Capítulo Sete: "Acredite em mim, estou mentindo".

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- CALA A BOCA! – Cathie gritou ao avançar na direção de Elena.
- Não grita com a minha mamãe – a voz de Penn surpreendeu aos três, que viram a pequena entrar na sala olhando feio para a madrinha.
- Penelope, não se mete! Volta pra festa agora! Isso é conversa de adultos – Dougie disse ríspido, fazendo Penn estacar no lugar e seus olhos azuis lacrimejarem.
- Amor, olha pra mamãe – Len abaixou para olha-la nos olhos e disse baixinho – Fica com a tia Jazzie um pouquinho? Por favor?
- Mas eles estão brigando com você – a pequena num sussurro, o lábio inferior tremendo.
- Não estão não... A gente só está conversando – Elena arrumou a tiarinha que deixava alguns fios da franja caírem no olho da filha – A mamãe promete que já te encontra... Pra gente dançar a nossa música.
- Vão tocar nossa música? – a menininha fungou.
- Você pode ir pedir pro tio Mark, o que acha? Pode ser?
- Pode – Penny disse ainda de bico e saiu da sala, não antes de lançar um olhar feio à Cathie.
- Escuta bem que eu só vou falar uma vez – a garota se aproximou de Doug assim que Penn saiu da sala e praticamente sibilou – Da próxima vez que você pensar em falar assim com a minha filha, lembre-se que será a última, lembre-se que ela não te fez mal algum, lembre-se que eu acabo com quem for preciso se minha filha for magoada... Principalmente por um eterno adolescente feito você, que nunca saiu dos 19 anos, que guarda rancor até da própria sombra! Em nenhum momento eu te obriguei a ser legal com a Penny, isso foi iniciativa sua, então quando sentir que não pode mais ser assim, se afaste! Ela só tem cinco anos, Poynter, a criança da história é ela e não você.
- Eu me entendo com a Penelope depois – Dougie respondeu de forma irônica.
- Não, você vai se entender comigo – Elena revidou no mesmo tom.
- Nossa, eu tô atrapalhando? Vocês querem um quarto? – Cathie interrompeu, fazendo gestos exagerados.
- Menos, Catherine, bem menos – Doug revirou os olhos para a namorada – Acho bom a gente terminar o que a Penelope interrompeu pra podermos seguir em frente com as nossas vidas e principalmente não atrapalhar a festa da minha mãe.
- O que mais temos pra falar? Pelo o que entendi eu fui a responsável por unir vocês e ao mesmo tempo sou culpada por destruir o relacionamento dos dois! – Elena disse rápido, percebendo que Cathie tomaria a frente – Ah, já ia me esquecendo! Catherine ficou nervosinha quando a acusei de sempre gostar de você e tramar contra mim!
- E eu já mandei você calar a boca! – Cathie mais uma vez fez menção de avançar sobre Elena, mas Doug interveio e a segurou pelo braço.
- Catherine, se acalma!
- Pode soltar, Poynter, deixe que ela venha – Elena desencostou da parede perto da porta e se aproximou do casal, para então completar mais baixo – Mas vamos combinar? Quão ridículo é ver duas mulheres brigando por um homem? Particularmente acho patético... Mas se é isso que você quer... Quem sou eu pra negar? Encosta em mim pra ver o que acontece, sua traíra.
- Você é uma cínica, Elena! A falsa, a traíra aqui é você! – Cathie tentou soltar o braço que Doug ainda segurava, sem sucesso – Como é capaz de achar, de dizer que eu sempre gostei do Doug? Sendo que eu fui quem mais torceu por vocês? Eu te consolei quando vocês terminaram... Eu pedi pra ele maneirar nas coisas que te dizia...
- E onde foi parar toda essa bondade quando eu fui embora? Você jogou tudo debaixo do tapete e correu pra cama dele?
- As coisas não aconteceram assim e você sabe, Elena – Doug respondeu sério.
- Eu sei? Sei? Eu não sei de mais nada, Poynter! – a voz de Len ganhou um tom mais alto e desesperado – Ninguém me contou nada! Acham que foi divertido voltar e descobrir que duas das pessoas que eu mais amava nesse mundo vinham mentindo pra mim? Do Dougie eu esperava algo do tipo... Mas não de você, Cathie, justo você... 
- Eu te disse, Len, eu te expliquei... Não deu pra evitar...
- ISSO AQUI É A VIDA REAL, CATHERINE! NÃO UM SERIADO ONDE AS PESSOAS NÃO CONSEGUEM CONTROLAR SEUS INSTINTOS!
- Para de gritar, Elena – Doug a repreendeu.
- Ah, cala a boca, Poynter! Essa pose de pacificador já deu! Eu até concordo que você não me deve nada, nem explicações, mas tenha certeza que eu nunca vou te perdoar...
- VOCÊ FOI EMBORA, PORRA! Por quanto tempo teremos que remoer essa merda de historia? Supera, Elena! Eu segui em frente e você deveria fazer o mesmo...
- Eu já segui em frente! Mas vocês dois parecem não poder me deixar em paz! A sua namorada é quem sempre me coloca no meio dessa porcaria de relação de vocês! Sempre com mentiras e invenções sem pé nem cabeça!
- Do que você tá falando? Eu nunca menti sobre na...
- Ah, me poupe, Cathie! – Elena cortou rindo irônica – Nós três sabemos sobre a apresentação de ballet e sobre a ida do seu namorado ao Texas! Esta na hora de confessar seus pecados, amiga.
- Catherine, eu te fiz uma pergunta ontem e de novo há quase uma hora e você ainda não me respondeu – Doug afrouxou mais a gravata e respirou fundo antes de encarar a namorada – Porque você esta agindo assim?

A Garota da Porta Vermelha 2Donde viven las historias. Descúbrelo ahora