Capítulo Nove: "Até personagens de contos de fadas ficariam com inveja".

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- Tio Seeeeean! – a pequena gritava com o celular da mãe nas mãozinhas.
- Peneeeelope – o rapaz a imitou pela chamada de vídeo, logo abrindo um enorme sorriso – Que saudade da minha gatinha!
- Eu também, eu também! – Penn pulava animadamente no sofá da cada de Joan, observada por Jazzie e Elena – Você vem pro meu aniversário?
- Seu aniversário? Como assim, aniversário de novo? Você acabou de fazer cinco anos! Sua festa aqui no Texas foi esses dias!
- Tio, você tá maluquinho... Aquela festa da Mulan faz um tempãããão – Penny ria da cara incrédula que Sean fazia no celular.
- Não pode ser! Vocês foram pra Londres na semana passada! – o rapaz mantinha o teatro, fazendo a pequena rir.
- Não foi não, perai... Mamãe? – ela olhou para Elena que só acompanhava a cena e sorria – Quando a gente veio pra nova casa?
- Hum, já tem uns cinco meses – a própria Len se assustou com o calculo e olhou espantada para Jazzie.
- Ouviu, tio? Já tem uns cinco meses – Penny respondeu igual a mãe, fazendo os três adultos que ouviam a conversa rir da imitação fiel da mini Elena.
- Tá explicado porque eu tô maluco – Sean bateu na própria testa – Isso tudo é saudade de você, princesa! Olha o tempão que o tio tá aqui abandonado!
- É só você vir pro meu aniversário, tio! Eu quero te mostrar a casa nova e meu quarto!
- O tio vai tentar terminar uns trabalhos aqui e ir, tá bom?
- Tá, mas não traz nenhuma peladona junto, okay? – a pequena pediu, fazendo o rapaz gargalhar e Elena revirar os olhos.
- Okay, gatinha, pode deixar que eu vou sozinho – Sean então conversou mais alguns minutos com a menina até pedir para falar com Elena, que saiu da sala para que a filha não ouvisse o assunto.
- Quando você chega? – ela perguntou baixo ao chegar à cozinha.
- Meu voo esta previsto para aterrissar às dez da noite de amanhã.
- Ela vai pirar quando você aparecer antes da festa.
- Eu não sei nem se vou conseguir dormir de ansiedade – ele confessou e Elena sorriu encantada – Você já reconsiderou a oferta de me vender a Penny?
- Jamais! – Doug disse de repente ao entrar na cozinha – Pode tratar de fazer uma pra você, cara, essa aqui é nossa.
- Porra, Poynter, eu tenho certeza que vocês estão praticando pra caramba e eu não tenho ninguém – Sean sorriu de forma maliciosa ao ver Doug abraçar Elena por trás e rir do comentário - Vende essa que já passou da fase das fraldas pra mim!
- Quem vê assim pensa que você não trocou fralda – Len comentou aconchegada nos braços do namorado.
- Por isso mesmo, estou traumatizado pra uma vida toda. Quero um filho já criado pra eu não ter que passar por isso de novo.
- Se você acha que ela esta criada com cinco anos, você não está pronto mesmo pra ser pai – Doug aconselhou e o outro rapaz fez bico.
- Poxa, eu só levo rasteira desse casal – Sean reclamou.
- Chego ao aeroporto umas dez e meia amanhã, combinado? – Doug perguntou e logo Elena virou com cara de incrédula – Que foi?
- Como você sabe quando ele chega? E como assim vai busca-lo?
- Quem manda você ser péssima para ler as conversas do grupo? – Sean a questionou, rindo da cara que ela ainda fazia.
- Eu sabia que não deveria ter deixado a Jazzie criar aquele grupo com vocês!
- Ih, tá com ciuminho! Não quer dividir o namorado! – Sean provocou, fazendo Doug rir.
- Mamãe! – a voz de Penny gritando da sala os interrompeu – Posso ir ali na casa da amiga da vovó Joan com ela? O irmão do Dexter tem um novo videogame e disse que a gente pode jogar!
- Pode ir, mas obedece a vovó, se comporta e não bate no Dexter – Elena respondeu em voz alta, recebendo um agradecimento em tom de comemoração.
- Quem é esse Dexter? Quantos anos ele tem? E quais as intenções dele com a Penny? – Sean perguntou serio e Elena riu.
- Eu já estou de olho nele, cara – Doug respondeu serio também, fazendo a garota rir ainda mais.
- Ele é filho de uma amiga da Joan, tem sete anos e é um menininho adorável, seus malucos super protetores.
- Eu não confio na sua opinião, Len, você é boazinha demais – Sean respondeu – Doug, fica esperto nesse delinquente que usa desculpas como 'jogar videogame' pra atrair nossa menina pra casa dele.
- O problema maior nem é ele, cara! Já ouviu falar do tal do Josh? – Elena só acompanhava a conversa com um sorriso bobo no rosto. Doug então contou sobre o primo de Giovanna que era o amor e ódio da filha – E você sabe qual é o meu medo, né? Eu implicava com a Elena igualzinho, então eu bem sei o que esse Josh quer com a Penelope.
- Pelo amor de Deus, ele tem só sete anos! – ela interferiu – Tudo bem que a sua mentalidade tá ali ó, quase igual à dele, mas olha que absurdo vocês estão falando!
- Baby, se eu tivesse te conhecido aos sete anos já saberia que você é o amor da minha vida – Doug disse as palavras como se estivesse comentando sobre o tempo, como se fosse a coisa mais normal do mundo em se dizer na presença de um amigo, como se fosse natural. E era.
- Nossa, cara, depois dessa eu vou até desligar – Sean secou uma lagrima imaginaria – Preciso tomar um sorvete e chorar por não ter um Doug Poynter na minha vida.
- Podemos resolver isso quando você chegar aqui, Sean boy – ele fez graça e recebeu um cutucão de Elena – Vamos desligar mesmo que tem alguém aqui com ciúme. Até amanhã, cara.
- Tchau, Sean – a menina respondeu brevemente.
- Até, casal – Sean jogou um beijo e encerrou a chamada de vídeo.
- Você não pode falar essas coisas assim do nada, Poynter – Elena colocou o celular na bancada e virou nos braços do namorado, o abraçando pela cintura e logo escondendo o rosto contra seu pescoço.
- Que você é ciumenta? – Doug a abraçou apertado pelos ombros, enfiando o rosto em meio aos cabelos de Len, respirando fundo.
- Não – ela respondeu com a boca de encontro ao pescoço dele, também inspirando profundamente ao passar o nariz de leve pela pele de Doug e completou num sussurro – Que eu sou o amor da sua vida.
- E porque eu não posso falar isso do nada? É verdade! – ele também falava baixinho perto do ouvido dela, naquele ninho em forma de abraço que eles haviam criado.
- Mas acaba comigo, me dá vontade de chorar toda vez.
- Por quê? Eu falo pra te fazer feliz.
- E me faz, muito! E por isso eu sinto vontade de abrir o maior berreiro e chorar por algumas horas seguidas, de bater os pés no chão igual a Penny quando tá fazendo drama.
- Você é estranha – ele murmurou rindo fraco e beijou a testa de Elena.
- Nossa vida é estranha – a garota se afastou um pouco para olha-lo nos olhos sem sair do abraço – Você já parou pra pensar na loucura que foi eu parar na sala da Jazzie no colégio? E sua mãe me oferecer a casa de vocês pra ficar durante o intercambio? Justo vocês! Ninguém conhecia o McFly no Brasil naquela época, mas eu conhecia e gostava de você!
- Destinados a ficarmos juntos – ele sorriu e deu um selinho demorado na namorada.
- E aquelas briguinhas mais sem noção do mundo? Eu não era assim nem quando criança, mas com você era tão natural... E idiota!
- Mas era engraçado – Doug pontuou.
- Olhando agora, sim! – ela admitiu com um sorriso saudoso – O que não foi nada engraçado foi ter que aguentar você esfregando a Sallie na minha cara durante meses!
- Mas eu só fiquei com ela pra te fazer ciúme!
- E conseguiu! Eu tinha vontade de estrangular você diariamente! O pior de tudo era não conseguir odiá-la, sabe? Ela era um amor.
- Eu tenho bom gosto – ele provocou e ganhou um beliscão na barriga, o fazendo rir alto – Eu estava me referindo a você, baby!
- O pior é que eu não posso negar que você costuma mesmo gostar de garotas legais... A Sallie, eu, a Cathie – Doug notou o tom de voz triste de Len ao mencionar a amiga.
- Costumava, no passado – ele corrigiu carinhoso – Eu só gosto de uma garota e vou gostar somente dela até o fim da vida.
- Ai, baby – Elena sorriu encantada, mas graça da frase piegas.
- Eu estava falando da Penelope – Doug respondeu rindo.
- Ei! – a garota riu – O pior é que eu nem posso ficar brava ou discordar, quando na verdade me deu vontade de chorar de novo. Eu me derreto vendo vocês juntos, o quanto você gosta e cuida dela. Nunca no meu sonho mais maluco eu poderia imaginar que teria você de volta e que você gostaria da minha pequena assim.
- Eu sou apaixonado por essa maluquinha, Len, daria minha vida por ela – Elena viu os olhos dele brilhar ao dizer isso.
- Você sabe o fato de você amar minha filha te faz ser ainda mais incrível aos meus olhos, certo? – ela ficou na ponta dos pés e deu um selinho em seus lábios – Meu coração parece que vai inchar até explodir quando vejo o quanto vocês se gostam.
- A nossa ligação começou com ela ainda dentro da sua barriga – ele confessou baixinho, de forma tímida – Era como se minha cabeça soubesse que ela poderia não ser minha filha, mas meu coração já batia por ela, sei lá... Lembra quando você me perguntou como eu podia te perdoar por ter me traído? Eu sempre soube que você nunca me magoaria de proposito, então depois de um tempo a raiva passou e eu só senti saudade. Dai veio aquele seu diário maluco e eu percebi o absurdo da situação toda. Eu estava apaixonado por uma brasileira bravinha, extremamente cativante, mandona, que tinha vindo parar sozinha na Inglaterra depois de perder a melhor amiga, que encantou toda a minha família e amigos, que conquistou um bostinha que atuava numa série bostinha na época, e que por culpa desse bostinha eu a perderia pra sempre senão decidisse logo como me sentia quando soube que ela poderia estar esperando um bebê que poderia ser meu ou dele.
- Que novela mexicana – Len comentou baixinho de forma emocionada ao relembrar a vida deles até ali.
- Minha mãe uma vez me disse que a alma da Penelope se conectou com a minha e por isso eu não me importei com a possibilidade dela ser filha do Hoult quando repintei sua porta de vermelho e te pedi de volta. Eu acredito nisso até hoje – Doug encostou sua testa na de Elena enquanto suas mãos acariciavam os cabelos da menina – Não faz diferença nenhuma ela ser dele, eu a amo e vou ama-la pra sempre, fosse ela filha de quem fosse.
- Ela é muito mais sua que dele, você sabe disso, né? – Len mordeu o lábio para evitar que ele tremesse – Ela idolatra o chão que você pisa! Já tive que trabalhar as expectativas dela algumas vezes nesses últimos meses.
- Em que sentido?
- Ela se referiu a você como pai mais de uma vez – a garota disse baixinho, receosa da reação de Doug.
- E isso te incomoda? – Doug também tinha a voz baixa, ainda olhando a namorada bem de perto.
- Não, nem um pouco. E você?
- Eu só tenho medo – Dougie confessou com os olhos brilhando.
- Medo de que?
- De me apegar mais que eu já me apeguei a ela e vocês me deixarem de novo, eu não sei se aguento dessa vez – ele desviou o olhar e balançou a cabeça de leve.
- Doug, olha pra mim – Elena pediu respirando fundo para evitar chorar – Eu prometo, eu juro pra você que nunca mais farei algo assim. Mesmo que a gente não dê certo de novo, você fará parte da vida da Penny independente disso.
- Len, é sério, eu não sei o que seria de mim se perdesse vocês duas de novo – ele ainda parecia envergonhado em confessar seus sentimentos – Da primeira vez foi horrível, mas eu ainda não conhecia a Penelope... Agora? Eu não sei mesmo o que eu faria.
- Eu não vou fazer isso, Doug, nem com você e nem com a Penny. Vocês se amam demais pra me perdoar e eu os amo demais pra separa-los.
- Obrigado por isso, é um peso que você tira do meu coração – ele se inclinou e deu um selinho demorado em Elena.
- Essa Penny é muito sortuda por ter você – ela disse com os lábios ainda encostados aos dele.
- Eu também sou seu, Len - Doug fez um carinho com seu nariz no dela – Sempre fui e sempre serei.
- Olha você me fazendo ter vontade de chorar de novo – ela reclamou sorrindo e mordeu o lábio inferior dele de brincadeira.
- Nossa, então eu nem vou me arriscar a dizer que te amo – ele disse rindo fraco ao ver os olhos de Elena se arregalarem ao entender a frase.
- Dougie! – ela deu mais um beliscão de leve em suas costelas, fazendo-o rir mais.
- Que é? Eu não disse que te amo, nem nada!
- Para, vai me fazer chorar! - os olhos dela estavam mesmo cheios de lagrimas, mesmo rindo junto do namorado.
- Ei, mãe da Penelope – ele a abraçou apertado de novo e sussurrou em seu ouvido ainda com um sorriso na voz – Eu amo você.
- Eu também te amo, Dougie Poynter, seu idiota – Len disse baixinho contra o peito de Doug, o fazendo rir e apertar mais o abraço.
- Ah, essa declaração só vale se for gritada na chuva! – ainda rindo ele então segurou o rosto da namorada com as duas mãos e trouxe de encontro ao seu, dando um selinho carinhoso antes de passar a língua por seu lábio inferior e aprofundar o beijo quando Len deixou que sua língua encontrasse a dele.

A Garota da Porta Vermelha 2Onde histórias criam vida. Descubra agora