Capítulo 37

153 18 1
                                    

André

As coisas ainda estavam um pouco complicadas, Antônio tinha mil e uma coisas para resolver e nem com nossa ajuda o fardo ficava mais leve.

Uma infinidade de pessoas queriam ir até a casa de nossa mãe, que agora era a casa de Antônio. Ele disse que não havia a necessidade dela sair de lá, mas ela disse que ali seria o lugar ideal para criar as crianças e que ela não se incomodava de ficar em uma casa menor. Com menos lembranças.

— Mamãe quer vê-la — falei assim que chegue em casa e vi Maria arrastando alguns móveis. — Mandou que vá imediatamente — ela me olhou sem entender passando a mão pela testa suada. — Alias, deveria ter pedido para alguém te ajudar com isso.

— Não me importo de tentar fazer essas coisas — ela tinha colocado na cabeça que transformaria nossa casa em um verdadeiro lar e com isso já tinha contratado mais alguns funcionários para ajudá-la na empreeitada.

— Sei que não, mas não quero que se canse demais — me aproximei dela e a puxei para mais perto. — Não quero que se machuque.

— E como empurrar uma cadeira vai me machucar, senhor conde? — seu sorriso me encantava.

— Está vendo essa pequena mão? — amparei a sua na minha. — Podem haver farpas que espetem seus dedos, que se enterrem tão profundamente que teremos que chamar o dr. Daniel para tirá-las.

— Tão grave assim? — ela me desafiava com seu sarcásmo e estava claro para mim que se não fosse por ela tudo estaria bem pior.

— Sim, isso é gravíssimo. — beijei a palma de sua mão e depois dedo por dedo. — E não ache que me esqueci da promessa de ontem a noite — seu sorriso aumentou — Acredito que uma massagem hoje será ainda mais necessária.

— Eu não tenho dúvidas sobre isso — falou afetada me deixando com mais vontade ainda de jogar todos os meus afazeres e levá-la para o quarto.

— Queria não ter que ir ver Antônio agora. Só passei para saber se estava bem.

— Vá e volte logo. — ela se aproximou de mim e me deu um leve beijo na bochecha. — Faça logo tudo o que tem que ser feito e terminarei aqui também, para que o resto do dia seja apenas nosso. — ela depositou um beijo em meu queixo e se afastou.

— Isso é trapaça — falei assim que ela cruzou a sala rapidamente.

— Eu não disse que jogaria limpo — gargalhou.

— Mulher, você vai me levar a loucura. — dei uma última olhada nela e sai as pressas para a casa de Antônio. Joaquim já me esperava no carro e rezei para que o que quer que fosse aquela reunião, fosse bem rápida.

Em menos de 5 minutos, Joaquim já estava estacionando na frente da casa do novo Lord de Dion, Álvaro estava no portão entrando e quando me viu, parou para me esperar.

— Ainda bem que foi sensato — falei assim que sai do carro.

— Eu sempre sou, querido irmão. Vocês é que não prestão atenção. — dei um tapinha em seu ombro.

— Sabe porque Antônio nos chamou de novo?

— Não sei, me fiz a mesma pergunta assim que a mensagem dele chegou.

— Bom não acho que seja coisa boa. Fazia menos de 40 minutos que tinhamos nos despedido.

— Também não acredito — falei abrindo a porta para ele — Será que haverá paz em algum momento para os irmãos Campos?

— É uma coisa que me pergunto todos os dias — Álvaro sorriu e cumprimentamos Rose que estava andando pela casa com Otávio que já estava mais esperto e arteiro do que nunca.

— Rapazes, Antônio os espera no escritório.

— Pode nos dar uma dica, Rose? — Álvaro falou se ajoelhando na frente de nosso sobrinho e pegando no colo.

— É uma correspondência de Colinas. — fechei os olhos em desgosto. Só podia ser mesmo. Por um instante eu tinha me esquecido daquele maldito coronel.

— Então já sabemos do que se trata — Otávio veio para meu colo e o levantei no ar, da maneira que Rose odiava. Mas eu sou o tio e estou aqui para estragá-lo com prazer.

— Quero ver quando tiver os seus, ficará louco — ela pegou o menino dos meus braços com cara feia, mas Otávio se inclinou em minha direção estendendo os bracinhos.

— Viu, ele me ama. — beijei a testa do menino.

— Não disse o contrário — ela sorriu. — Mas é assustador. Maria Rita ficará louca com você.

— É o que eu espero — respirei fundo — Bom, vamos lá encarar mais um problema. Minha mãe está aqui?

— Sim, está deitada um pouco, mas está melhor a cada dia. — Eu e Álvaro concordamos que era melhor ir ver Antônio primeiro e depois nossa mãe.

Atravessamos o corredor até o escritório praticamente arrastados e abrimos a porta sem nenhuma animação.

Aquele escritório era imensamente maior do que o de sua antiga casa. Papai sempre foi louco por livros e ali existia uma vasta coleção deles, local onde sei que Rose e Emma adoram passar o tempo.

— Ainda bem que chegaram.

— O que o velho quer? — Álvaro soltou se sentando a poltrona a frente de Antônio.

— Uma resposta.

— É ele que deveria nos dar uma — falei me sentando também.

— Ele forjou os documentos e mandou, já passei para o dr. Thiago, mas o coronel quer uma resposta pessoalmente.

— E quem é ele para exisgir qualquer coisa?

— André, estamos perto de prendê-lo. Não podemos desisitr agora — Antônio me olhou sério.

— Eu sei, só que não estou interessado em voltar para aquele lugar ou por Maria em risco de novo. Não agora que tudo está bem. Só eu sei o tanto de sofrimento que minha mulher passou na mão daquele homem e tenho certeza que ela não me contou a terça parte.

— Não estou dizendo para levá-la, mas que nós teremos que ir.

— Quando? — Álvaro falou.

— É isso que quero descidir com vocês. Quando querem ir?

— Só vou quando for para vê-lo atrás das grades, não aguento mais fazer sala. — bufei.

— Nem eu — Álvaro se manisfestou.

— Amanha cedo, o dr. Thiago chegará com o varedito da coroa, assim podemos resolver qual a melhor atitude a se tomar.

— Bom então vamos esperar. Se ainda houver a possibilidade dele se livrar da prisão, não tenho intensão alguma de voltar a Colinas. — falei por fim e os dois entenderam minha posição.

O conde domado - Livro 3 - sem revisãoWhere stories live. Discover now