Epílogo: "Uma árvore na colina".

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- Como é possível ela conseguir ser mais demorada pra se arrumar que você e a minha irmã juntas? – Doug comentou com Elena ao entrar no quarto do casal.
- Porque além de ter nós duas como exemplo, ela tem dois pais que compram tudo o que ela quer – ela respondeu da penteadeira, onde terminava de fazer um rabo de cavalo alto – Aquele quarto dela é o sonho de qualquer adolescente.
- Ah, o Nick e eu não compramos tudo o que ela quer – reclamou o rapaz ao sentar na cama para calçar seu AllStar preto – E o que compramos é porque ela merece, faz por onde ter essas coisas.
- Sim, baby, mas vocês exageram e sabem disso – Len sorriu ao ver a cara sapeca que ele fez sem negar e então levantou da cadeira, dando uma voltinha – O que acha?
- Eu acho que sou um sortudo do caralho em ser casado com uma mulher tão linda assim – Elena revirou os olhos ao que ele riu caminhando até ela e a abraçou pela cintura – É sério, como se não bastasse eu ter que ficar de olho nos caras da nossa idade, tenho que ficar esperto com esses bostinhas amigos da Penelope que estão sempre de gracinha pro seu lado com esses comentários de 'tia Elena, você tá mais pra irmã do que mãe da Penny', ou 'tia Elena, você é muito gata pra ser mãe de alguém de 16 anos'.
- E é ai que eu sempre uso o gancho pra falar sobre usarem camisinha – ambos riram – Mas não vem se fazer de besta não, senhor Poynter, que eu bem sei como você está adorando a atenção que as amigas da Penn estão te dando desde a volta da banda.
- Eca, Len, elas poderiam ser minhas filhas! – fez cara de nojo e ganhou um tapa no peito.
- Mas não são, e como uma antiga groupie eu sei o que se passa pela cabeça delas, ainda mais com um baixista que parece dormir no formol e fica mais gato com o tempo – ele sorriu convencido e deu um selinho nos lábios da mulher – Canalha, saiba que eu também estou de olho, viu?
- Amo uma esposa ciumenta, simplesmente amo – estreitou os braços ao redor da cintura de Len e a beijou, sendo abraçado pelo pescoço e tendo o beijo cheio de malícia correspondido.
- Eeeeca! Penny, eles estão de beijação de novo – uma vozinha de criança vinda porta interrompeu o beijo, mas não os separou do abraço.
- Ah fala sério, o papai vai me acelerar dizendo que estamos atrasados e os dois ai de beijação? – a menina replicou a cara do irmão mais novo ao parar na porta e flagrar os pais.
- Você enrola tanto se arrumando pro Josh que dá tempo pra ficar de beijação – Doug provocou e inclinou a esposa nos braços, encenando um beijo de cinema e conseguindo arrancar mais exclamações de nojo dos filhos.
- Primeiro de tudo, parem com isso na frente do coitado do Ben, já basta eu ter crescido com essas cenas, vou protegê-lo de passar por isso – a adolescente enumerou nos dedos – Segundo, vamos logo que a vovó disse que os convidados estão chegando – estreitou seus expressivos olhos azuis para o pai e disse antes de sair – E terceiro, eu não me arrumo para homem nenhum, quanto mais para o Josh.
- É, ela gosta do Dex – o pequeno Ben completou ainda parado na porta ao que a irmã gritou um 'JAMAIS' e os pais riram.

- Gente, parece que foi ontem que estávamos aqui nesse jardim todo decorado de Star Wars pro aniversário de seis anos da Penny – Tom comentou horas mais tarde com os amigos que preenchiam todas as cadeiras em volta da mesa separada para o grupo.
- Como assim isso já tem dez anos? – Georgia também se espantou – Foi o primeiro evento familiar que eu vim com o Danny.
- Dez anos, estamos realmente velhos – disse Izzy e todos riram.
- Esse tanto de crias correndo pelo jardim provam que o tempo passou e tá passando muito rápido – Sean completou olhando as crianças brincarem com Kirk, filhote de Spock, presente de Josh para Penny em seu aniversário de quinze anos.
- Gente, ao todo temos doze filhos, tem noção? – Giovanna calculou espantada.
- Ah, mas não vale porque você e o Tom levam um quarto dessa conta – Harry rebateu e todos riram.
- Olha quem fala, Judd, vocês levam o outro quarto – Fletcher disse abismado, fazendo os outros rirem ainda mais.
- Eu só tenho um – se defendeu Danny, fazendo a esposa concordar com a cabeça.
- Eu também – disseram Sean e Jazzie ao mesmo tempo e sorriram ao olhar para o pequeno Reggie que dormia nos braços do pai.
- Melhor ficarmos quietos aqui com o nosso breve quarto da conta – Nicholas fingiu falar baixo para a esposa, Brianna, causando mais risos nos amigos.
- Ah pelo menos vamos trazer mais uma menina pro grupo, Penny e Lola estão em desvantagem há muitos anos – a simpática e bela moça loira comentou ao acariciar sua barriga de sete meses, a espera de Charlotte.
- Mas a Penelope reinou solo por oito anos até os Fletcher terem o Buzz, que também teve um reinado relativamente longo como único bebê – disse Doug – A pobre da Lola já chegou no meio do furacão que é esse nosso grupo, mal foi mimada e já veio Buddy, Cooper, Ben, Ronan, Max, Reggie, Lockie e agora vem a Charlotte, que no ritmo de reprodução que temos, não deve ser a caçula por muito tempo.
- Tá insinuando algo, Poynter? – Elena arqueou as sobrancelhas e todos riram ainda mais.
- Ah, baby, levamos doze anos depois da Penelope pra providenciar o Ben – fez bico ao abraçar a esposa de lado – Os Hoult tiveram o Ronan quase na mesma época que a gente e já estão pra ter a Charlotte, você não fica com vontade?
- Não, obrigada – respondeu na lata, dando um selinho rápido no marido e os amigos gargalharam – Mas falando sério, se a Cathie ainda fizesse parte do grupo teríamos catorze crianças aqui.
- Me parte o coração saber que os gêmeos poderiam estar aqui nessa baderna que os nossos fazem – Jazzie concordou saudosa.
- Mas a vida é feita de escolhas e nós escolhemos manter um relacionamento saudável e distante – Len completou.
- O que não impacta em nada o relacionamento dela com a Penny, que a ama e se falam sempre – Dougie também comentou.
- Saudável – concordou Sean vendo a afilhada, que compartilhava com Cathie, vir em direção à mesa.
- Olá, senhoras e senhores, como estão? Se divertindo? Sendo bem servidos? – perguntou bem humorada, parando atrás da cadeira de Brianna, logo fazendo um carinho na barriga da madrasta – Caso estejam, os elogios podem ser feitos aos senhores Nicholas e Dougie, já caso não estejam, as reclamação podem ser direcionadas as senhoras Elena, Jazzie e Joan.
- Eu mereço ter carregado essa ingrata na barriga por nove meses e agora ela ser puxa saco dos pais assim? – Len perguntou incrédula e todos riram quando a menina sentou no colo da mãe e a abraçou pelo pescoço.
- Ah minha velhinha, tá tudo perfeito! – a adolescente continuou com graça para entreter os tios e tias, que riam ainda mais da cara de Elena ao ser chamada de velhinha.
- Penn, a gente estava comentando com todas suas quinhentas avós – disse Giovanna se referindo as mães de Doug, Elena, Nick e senhora Jordan, que conversavam numa mesa sob a sombra da arvore do jardim - Como é legal você gostar dessas festas em família, com tanta gente velha e crianças te enchendo o saco, mesmo estando na fase de detestar isso – Giovanna elogiou a menina que sorriu largo, ainda no colo da mãe, mesmo sendo quase maior que ela.
- Ah tia, eu cresci com vocês sempre reunidos, então não parece aniversário sem todos aqui, sem esses pentelhos querendo mexer nas minhas coisas – ela falava enquanto fazia carinho no priminho Reggie que ainda dormia nos braços de Sean.
- Mas não achem que é só isso aqui, tá? – Nick interrompeu a filha – Essa festa aqui é só protocolo anual familiar, ela vai sair mais tarde com os amigos.
- Ué, mas eles não estão aqui? – Harry questionou indicando uma mesa no canto do jardim onde quatro adolescentes cantavam encenando para um celular.
- Aqueles são os melhor amigos – Dougie explicou – Como conhecemos Dex, Josh, Anna e Mia há anos, eles já sabem como somos estranhos, então ela não liga deles virem pra essa festa.
- Mas para os amigos da escola precisa ter outra comemoração, uma onde nenhum de nós pode acabar com a reputação descolada dela – Elena completou em tom de provocação, arrumando o vestido preto, curto e rodado da filha em suas pernas, fazendo a menina revirar os olhos e rir.
- Vocês são ridículos – disse carinhosa – Um bando de tiozinhos ridículos.
- Ih, a nova geração de estranhos tá se entrosando com seus amigos, Penny – avisou Izzy, vendo Ben, Kit, Ronan e Max na mesa dos adolescentes, que riam ao conversar com os pequenos.
- Não! Esses trombadinhas vão grudar nos celulares do pessoal e não vão soltar mais – levantou num pulo e antes de sair jogou beijos no ar, sorrindo alegre para todos – Muito obrigada por terem vindo, primeira geração de estranhos, amo vocês!

A Garota da Porta Vermelha 2Where stories live. Discover now