Capítulo 21

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André

Não teve banho que acalmasse o fogo que se espalhava em meu corpo. Cada vez que eu fechava os olhos eu sentia o calor dela em mim e novamente ficava excitado. Demorei a pegar no sono pensando o que teria acontecido se a gente tivesse essa intimidade desde que nos conhecemos.

Acordei no dia seguinte antes de o sol nascer, eu só queria ficar perto dela, com ela bem colada a mim. Eu não a deixaria fugir de novo.

— Bom dia senhor — Kate me cumprimentou assim que desci as escadas.

— Bom dia. Assim que minha esposa descer me chame para tomar café com ela.

— Ela já acordou senhor, está na cozinha. — tirei o relógio do bolso para ter certeza que eu não tinha olhado o horário errado.

— Então pode servir.

Fui até a mesa de jantar e me sentei, Maria Rita apareceu alguns segundos depois e não me encarou.

— Bom dia — falei.

— Bom dia — ela sussurrou e aguardou Kate terminar de colocar as coisas na mesa. Esperei a governanta se afastar para confrontá-la, interceptando sua mão não hora que ela ia pegar um pão.

—Não vai me encarar agora? — ela levantou os olhos devagar e percebi que suas bochechas estavam coradas.

— Não sei como te encarar — ela continuava falando baixo.

— Do mesmo jeito que todos os dias, não tem por que mudar.

— É novo para mim André, eu ainda...

— Tudo bem. Vamos devagar como você falou.

— Obrigada — eu abri minha mão para soltá-la, mas ela não a retirou do lugar. Sorri de lado, abaixei meu rosto em direção a sua mão e a beijei devagar, como eu gostaria de fazer com todo o seu corpo. Levantei meus olhos até ela que me encarava com a boca semi aberta. Me afastei e ela puxou a mão devolta.

— Quer ir comigo visitar o local da fábrica?

— Você ficaria chateado se eu não fosse?

— Não, mas eu gostaria da sua companhia.

— Então pode ficar aqui comigo e ir outro dia.

— Bem que eu gostaria, mas Antônio quer um relatório para ontem sobre as percepções da cidade e da localidade.

—Entendo — ela se remexeu desconfortável e bebeu o café que tinha colocado em sua xícara.

— Eu ficaria muito feliz se me acompanhasse hoje, assim eu não precisaria ficar conversando com os advogados por muito tempo. — ela levantou os olhos castanhos novamente para mim — E poderiamos voltar para casa e desfrutarmos da companhia um do outro.

— Você não vai desistir, não é? — ela abaixou a xícara querendo rir.

— Eu quero muito sua companhia hoje.

— Tudo bem, mas me prometa que não vai demorar. — isso me lembrou a conversa que tive com Kate.

— Prometo e assim que chegarmos quero conversar um assunto sério com você.

— Aquele que desistiu de falar ontem a noite? — os olhos dela brilharam.

— Ele mesmo, mas não vou correr o risco de me destrair dessa vez, conversaremos no escritório — ela deu um sorrisinho de lado.

— Lá eu não corro perigo? — um fogo se ascendeu dentro de mim e eu vi que ela se divertia com isso.

— Depois de ontem, não sei se há algum lugar nessa casa que lhe deixe segura de mim. — ela manteve seus olhos presos aos meus e afastei minha cadeira e me ajoelhei ao lado da sua, trazendo seu rosto para perto de mim com ambas as mãos, acariciando seu rosto delicado — Eu não quero mais aquele espaço que existia entre nós, quero que você confie em mim e acredite que nosso casamento pode dar certo. — rocei meus lábios nos dela e ela suspirou — Só me deixe entrar em sua vida.

— André — suas mãos estavam pousadas sobre a minha.

— Eu sei, devagar, eu vou ser paciênte, mas não me afaste.

— Eu vou tentar — mordi seu lábio inferior levemente e vi sua pele se arrepiar. — Eu a quero como minha esposa de verdade, mas vou respeitar todas as suas vontades, como nos últimos 5 anos. Mas não me exclua de novo.

— Eu não vou, eu não poderia — sorri com sua resposta e a beijei, desta vez suavemente.

O gosto dela me inebriava. O cheiro me deixava hipnotizado e a forma que ela me olhava me deixava louco.

Me afastei relutante e voltei a me sentar. Comemos nos encarando o tempo todo, com sorrisos bobos brindando o nosso momento.

Ela se levantou primeiro que eu para se arrumar e quando acabei meu café fui até o hall da entrada da casa esperá-la para sairmos. Não demorou mais do que 10 minutos e ela desceu a escada com seu vestido azul marinho de gola alta e mangas.

Eu não levava em consideração suas vestimentas até agora, precisava com urgência levá-la até um atelie para fazer novos vestidos. Esses era sérios demais para ela. Não mostravam toda a sua beleza.

— Pronta? — ela confirmou com a cabeça a contragosto e me seguiu até o carro que já nos aguardava.

— Bom dia, Joaquim — o cumprimentei e ele respondeu com um aceno.

Maria Rita se manteve calada o caminho todo e suas mãos não paravam quietas. As segurei entre a minha e ela sorriu para mim agradecida.

Ela olhava tudo atentamente e pelos seus pequenos sorrisos eu sabia que as lembranças começavam a invadi-la.

— Se tiver algum lugar que queira ir, é só me dizer que a levo. — ela concordou com a cabeça e apertou minha mão mais forte.

— Senhor estamos chegando e acho que os proprietários estão aqui — olhei para frente e vi vários homens de terno no local do terreno. Concordei e me virei para Maria que continuava calada.

O carro avançou por mais alguns metros antes de parar e Joaquim descer para abrir a porta para mim. Desci e estendi a mão para minha esposa que segurou tremulamente.

Ela se ajeitou e segurou meu braço para se firmar e fomos em direção aos 5 homens que nos aguardavam.

— Bem vindo, senhor e senhora Campos — o rapaz que estava fazendo a intermediação me saudou contente — Fizeram uma boa viagem?

— Sim, chegamos ontem e correu tudo bem. — Maria se aproximou um pouco mais de mim.

— Fico feliz em saber. O proprietário veio pessoalmente conhecê-lo e trouxe seus advogados para as ultimas tratativas.

— Tudo bem.

— Posso ficar por aqui? — Maria sussurrou em meu ouvido e a olhei por um minuto concordando, sabendo que teria que acelerar o processo.

Me afastei um pouco relutante, eu não deveria tê-la trazido, sabia da sua aversão a pessoas que ela não conhecia.

— Joaquim, fique aqui com minha mulher — ele concordou e me afastei acompanhando o homem.

Fomos em direção aos quatro que estavam na pequena construção que existia no terreno.

— Esses são, Fernando e Tomas, os advogados — os cumprimentei — Jorge, o engenheiro e o senhor Guilherme Ribeiro, mais conhecido como Coronel. — O homem idoso e corpulento me esticou a mão, fiquei em dúvida se apertava ou não, por saber que ele era a causa de todo mal na vida de Maria Rita.

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Meninassss prestem atenção nessa música. Só na música kkkkkkkkk :P

O conde domado - Livro 3 - sem revisãoWhere stories live. Discover now