Capítulo 33

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Filipe 🃏

Senti o cano da arma na minha cintura, e estreitei os olhos pra ela.

Alana: Tira as suas mãos de mim.

Ret: Vai atirar? - provoquei - Atira.

Alana: Filipe... - respirei fundo, ouvindo o meu nome - Não brinca com a sorte.

Ret: Quem tá brincando é tu, minha parceira. Tá achando o que pra ficar falando merda na minha cara? - soltei ela - Parada que me deixa boladão é esse papo da Fabiana, tu tá ligada, não devia nem estar tocando no assunto.

Ela riu.

Alana: Tem tanta coisa que eu não devia estar fazendo... - ela tirou a arma da minha cintura, e colocou por dentro da saia dela - Inclusive debater com você uma parada sem fundamento. Não tem porque. Você não vai mudar.

Ret: Eu tenho que mudar no que? Fala aí - me encostei na parede, cruzando os braços.

Alana: Não faz diferença eu falar, vai ser somente perda de tempo. Já falei várias e várias vezes que não quero você agindo na agressividade comigo, não falei? - ela nem deixou eu responder - Tu já veio me puxando na maior força agora. De novo. Mais uma vez.

Esfreguei minhas mãos na frente do rosto.

Isso era uma parada real e eu até reconhecia. Quando ficava puto eu perdia a noção da força e muitas vezes já tinha descontado isso na criança, sem nem ser intencional.

Ret: Já te dei o papo de que isso eu faço sem perceber, no calor da emoção.

Alana: Isso não me interessa. Eu não quero saber se é no calor da emoção. Se é proposital ou não. Eu simplesmente não gosto e não aceito! - bateu o pé no chão, me olhando - E outra... deu, né? Deu. A gente não tem que ficar se pegando mais. Já deu pra ver que isso não vai acabar bem.

Fiquei puto na hora. Que papo era aquele?

Ret: Parou com a brincadeira.

Alana: Eu não estou brincando.

Ret: Nós não vai terminar, garota.

Alana: Terminar o que? Nem namorando estamos - ela fez aquela careta que me irritava.

Ret: Se a gente não tivesse nada tu não estaria com teus papos de ciúme pra cima de mim, cobrando alguma parada - joguei na cara mermo.

Alana: Não é papo de ciúme, é papo de vacilo. Eu não preciso te dizer, você sabe que estava sim olhando para aquela mulher com intenção!

Suspirei, fechando os olhos.

Tava cansadão.

Não ia ficar me estressando com mais parada ainda.

Olhei mermo. Tava olhando mesmo, sem caô. Alana era uma menina da hora, linda, e gostosa pra caralho, mas nem quando eu estava casado larguei a putaria... fazia parte de mim, pô. Não via sentido em ser cobrado por isso.

Era foda, eu tava na paz com ela, curtindo com os cria. Mas aí as piranha já sente o cheiro de bandido de longe, e já vem jogando na nossa cara. Tinha várias na intenção, várias tentando chamar atenção, a dona logo percebeu e já veio fechando a cara, mas pirou mesmo quando viu que eu tava olhando pra uma loira gostosa que não parava de me encarar. Eu reconhecia aquela mulher, mas não lembrava do nome. Era uma puta que eu tinha comido quando vim pra cá, da última vez.

Quando eu era casado com a vagabunda lá, ela até tentava discutir, mas sempre era poucas e deixava ela falando sozinho. Com o tempo parou. Eu aprontava pra porra e nem era cobrado por nada, ela tava ciente que se falasse algum bagulho o negócio ia feder pro lado dela.

Ter que voltar do começo, e aturar a Alana me cobrando essas parada era estranho e não me agradava.

Ret: Tava olhando mesmo - admiti, encarando ela.

A criança fez um bico, depois mordeu o lábio e por fim suspirou, parecia cansada, chateada e decepcionada.

Alana: Eu não estaria tendo esse papo contigo agora se você não ficasse me cobrando coisas que não tem a menor moral pra cobrar. Olha pra quem você quiser, Filipe, fica com quem você quiser... mas não me estressa quando eu quiser fazer o mesmo!

Minha vontade foi de me aproximar dela mais uma vez, mas percebi que meu sangue já estava fervendo, e se eu chegasse perto dela podia acabar machucando, então me controlei e continuei encostado na parede.

Ret: Não fala merda. Tu não vai pegar ninguém, não vai olhar pra ninguém - apontei pra ela - Alana, eu tô falando sério.

Alana: Eu também tô. E agora vai ser assim. Você olhou, eu vou olhar. Você pegou, eu vou pegar - ela se aproximou de mim, e meteu um socão na minha barriga - E se agir na agressividade, eu vou agir também!

Ret: Ai, caralho! - gemi de dor, levando as mãos na barriga - Tu tá brincando com fogo, criança.

Alana: Eu não sei se você não percebeu ainda, Filipe. Mas a gente é a mesma coisa. A gente é igual. Eu não tô brincando com fogo, se eu quiser, eu coloco fogo de propósito... igual você. Não adianta ameaçar, nunca tive medo de ninguém, não é de você que eu vou ter!

Respirei fundo, encarando a cara de bandida que ela fazia. Me deixava morrendo de raiva. Mas também me dava um tesão da porra.

Alana ameaçou sair do banheiro, mas eu puxei o braço dela com força, colocando-a de costas pro meu corpo, mas de frente pro espelho.

Ret: Coloca fogo então, parceira - falei perto do ouvido dela, cheirando aquele pescoço gostoso e enfiando a minha mão por dentro de sua roupa, pra apertar o seu peito.

Ela colocou a cabeça no meu peito, mas continuou me encarando através do espelho, quando pressionou a bunda com força contra o meu pau.

Alana: Eu tô com raiva de você.

Ret: E eu tô com raiva de tu.

Virei o corpo dela de frente pro meu. Alana subiu na pia, sentando ali, e me puxando pra me encaixar no meio das pernas dela. Me abaixei um pouco, beijando sua boca na maior agressividade, enquanto passava a minha mão por todo o corpo dela.

Alana: Filipe... - gemeu no meu ouvido, quando eu beijei seu pescoço.

Ret: Hum.

Alana: Vou te dar de costas, porque não quero olhar na sua cara.

Eu parei de me mexer e gargalhei. Dava nem pra entender aquela maluca.

Puxei o cabelo dela, trazendo sua boca pra perto da minha mais uma vez, e forçando ela a me olhar.

Ret: Vai dar de costas e de frente também, parceira.

Ela começou a resmungar várias paradas, mas nem dei moral. Desci ela daquela pia, e coloquei de costas mesmo, se apoiando com as mãos onde antes estava sentada. Levantei a saia dela, colocando a calcinha de lado, e descontei toda a raiva que ela fez eu sentir a poucos minutos, quando me enfiei dentro dela na maior agressividade, ouvindo mais uma vez o meu nome sair de sua boca.

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