Capítulo 14

177 18 0
                                    




Lana

Entramos no carro meia hora depois. Não que minha vontade de ir para Colinas tivesse aumentado, mas minha vontade de ficar com André pelo tempo que fosse possível tinha me dado um senso de urgência muito maior.

Eu olhava tudo tentando me lembrar de algo da última vez que estive por aqui. As coisas as vezes pareciam iguais, mas na maior parte do tempo eram só verdes.

Meus olhos corriam por toda a paisagem, contudo sempre acabavam se fixando em André por mais tempo do que eu gostaria de admitir. Sempre que ele percebia, não dizia nada, apenas sorria e me encarava de uma forma nova.

Aquilo era tão estranho para mim, um formigamento que se envolvia por dentro, que me trazia reações nunca conhecidas e me deixava ansiosa por suas palavras.

— Está se sentindo melhor? — ele me perguntou.

— Até o momento sim, pararemos logo? Preciso ir ao banheiro — ele olhou para Joaquim.

— Tem uma cidade a 5 minutos daqui, senhor. Posso procurar um restaurante.

— Ótimo, aproveitamos para almoçar— confirmei com a cabeça. — Se quiser, encontro um hotel para que descanse um pouco antes de continuarmos.

— Não precisa, depois do atraso que causei ontem, quero chegar no hotel programado a noite.

—Não tem problema algum. — ele falou pousando sua mão sobre a minha, fazendo com que minhas terminações nervosas me levassem arrepios por todo o corpo.

— Eu achei que o senhor queria chegar a Colinas rápido — sorri de lado sentindo seu polegar acariciar minha mão.

— Não a custa do seu bem estar — ele olhou para nossas mãos antes de olhar de novo para mim. — Eu nunca quis lhe causar mal algum. — e eu sabia disso, só não admitia.

— Só preciso ir no banheiro, é a única urgência que tenho agora — falei encarando seus lindos olhos negros, tão caracteristicos. Seus traços me deixavam imprecionadas cada dias mais que eu os observava. Ele parecia um homem forte e inabalável na maior parte do tempo, porém depois de ontem, algo tinha mudado, ele estava com uma expressão nova, olhares novos. Era um André que eu tinha visto apenas em sonho, que me arrancava do fundo do poço onde eu estava e me mostrava o mundo em que nós mereciamos viver.

— Já estamos chegando, senhora — Joaquim respondeu, mas isso não fez com que nossos olhares se desconectassem e eu podia sentir mesmo com o espaço que existia entre nós que ambos precisavamos de mais contato.

Mordi meu lábio sentindo um arrepio correr por minha coluna quando imaginei que ele pudesse estar pensando o mesmo que eu. Eu o queria colado a mim, com sua boca na minha e nossas respirações entrelaçadas. Eu queria seus toques urgentes e carinhosos. Eu precisava de mais.

O sorriso que ele me lançou quando percebeu as reações do meu corpo me inflamaram ainda mais. Seus olhos pareciam ler cada reação minha e instigá-las ainda mais. Com certeza em sua cabeça se passava o quanto eu estava sendo boba, mas eu não conseguia resistir a forma que ele me olhava. Era algo mais profundo, mais carnal.

Sua mão se apertou mais a minha e somente aquele toque não parecia ser suficiente. O ar começou a ficar diferente e a tensão dentro do carro aumentou. Percebi que André se inclinou ligeiramente para frente.

— Chegamos — Joaquim falou e abaixei o rosto sorrindo e retirando minha mão da dele.

— Está quente aqui, não está? — falei em um sussurro e coloquei minha mão na testa. Não sabia como olhar mais para ele.

O conde domado - Livro 3 - sem revisãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora