vinte e três.

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HARRY.

    TINHA CHEGADO a hora. Não dava para voltar atrás.

   Não que eu quisesse voltar atrás.

   Todas as minhas inibições haviam desaparecido, aniquiladas pela minha necessidade física de ter aquele homem. Possuí-lo. Saber, de uma vez por todas.

   Eu mal conseguia me controlar ao abrir a embalagem de preservativo e colocá-lo no meu pau ansioso.

     Meus dedos tremiam. Era um tipo de excitação diferente de tudo que eu já tivesse sentido – um turbilhão vigoroso de nervosismo, desejo, expectativa, medo, esperança, pavor, cobiça, alegria. E, no centro de tudo isso, no olho do furacão, minha percepção dele. Louis.

   Eu não queria só responder a uma pergunta. O que eu queria era ele.

   Depois de voltar da casa de Kendall , eu tentara me entorpecer com uísque – eu não aprendia nunca – e esquecer o que sentira ao vê-lo flertar com aquelas mulheres. Mas era inútil. Soube que era inútil no momento em que ouvi sua chave na fechadura.
 
   Soube o que faria no instante em que o vi de onde estava sentado, sozinho, no escuro. Eu só torcia para que ele tivesse o bom senso de me fazer parar. Mas ele não teve.

    E, quanto mais nos beijávamos e tocávamos e lutávamos contra o que finalmente percebi que seria o desfecho inevitável daquela paixão, mais eu queria me entregar ao que sentia.

    Então me entreguei – repeli qualquer dúvida que ainda restasse e deixei meus instintos mais primitivos assumirem o controle. E agora
estava sendo recompensado. O corpo dele sob o meu. O pau dele na minha boca. A porra dele descendo pela minha garganta. Sua bunda durinha e sexy se esfregando nos meus dedos.

   Sua mão no próprio pau. Devagar, devagar agora.

    Meu coração estava aos pulos. Eu não conseguia respirar. A voz baixa e doce de Louis no escuro era como um segredo que eu queria guardar para sempre.

   Ele fechou os olhos, respirando fundo e de forma ritmada, uma expressão tensa em seu rosto enquanto eu gentilmente enfiava a cabeça do meu pau dentro dele.

   Eu não conseguia falar. Nem mesmo conseguia formar frases na minha cabeça – só conseguia combinar palavras aleatórias conforme meu cérebro tentava processar o que eu estava sentindo enquanto deslizava cada vez mais fundo, pouco a pouco.

    Porra. Sim. Gostoso. Apertado. Isso. Maie. Quero. Quando já estava enterrado nele, me dobrei para a frente, me apoiando nos braços e sustentando meu corpo acima dele, meus lábios a um centímetro dos dele.

    Fechei os olhos.

   – Ah, meu Deus.

   Ele me envolveu com os braços e pernas.

   – Está gostando?

   Engoli em seco, com medo de me mexer, pois sabia que ia gozar logo.

   – Sim.

   Ele me beijou, sua língua passando de forma provocadora entre meus lábios.

   – Eu quero que isto seja tudo o que você imaginou.

   Mas eu não tinha imaginado nada remotamente parecido com aquilo.

i choose you.Where stories live. Discover now