O conde domado - Livro 3 - sem revisão

Capítulo 18

Lana ( Maria Rita)

Chegamos a tão desespenrançosa Colinas. Era quase cinco horas da tarde quando Joaquim entrou na cidade e foi direto para a casa que André tinha alugado para nós.

Tudo parecia diferente e de uma forma estranha igual. Tudo parecia o mesmo e o nada.

Involuntáriamente eu tremia e tive que segurar uma mão na outra para que André não percebesse o quanto aquele lugar já estava me afetando novamente.

— É aqui, senhor — ele parou em uma casa enorme. Três vezes maior do que a casa que tinhamos em Antunes.

André desceu e esticou a mão para que eu pegasse a sua para sair do carro. Respirei algumas vezes antes de realmente conseguir sair daquele carro.

Fechei os olhos bem forte esperando que o medo desaparecesse como passe de mágica.

— Eu estou aqui com você, nada vai acontecer.

— Você não pode garantir isso — falei seca. Eu não queria tratá-lo mal, mas minha parte mais severa estava de volta. Assumindo todas as minhas proteções.

Abri os olhos e olhei para a mansão clara a nossa frente. Os portões eram altos e prateados. O jardim se estendia até a porta de entrada. Sua fachada classica me provava que aquela cidade não tinha mudado quase nada.

— Vamos entrar? — André não soltou minha mão.

— Vamos — ele a apertou e eu fiz o mesmo, por mais desconfortável que eu estivesse com a situação, eu não o queria longe de forma alguma.

Duas funcionárias nos esperavam na porta de entrada.

— Bem vindo senhores, eu sou a Kate governanta da casa e essa é a Gabriela, cozinheira. Nós estaremos a serviços dos senhores enquanto permanecerem em Colinas.

— Obrigado — elas abriram a porta para nós e entramos na casa.

Era magnifíca, por dentro parecia um palácio toda ornamentada. Suas cores claras em contraste com os móveis de carvalho a davam um ar de superioridade elegante.

— Vou levá-los até seu quarto. — Seu. Elas tinham separado apenas um quarto para nós dois.

— Eu e o futuro conde ficamos em quartos separados — falei para Kate assim que ela subiu os primeiros degrais da escada.

— Oh, eu não sabia, não havia essa específicação quando me mandaram assumir esse posto. Eu vou arrumar mais um quarto agora mesmo.

— Não se preocupe, pode deixar o quarto que já está pronto para minha mulher e arrumar um para mim depois. Irei para o escritório resolver algumas coisas antes de descansar. Poderia me indicar onde é? — André estava um pouco mais irritado do que quando entrou em casa. Talvez ele tenha achado que eu e ele continuariamos nessa lua de mel como nos hoteis. Mas eu não conseguria continuar escondendo todos os meus defeitos se ficassemos noite após noite no mesmo quarto que ele.

— Por ali senhor, Gabriela irá mostrar. — a moça morena saiu na frente e André foi com ela. Subi as escadas atrás de Kate e cheguei a um corredor cheio de portas.

— Quantos quartos há nessa casa? — ela era grande demais.

— Oito, senhora.

— André é mesmo um exagerado — bufei e a acompanhei até a entrada do meu novo aposento.

— Esse é o maior da casa, a senhora ficará confortável. — acenei com a cabeça. — Ele é irterligado com outro. Devo arrumá-lo para o senhor André?

— Sim, por favor. — era o mais perto que eu conseguiria ficar dele.

— Vou deixá-la a sós para se acomodar, qualquer coisa pode me chamar. — confirmei com a cabeça e ela se reitrou me deixando sozinha dentro daquele novo ambiente.

Minutos depois Joaquim trouxe minhas malas e as abri sobre a cama colocando todos os meus pertences sobre ela.

Fiquei o restante do dia e parte da noite colocando minhas coisas no lugar, eu precisava ocupar minha cabeça para não pensar onde eu estava.

— Posso entrar? — ouvi batida na porta que interligava os quartos.

— Claro André, entre — ele já não estava mais com as roupas de quando chegamos e observou tudo o que eu fazia.

— Podeira ter pedido para Kate te ajudar com as malas. — ele me observou atentamente.

— Eu precisava me ocupar — dei um sorriso sem graça. — Se quiser posso arrumar suas coisas também.

— Não é preciso. Kate já desfez minhas malas. Vim te chamar para jantar.

— Já é hora do jantar? — não tinha me dado conta de quanto tempo eu tinha passado imersa dentro aquele quarto.

— Na verdade, já passou. Fiquei te esperando e como não desceu, vim ver se estava tudo bem.

— Sinto muito. Eu perdi a noção do tempo.

— Não tem problema, desde que jante. Ficou até agora sem comer nada. Não fará bem para você esse jejum.

— Eu não estou com fome. — me sentei na cama e o encarei — Eu acho que ainda estou absorvendo que chegamos. — ele estendeu a mão para mim e a peguei no mesmo instante.

— Já disse e repito: Não precisa temer nada, eu estou aqui, vou cuidar de tudo. — acenti com a cabeça, mas eu não sabia se poderia acreditar em suas palavras. Os gritos de meus pais sempre ecoavam em minha cabeça quando ele dizia isso.

— Eu agradeço por cuidar de mim, André. Eu ... eu nunca teria voltado para cá.

— Eu sei! Mas vamos descer, você precisa comer, tomar um banho para se refrescar e descansar. Amanha quero ir cedo até o local onde Antônio está negociando a instalação da fábrica. Se quiser pode ir comigo conhecer.

— Vou pedir para Kate preparar meu banho — me levantei com sua mão ainda presa a minha.

— Eu já pedi, se quiser tomar banho primeiro eu aguardo.

— Prometo não demorar — eu não queria soltar sua mão, não queria me afastar dele e sentia que ele também não queria. Nossos dedos estavam entrelaçados e tanto eu quanto ele olhavamos sentindo nosso calor se misturar.

Era bom e ao mesmo tempo aterrorizante o quanto eu gostava de estar com ele. André era diferente de todos que eu já tinha conhecido em minha vida. Ele me deixava ser eu mesmo em meu pior momento e agora tentava entender melhor o que se passava comigo.

— Demore o tempo que for necessário, eu não me importo de esperar.

Nesses últimos três dias, muita coisa tinha mudado. Minha cidade, meus temores, meu relacionamento com André. Eu precisava da constância dele em meus dias e não queria que ele se afastasse mais, nunca mais. Teria que abrir mão de muita coisa para não afastá-lo novamente, até que tudo viesse a tona de uma vez.