Capítulo 4

188 19 2
                                    




André

Eu nunca sabia o que esperar dela, nunca!

Num momento ela é o furacão que arrasa com a minha vida e em outro ela é a mulher mais frágil e destruída que eu conheço. Não sei mais como lidar com ela.

Ao mesmo tempo que quero arrancá-la da minha vida, tenho medo de seu futuro sem mim.

Minha mente não para de me pregar peças, me mostrando o tempo todo o quão vulnerável ela ficará longe de mim. Mais ainda do que já é.

De uma forma ou de outra, eu precisava de uma decisão dela. Era tudo ou nada nesse momento. E mesmo sabendo que eu poderia me arrepender de como estava conduzindo as coisas, eu precisava mostrar a ela, que não seria mais assim. Eu precisava de mais. Mais de mim e mais dela.

Esse casamento de fachada não continuaria. Ou ela estava comigo ou não. Sem meio termos, sem joguinhos, sem medos. Um tinha que estar para o outro em qualquer situação e se ela não estava disposta a isso, eu não ficaria assistindo ela se destruir e me destruir.

Quando cheguei da fábrica, estava pronto para tentar a abordagem de Antônio. Tudo que ele me disse sobre o casamento ser sobre renuncias, sobre compaixão e entendimento. Eu tentei, juro! Mas eu perdia o controle sempre que chegava perto dela. SEMPRE!

Minha vontade era arrancar de meu peito todo a agonia que existia por não saber o que aconteceu nos dois meses que fiquei fora. Por ver a menina mais meiga que já conheci, se transformar na mais amargurada e triste pessoa do mundo.

Não questionei nada no dia do nosso casamento, achei que era nervoso, ou que ela estava triste por deixar o convento. Eu pensei tanta coisa que deixei minha mente ser nublada e não reconhecer os sinais. Ela mudou e está me fazendo mudar, para o meu pior.

Naquela época eu não tinha rompantes como agora, não me irritava tanto, não me arrependia de nada! Agora eu só acordo e perambulo pela cidade fazendo o que meus irmãos me pedem, porque por mim, eu ficaria o dia todo enfiado dentro de um bar, afogando as amarguras de minha vida e me arrependendo de ter trazido aquela mulher para minha vida.

— E se ela dissesse que queria o divórcio? — enchi um copo de whisky e virei deixando que a bebida queimasse minha garganta. — Eu teria coragem para assinar? — enchi mais um copo e virei. A biblioteca era um lugar dela, mas hoje ela seria minha parceira de bebedeira. — O que há em Colinas que nem ela e nem Antônio me contam? — mais uma copo para dentro.

Tantos questionamentos sem respostas.

Pergunta após pergunta eu entornava um copo, na tentativa de clarear minha mente e descobrir tudo que estava escondido dentro daquelas paredes inquebráveis. Eu precisava de respostas, mas a única pessoa que poderia me dá-las, estava trancada no quarto fazendo só Deus sabe o que.

Lana

Pelo silêncio que invadia a casa, era bem provável de André tenha saído de novo. Mesmo que não fosse isso o que eu quisesse eu precisava de tempo para pensar em com administrar aquele novo conflito. Como eu o faria recuar? Será que eu ainda tinha alguma tática para fazer isso acontecer?

Não! Eu vi em seu olhar que essa era a nossa última chance, o nosso fim caso eu negasse o seu pedido. E eu teria coragem de aceitar só para ficar mais um pouco perto dele? Para tentar fazer com que nosso casamento começasse de uma vez? Eu abriria mão de mim para viver o nós?

Não sei!

Eu tinha tanto medo do que aconteceu naquela cidade que eu não saberia responder nem se estivesse com uma corda em meu pescoço. A única coisa que eu poderia fazer era dar a primeira reposta que passasse em minha cabeça assim que ele me confrontasse novamente.

O conde domado - Livro 3 - sem revisãoWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu