18.

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— Você não pode realmente gostar mais de red velvet do que de qualquer outro bolo. — eu apontei, uma ponta de indignação em minha voz enquanto olhava para Hunter, debruçado sobre a ilha da cozinha diante de mim.

— Existe uma regra contra isso? — Hunter perguntou, claramente divertindo-se.

— Vermelho não é um sabor. — eu disse com convicção.

— Bem, aparentemente é um sabor popular. — Hunter deu de ombros.

— E que está banido da minha cozinha. — disse. Certamente, os brownies que eu eu estava assando naquele início de noite passavam longe de qualquer bolo vermelho. Metade das goluseimas iriam para o encontro que eu estaria tendo com meus amigos no dia seguinte, mas tinha certeza que Hunter e eu não resistiríamos e comeríamos alguns pedaços assim que eu tirasse a forma do forno.

Faltavam dois dias para nossa competição e, para mim, era uma quantidade de tempo bastante relativa. Muito perto e muito longe ao mesmo tempo, por motivos diferentes. A ansiedade ainda não havia havia me atingido completamente, de modo que eu estava desfrutando de uma noite tranquila na cozinha tendo Hunter como companhia. Nós havíamos jantado após ele me encontrar no rinque, saindo do meu último treino da temporada. A próxima vez que eu pisaria no gelo seria para competir.

— Você está fazendo isso. — Hunter comentou, dando a volta na ilha para parar ao meu lado.

— O que? — eu perguntei.

— Enrolando uma mecha de cabelo. — ele disse, puxando minha mão gentilmente, apenas para substituí-la pela sua, brincando com a mesma mecha que eh outrora estava enrolando em meu dedo — Você faz isso quando começa a pensar demais. O que está na sua mente?

— Gelo. — eu ri.

— Não é incomum. — Hunter balançou a cabeça — Você está nervosa?

— Ainda não. — eu respondi. Pelo canto do olho, olhei para os ingressos que havia deixado sobre o balcão no começo da semana, mesmo sabendo que eles provavelmente permaneceriam intocados. Minha mãe já havia se desculpado antecipadamente, dizendo que tinha uma reunião importante com clientes fora da cidade, mas ambas sabíamos que ela não tavia um esforço real para liberar sua agenda e ir me ver. Ela não o fazia há um bom tempo.

— Eu acho, — Hunter comentou suavemente, seguindo meu olhar, sabendo o que eu estava pensando — Que Aidan faria o esforço se você pedisse a ele.

— Eu... não quero que alguém sinta que tem que estar lá porque eu pedi, sabe? — eu disse, encolhendo os ombros — Quem quiser e puder estar lá, vai estar. Eu me esforço para ficar em paz com isso.

— Mas você nunca realmente ficou, não é? — Hunter perguntou, e ele estava certo. Não importava quantas vezes eu tivesse tentando me convencer ao longo dos anos que não estava chateada, uma parte de mim sempre pertenceria a garotinha que tinha desistido de procurar na plateia por alguém que estava ali para asssiti-la. Era um cortezinho que realmente nunca cicatrizava.

— Desculpe, eu não estava tentando te chatear. — Hunter tocou meu ombro — Só estava tentando dizer que as coisas podem mudar.

— Eu sei. — Não querendo continuar com o assunto, eu coloquei um pedacinho do chocolate que havia usado nos brownies na boca, batendo as mãos na calça para tirar as marcas de farinha em erguida — De alguma forma, tem farinha no seu cabelo.

— Sério? — Hunter esfregou uma mão nas mechas curtas para livrá-las do pó branco — Bem, tem farinha no seu rosto.

— Onde?

— Aqui. — Hunter roçou o polegar sobre a minha bochecha, bem ao lado do meu nariz — E aqui. — ele beijou a ponta do meu nariz — E aqui — ele beijou minha outra bochecha.

The Colors BetweenOnde as histórias ganham vida. Descobre agora