Dois meses depois.
Alana 🥀
É, meu parceiro. Quem dizia que a vida era fácil tava de caô.
Entrei no sexto mês de gestação com o pé na porta. Eu estava estressada pra caralho, sensível demais e a garota dentro de mim só me dava preocupação. Acho que agora eu estava pagando por toda a preocupação que fiz as pessoas sentirem durante toda a minha vida.
Todo dia, toda hora, a partir de agora, era uma vitória. A menina queria vir ao mundo antes da hora, antes do dia, e eu nem pronta estava ainda. Era muito cedo. Os médicos diziam que ter ela agora era arriscado, por ser muito pequena, e por todo o caos que foi a minha gravidez.
Dois meses que passaram rápido sem o Filipe. Eu falei com ele, por celular, umas três vezes durante esse tempo. Ele sempre dizia que me amava, que ia voltar pra mim, e que eu precisava me cuidar. Mas nunca falava dela. De certa forma doía em mim, agora. Porque no começo, eu nem queria, não me importava. Mas agora, existia a dúvida de como seria quando ele retornasse.
Eu não queria que ela fosse. Mas também não conseguia viver longe dele.
Minha família foi o meu grande alicerce. Eu nem sei dizer qual das duas avós estava mais babona pela primeira netinha. Isso sem contar os mimos que o Lucas e o Renan, o bebê do Salvador com a Kelly, recebiam o tempo inteiro.
Eu não fiquei sozinha por um minuto nesses dois meses. E por muitas vezes isso me irritou. Mas a menina gostava, porque ficava dando cambalhotas na minha barriga quando recebia atenção de alguém.
Sensação mais maluca da vida. Uma coisinha mexendo dentro de você, sem nem sair e mesmo assim cheia de opinião própria.
Eu ainda não me sentia mãe. Mas estava disposta a tentar, de qualquer forma.
Mesmo estranhando muito a gravidez, eu não conseguia me imaginar sem aquela melancia enorme na barriga. Simplesmente me acostumei a conversar com ela o tempo todo, e pedir que voltasse a aparecer nos meus sonhos. Mas ela nunca voltou, então eu me contentava em lembrar dos que havia tido.
Viviane tinha marcado um churrasco na casa dela, pra gente comemorar o primeiro mês de vida do Renanzinho. Família toda reunida, menos o meu Filipe.
O Lucas babava todo o meu vestido, enquanto a Laura mandava ele dar beijo na prima.
O Mickey tinha saído, falado que ia comprar cerveja, e já estava demorando uma eternidade pra voltar.
Laura: E o nome? - ela perguntou, pela milésima vez, beijando as bochechas do filho.
Alana: Não sei ainda - confessei.
Já tinha pensado em muitos, mas nenhum deles me agradava. E mais do que isso, eu queria saber se o Ret ia participar da escolha, antes de me precipitar.
A Vivi me falava que ele perguntava dela nas visitas, que dizia sonhar com ela, e ficava puto, falando que ela era muito chata e encrenqueira. E minha sogra jurava que ele estava amolecendo em relação a isso. Outro dia, pediu uma foto minha, e ela levou. Filipe mandou trazer de volta, porque ele queria uma foto onde aparecesse a minha barriga. Mas ele nunca demonstrou esse interesse pra mim em nenhuma das nossas conversas.
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Lado a Lado
RomanceNão importa o quão insano você é. Sempre vai existir alguém para completar a sua insanidade.