para esse cenário uma pessoa que te faça se sentir tão bem quanto quando está sozinho com suas estrelas e seus livros.

- Ele está aqui, ele não deveria estar aqui Hope, é errado.

- Mas ele é seu ponto importante, eu adoraria que fosse eu já que sou sua melhor amiga, mas tudo bem. Vamos continuar, agora que estão sozinhos em um lugar deserto, sem regras, não tem ninguém julgando vocês dois, o que você vai fazer com ele, ou o que você gostaria que ele fizesse com você?

- Ele entra na sala com duas xícaras de café, reclama por eu estar muito tempo ali e me pergunta o que me interessa tanto naquele lugar, eu afasto as xícaras de nossas mãos e o posiciono corretamente no telescópio mostrando-lhe todas as belezas do universo. Ele fica impressionado e diz que entende o porquê eu sou apaixonado por aquela beleza toda, mas diz que nada é mais bonito do que eu e então me beija. - Sorrio de lado acordando do transe que nem percebi que estava. - Eu não disse isso. - Me desespero.

- Sim, você disse, e outra eu estou muito feliz por saber que funcionou o negócio que observei na internet esses dias, estou muito orgulhosa de mim. Você é bem mais romântico do que eu pensei, uma cabeça de um adolescente. - Acariciou meu rosto com um sorriso terno e balançou a cabeça levemente como se estivesse prestes da dar sua conclusão sobre o assunto. - é Park Jimin, você está apaixonado demais por esse homem.

A Fórmula da Liberdade - JikookWhere stories live. Discover now