Capítulo Oito: "Songs In My Pocket".

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Elena acordou com o barulho da televisão vindo da sala.
Abriu os olhos devagar e viu que o quarto estava começando a clarear, checou o relógio no criado mudo e percebeu que ainda estava cedo. Cedo demais pra um domingo. Sentou na cama e coçou os olhos, para então ser bombardeada com lembranças da madrugada.
- Doug – ela sussurrou, procurando pelo quarto algum indicio da presença dele, pra ter certeza que não havia sido um sonho. E então encontrou os sapatos dele perto da porta. Ele ainda estava ali! A garota levantou num pulo e foi até o banheiro, onde prendeu os cabelos num coque alto, lavou o rosto e escovou os dentes antes de ir até a sala, seguindo o som que vinha da TV.
Ela parou e se apoiou contra o batente, observando uma das cenas mais meigas que já vira na vida: Doug sentado no sofá, ainda de boxers e camiseta branca, com uma almofada verde no colo, servindo de apoio pra cabeça de Penny, que estava esparramada pelo sofá, ambos assistindo atentamente Alex e Clover tentarem salvar Sam de um supervilão em As Três Espiãs Demais.
- Bom dia – Len disse depois de algum tempo, sentando no braço do sofá, se apoiando em Doug para se inclinar e beijar a testa da filha, que nem se mexeu.
- Dia – o garoto sorriu ao passar o braço pelo quadril dela e beijar seu ombro.
- Ela não gosta de conversar assim que acorda – explicou indicando Penny com o queixo.
- Eu percebi – ele ainda sorria abertamente, daquele jeito bobo que Len tanto gostava – Estou aqui há quase meia hora e a única coisa que ela disse foi um "brigada" meio resmungado quando eu trouxe um copo de leite com achocolatado. A proposito, eu mexi na sua cozinha.
- Sem problemas – Elena disse baixinho, sentindo um calor gostoso se espalhar por seu corpo ao imaginar a cena de Doug em sua cozinha, preparando leite pra sua filha. Sem conseguir controlar, passou o braço pelo pescoço dele e beijou sua testa, ficando com o rosto apoiado em sua cabeça, respirando devagar, sentindo o cheiro, o calor e a presença de Doug a inundarem.
Na metade do episodio de Avatar – A Lenda de Ang, o mau humor matinal de Penn começou a se dissipar, fazendo a pequena soltar comentários sobre o desenho.
- Eu gosto do Zuko – ela disse ainda deitada no colo de Dougie, enquanto ele mexia em seus cabelos.
- Do Zuko? – ele perguntou olhando para Elena, que sorria por saber o motivo da escolha da filha – Ele não é o vilão?
- Não, o pai dele é tipo o senhor do fogo, ele é o malvado! O Zuko só quer fazer o papai dele gostar dele! – o jeito que ela falava ainda era meio sonolento, devagar para os padrões de Penny.
- Entendi... Então ele é seu favorito?
- Eu gosto do Ang, mas quero que a Katara seja namorada do Zuko, pra ele ficar bonzinho pra sempre! – Doug olhou meio incrédulo para Elena, que sorria ao dar outro beijo em sua testa, como se para conforma-lo da inteligência de Penny.
Ao final do episodio, Elena foi até a cozinha preparar o café da manhã, mas logo sentiu Doug abraça-la por trás enquanto pegava um bolo de chocolate que estava no balcão.
- Bom dia – ele sussurrou contra o pescoço da garota, a apertando contra si.
- Eu já te dei bom dia – Len entrelaçou suas mãos às dele e se aconchegou no abraço.
- Aquele foi um cumprimento à prova de menores de idade – Doug acompanhou a risada da garota, logo depositando um beijo em seu pescoço – Falando sério, tudo bem eu ficar?
- Claro que sim! – Len virou o rosto para encara-lo – Por quê?
- A Penelope está estranha comigo...
- Baby, eu já disse que ela é ranzinza de manhã... – de repente Doug fechou os olhos e encostou os lábios nos de Len, num selinho rápido – O que foi?
- Que saudade de te ouvir me chamando de baby – confessou baixinho, ainda de olhos fechados.
- Baby, baby, baby – a garota sussurrou contra os lábios dele, para então completar rindo – Oooh.
- Ai não! Até você na Bieber fever? – ele também riu, abriu os olhos e mordeu a ponta do nariz dela.
- Esse garoto tá fazendo muito sucesso nos Estados Unidos, a Penn o adora – Len virou no abraço e o encarou sorrindo – Eu juro se que ouvir o refrão de One Time mais uma vez eu me mato.
- Mas ela tem que ser fã de verdade é do McFly! – ele protestou com um bico.
- Tarde demais, baby, a Carrie Underwood chegou primeiro.
- E perdemos mais uma pra musica country!
- Ei, nós adoramos música country, okay? Não critica o que você não conhece! Já ouviu Rascall Flats? Thomas Rhett? Lady Antebellum? Jana Kramer? Gloriana? Todos eles são incríveis! E tem esse garotinho que começou a fazer sucesso na internet pouco antes de virmos pra Londres que é ótimo... Hunter Hayes. Acho que não tivéssemos saído do Texas, ele seria o primeiro amor platônico da Penn, ela pirava nele.
- Que mané amor platônico - Doug resmungou fazendo careta – Eu só vou deixa-la ter paixonites depois dos 18 e só pelo Josh ou pelo filho da amiga da minha mãe, o Dexter, já que eu vou acompanhar o crescimento de perto dos dois.
- Isso quer dizer... – Elena desviou o olhar, sentindo o rosto corar. Mas então lembrou que não era mais uma adolescente que deveria ter medo de se expressar, ainda mais depois de todo o que esse medo tinha causado – Isso quer dizer que você pretende estar por perto até os 18 anos da Penn?
- Mamãe! – a garotinha escolheu esse momento para gritar da sala.
- Já vou! – Len se soltou do abraço de Doug e começou a sair da cozinha.
- Baby – ele a chamou no último segundo, e disse de uma vez quando ela o olhou – Eu não pretendo estar por perto até os 18 anos da Penelope... Eu pretendo ficar pra sempre. Já perdi vocês uma vez, me recuso a perder de novo.
- Ai Poynter – Len abriu o sorriso mais bobo do mundo e voltou até o garoto correndo, para se jogar em seus braços e lhe dar um selinho forte, e então foi igualmente rápido até a sala ver o que sua pequena queria.

A Garota da Porta Vermelha 2Where stories live. Discover now