André
As coisas ainda estavam um pouco complicadas, Antônio tinha mil e uma coisas para resolver e nem com nossa ajuda o fardo ficava mais leve.
Uma infinidade de pessoas queriam ir até a casa de nossa mãe, que agora era a casa de Antônio. Ele disse que não havia a necessidade dela sair de lá, mas ela disse que ali seria o lugar ideal para criar as crianças e que ela não se incomodava de ficar em uma casa menor. Com menos lembranças.
— Mamãe quer vê-la — falei assim que chegue em casa e vi Maria arrastando alguns móveis. — Mandou que vá imediatamente — ela me olhou sem entender passando a mão pela testa suada. — Alias, deveria ter pedido para alguém te ajudar com isso.
— Não me importo de tentar fazer essas coisas — ela tinha colocado na cabeça que transformaria nossa casa em um verdadeiro lar e com isso já tinha contratado mais alguns funcionários para ajudá-la na empreeitada.
— Sei que não, mas não quero que se canse demais — me aproximei dela e a puxei para mais perto. — Não quero que se machuque.
— E como empurrar uma cadeira vai me machucar, senhor conde? — seu sorriso me encantava.
— Está vendo essa pequena mão? — amparei a sua na minha. — Podem haver farpas que espetem seus dedos, que se enterrem tão profundamente que teremos que chamar o dr. Daniel para tirá-las.
— Tão grave assim? — ela me desafiava com seu sarcásmo e estava claro para mim que se não fosse por ela tudo estaria bem pior.
— Sim, isso é gravíssimo. — beijei a palma de sua mão e depois dedo por dedo. — E não ache que me esqueci da promessa de ontem a noite — seu sorriso aumentou — Acredito que uma massagem hoje será ainda mais necessária.
— Eu não tenho dúvidas sobre isso — falou afetada me deixando com mais vontade ainda de jogar todos os meus afazeres e levá-la para o quarto.
— Queria não ter que ir ver Antônio agora. Só passei para saber se estava bem.
— Vá e volte logo. — ela se aproximou de mim e me deu um leve beijo na bochecha. — Faça logo tudo o que tem que ser feito e terminarei aqui também, para que o resto do dia seja apenas nosso. — ela depositou um beijo em meu queixo e se afastou.
— Isso é trapaça — falei assim que ela cruzou a sala rapidamente.
— Eu não disse que jogaria limpo — gargalhou.
— Mulher, você vai me levar a loucura. — dei uma última olhada nela e sai as pressas para a casa de Antônio. Joaquim já me esperava no carro e rezei para que o que quer que fosse aquela reunião, fosse bem rápida.
Em menos de 5 minutos, Joaquim já estava estacionando na frente da casa do novo Lord de Dion, Álvaro estava no portão entrando e quando me viu, parou para me esperar.
— Ainda bem que foi sensato — falei assim que sai do carro.
— Eu sempre sou, querido irmão. Vocês é que não prestão atenção. — dei um tapinha em seu ombro.
— Sabe porque Antônio nos chamou de novo?
— Não sei, me fiz a mesma pergunta assim que a mensagem dele chegou.
— Bom não acho que seja coisa boa. Fazia menos de 40 minutos que tinhamos nos despedido.
— Também não acredito — falei abrindo a porta para ele — Será que haverá paz em algum momento para os irmãos Campos?
— É uma coisa que me pergunto todos os dias — Álvaro sorriu e cumprimentamos Rose que estava andando pela casa com Otávio que já estava mais esperto e arteiro do que nunca.
— Rapazes, Antônio os espera no escritório.
— Pode nos dar uma dica, Rose? — Álvaro falou se ajoelhando na frente de nosso sobrinho e pegando no colo.
— É uma correspondência de Colinas. — fechei os olhos em desgosto. Só podia ser mesmo. Por um instante eu tinha me esquecido daquele maldito coronel.
— Então já sabemos do que se trata — Otávio veio para meu colo e o levantei no ar, da maneira que Rose odiava. Mas eu sou o tio e estou aqui para estragá-lo com prazer.
— Quero ver quando tiver os seus, ficará louco — ela pegou o menino dos meus braços com cara feia, mas Otávio se inclinou em minha direção estendendo os bracinhos.
— Viu, ele me ama. — beijei a testa do menino.
— Não disse o contrário — ela sorriu. — Mas é assustador. Maria Rita ficará louca com você.
— É o que eu espero — respirei fundo — Bom, vamos lá encarar mais um problema. Minha mãe está aqui?
— Sim, está deitada um pouco, mas está melhor a cada dia. — Eu e Álvaro concordamos que era melhor ir ver Antônio primeiro e depois nossa mãe.
Atravessamos o corredor até o escritório praticamente arrastados e abrimos a porta sem nenhuma animação.
Aquele escritório era imensamente maior do que o de sua antiga casa. Papai sempre foi louco por livros e ali existia uma vasta coleção deles, local onde sei que Rose e Emma adoram passar o tempo.
— Ainda bem que chegaram.
— O que o velho quer? — Álvaro soltou se sentando a poltrona a frente de Antônio.
— Uma resposta.
— É ele que deveria nos dar uma — falei me sentando também.
— Ele forjou os documentos e mandou, já passei para o dr. Thiago, mas o coronel quer uma resposta pessoalmente.
— E quem é ele para exisgir qualquer coisa?
— André, estamos perto de prendê-lo. Não podemos desisitr agora — Antônio me olhou sério.
— Eu sei, só que não estou interessado em voltar para aquele lugar ou por Maria em risco de novo. Não agora que tudo está bem. Só eu sei o tanto de sofrimento que minha mulher passou na mão daquele homem e tenho certeza que ela não me contou a terça parte.
— Não estou dizendo para levá-la, mas que nós teremos que ir.
— Quando? — Álvaro falou.
— É isso que quero descidir com vocês. Quando querem ir?
— Só vou quando for para vê-lo atrás das grades, não aguento mais fazer sala. — bufei.
— Nem eu — Álvaro se manisfestou.
— Amanha cedo, o dr. Thiago chegará com o varedito da coroa, assim podemos resolver qual a melhor atitude a se tomar.
— Bom então vamos esperar. Se ainda houver a possibilidade dele se livrar da prisão, não tenho intensão alguma de voltar a Colinas. — falei por fim e os dois entenderam minha posição.
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O conde domado - Livro 3 - sem revisão
RomanceLana sempre foi reclusa, desde que saiu do convento não deixa que ninguém se aproxime, nem mesmo seu marido. André é inconstante e destemido, gosta de fazer com que todos se sintam bem, mesmo que ele se sinta mal por dentro. Seu irmão mais velho, An...