Capítulo 25

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Alana 🥀

Eu estava dormindo agarrada com o Filipe, no maior clima gostosinho, quando ouvi os nossos rádios chamando sem parar. Abri meus olhos, e ele fez o mesmo, respirando fundo. Pulei da cama quando os barulhos dos fogos foram lançados, e em seguida os tiros começaram.

O Ret não falou nada, eu também não, mas nenhum de nós dois desviou o olhar um do outro, enquanto colocávamos nossas roupas, e pegávamos armamento e munição, prendendo ao nosso corpo.

Era a primeira vez que eu estaria em um confronto na linha de frente. Antes eu era só a menina que vendia droga na biqueira. Não podia mentir e dizer que não estava nervosa, era uma sensação diferente, mas a adrenalina me movia e fazia com que eu ansiasse por sair porta a fora, metendo bala na cabeça de qualquer um.

Eu saí na frente, e o Ret veio atrás, fechando a porta do apartamento. No corredor vi o meu irmão, trancando a porta do nosso apartamento, enquanto ajeitava o fuzil nas costas. Ele me encarou e engoliu seco.

D2: Se não quiser ir...

Alana: Eu tô bem. Tá tudo bem - lhe garanti - Vou continuar bem.

Ele e o Ret trocaram um olhar rápido, e a gente ouviu os tiros se intensificarem.

Ninguém tinha tempo a perder, lá fora precisavam de nós.

Ret: Alana - me chamou, quando eu virei de costas, indo descer as escadas. Filipe jogou uma blusa pra mim, e eu cobri o meu rosto, deixando somente os olhos de fora. Vi os dois fazerem a mesma coisa, e o Daniel foi o primeiro a descer as escadas correndo, quando fui fazer o mesmo senti o Ret puxando a minha mão - Fica esperta, criança. Não dá vacilo!

Alana: Você me treinou, se não confia em mim, confia no seu potencial!

Ele concordou com a cabeça, e soltou a minha mão.

Desci as escadas correndo, e fui pra rua. O radinho não parava de tocar, geral falando, pedindo apoio, neguinho ferido e o Grego gritando com todo mundo, querendo saber o que tava rolando.

Não precisei andar muito pra saber que não era invasão dos cana. Era guerra de facção. Porque não tinha ninguém trajado com uniforme, e uns dois caras que passaram correndo por mim eu nunca tinha visto por ali na minha vida.

Alana: É invasão de inimigo, Grego - falei no radinho - Não tô vendo ninguém fardado.

Deixei o radinho pra lá, prendendo na cintura de novo, até ouvir a voz do Deco, dizendo que estava no beco da rua quinze, sozinho, e que precisava de ajuda.

Eu tava pouco me fodendo pra guerra dele com o Filipe, ou pra qualquer outro câo. Enquanto a gente estivesse do mesmo lado, eu ia ajudar sim.

Corri pro beco, e vi um cara com a arma apontada pra cabeça do Deco, enquanto ele retribuía, da mesma forma. Eu me aproximei lentamente, colocando a pistola na cabeça do arrombado, e dando um tapa na mão dele. No susto, ele atirou, mas não atingiu nada além da parede. O Deco se aproximou da gente, colocando a arma na testa do cara.

Ele estava encurralado, sem saída. Eu continuava atrás, enquanto o Deco sorria com sarcasmo, de frente pro homem que não deveria ter mais do que trinta anos.

Lado a LadoWhere stories live. Discover now