dezessete.

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HARRY.

      POR QUE ELE NÃO SE IMPORTAVA?

   Aquilo estava me deixando maluco.
 
   Tudo relacionado a ele estava
me deixando maluco. A forma como eu o desejava, as lembranças da noite anterior, o fato de ele parecer totalmente inabalado diante da minha insistência para que esquecêssemos o que havia acontecido. Na verdade, fora eu quem tocara no assunto de novo! Aquilo era maluquice!

   Mas nada do que eu dissera o havia perturbado, e sua capacidade de permanecer calmo e desinteressado enquanto eu me desesperava me dava vontade de gritar. Ele estivera totalmente interessado em mim na noite anterior! A ideia do boquete fora dele!

   Por. Que. Ele. Não. Se. Importava?

   Pior que isso: por que eu me importava tanto?

   Depois de uma carona silenciosa até o bar, eu o deixei lá e dirigi a esmo durante uma hora, tentando colocar a cabeça no lugar. Como não funcionou, estacionei no shopping e fui a algumas lojas, dizendo a mim mesmo que precisava escolher um presente de aniversário para Gemma, mas, em vez disso, comprei um monte de coisas para Louis.

   Talvez o problema fosse vê-lo usando minhas roupas. Talvez, se eu afastasse aquela sensação estranha e possessiva de proximidade, ficaria menos confuso.

    Na minha volta para casa, liguei para Liam e perguntei se eu poderia dar uma passada na casa dele. Precisava de distração, e a casa dele era sempre um caos total.

   – Claro. Pode vir. Estamos no quintal.

   Meia hora depois, eu estava sentado em seu pátio, com uma cerveja gelada na mão, observando os filhos dele brincarem em uma pequena piscina de plástico. Maya estava dentro de casa, preparando kebabs para colocar na grelha, e Liam estava sentado ao meu lado, enchendo uma enorme boia em formato de jacaré que era grande demais para a piscina. Quando terminou, entregou a boia à Pennie, sua filha mais velha, e disse a ela para deixar os outros brincarem também.

   – Não – ela respondeu, correndo com o jacaré. – Tio Harry, fique olhando!

   Ele voltou à sua cerveja.

   – De quem foi a ideia de ter filhos? – Fala sério, seus filhos são ótimos. – Aplaudi e assobiei quando

   Pennie pulou na piscina com a boia.

   – Eu sei, mas estão acabando com minha vida. Ei, Will! – gritou para o filho de cinco anos. – Não empurre seu irmão! Ele vai cair e eu terei que levantar desta cadeira para socorrê-lo e eu não quero ter que levantar desta cadeira!

   – Eu ouvi isso! – Maya gritou através da tela.

   – Você ouve tudo – resmungou Liam. Ele colocou a cerveja sobre a mesa e esticou as pernas, cruzando-as na altura do tornozelo. Seus braços estavam cruzados sobre o abdômen, que apresentava os primeiros sinais de uma barriguinha. – Meu Deus, estou cansado.

   Lembra quando eu conseguia ficar acordado até depois das dez e não ficava exausto no dia seguinte?

   – Vagamente.

i choose you.Where stories live. Discover now