Capítulo 71

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Alana 🥀

Eu nunca senti muito orgulho das coisas que eu fazia na vida, mas a Bárbara era surreal. Toda linda. Toda perfeita. Eu estava orgulhosa pra caralho da minha menina, e de mim também.

A Viviane me avisou, que quando nascia uma criança nascia uma mãe, e essa era a pura verdade. Em nem um momento durante a gravidez eu me senti tão "mãe", quanto no momento em que eu peguei ela no meu colo, e seus olhos escuros me encararam.

A Viviane me avisou que o amor de mãe era o maior do mundo. Não tinha nem comparação. Não se comparava a nada que eu já tinha sentido na minha vida. O meu amor pela minha família, o meu amor pelo Filipe, eram coisas completamente distintas.

Eu entraria em uma jaula com cinco leões por ela. Eu viveria toda a minha vida mais uma vez, ou mil vezes, pra poder ter a oportunidade de viver com ela.

Ana: Alana - a médica me chamou, fazendo com que eu tirasse os olhos da minha filha por um segundo - Como você está? Sente dor?

Eu neguei.

Alana: Quero ficar com ela.

Ana: Você vai ficar, mas agora precisa descansar e ficar em observação, sozinha - falou a última parte, olhando direto pro Filipe - A Babi está bem, todos os sinais vitais em perfeito estado, mas veio muito antes do tempo e por isso está abaixo do peso e do tamanho desejado. Nós vamos deixá-la na uti neonatal pra que se recupere o mais rápido possível e vocês possam ir juntas pra casa, tudo bem?

Alana: Eu posso ficar com ela? Eu quero ficar com ela.

Ana: Não funciona bem assim. A Babi está bem e é perfeitamente saudável, mas realmente não posso liberar ela com tão pouco peso e tamanho... mas temos outros bebês que não estão em condições tão boas assim, e por isso existe horário para as visitas. E somente você, e mais uma pessoa, poderão visitar ela.

Ret: Qual foi, tu vai levar a minha filha assim? Tu tá falando que ela tá boa. Então deixa ela ficar com nós - ele falou, olhando direto pra Bárbara, que voltou, com um caninho no nariz.

Alana: O que que é isso?

Ana: É uma sonda, pra ela se alimentar.

Ret: Ta de tiração, né? - ele levantou e tirou a Bárbara do colo da enfermeira, sem jeito nenhum. Ela reclamou um pouco e o Filipe sussurrou no ouvido dela - Fica tranquila, pirralha. Não vou deixar!

Ana: Eu sei que pode parecer assustador. Ainda mais pra vocês, que são pais de primeira viagem. Mas eu garanto a vocês que a Bárbara está bem, só precisa ganhar peso - ela me olhou - Ela ainda é muito bebêzinha, pode se afogar se tentarmos dar o seu leite direto no peito ou na mamadeira. Por isso a sonda. Você vai tirar o seu leite, e nós vamos oferecer pra ela. As visitas acontecem três vezes no dia. As dez horas da manhã, as dezesseis e as vinte horas, e duram uma hora e meia. Você e o seu marido podem fazer a visitação juntos, ou separados. Alana, ela realmente precisa ganhar peso antes de sair do hospital. Talvez uma semana, talvez um mês, vamos acompanhando o desenvolvimento da Bárbara durante o dia e qualquer novidade você pode ficar tranquila que a gente sempre informa aos pais.

Ret: Precisa mermo disso?

Ana: Sim, pro bem da Bárbara.

Eu respirei fundo, e vi a enfermeira tirando a minha filha do colo do Filipe, e colocando ela de volta no carrinho.

Ret: Eu posso ficar junto agora?

Ana: Bom, teoricamente, está no horário de visitas... então sim. Você pode acompanhar.

O Filipe se aproximou de mim, dando um beijo no meu rosto e depois saiu do quarto, junto com a médica, com a enfermeira e com a Babi.

Eles me encaminharam para uma sala de recuperação, onde o intuito era que eu descansasse. Mas a última coisa que eu estava fazendo era descansar, porque só conseguia pensar nela.

Eles me liberaram umas duas horas depois, me mandando pro quarto, mas sem a minha filha. Toda a família veio, e ficou por perto, me dando apoio e me confortando, até que o Filipe saísse da uti, vindo ficar comigo, e me mostrando várias fotos que tinha tirado da Bárbara, pra me tranquilizar.

Ret: Olha essa, criança - olhei pro sorrisinho que ele tinha no rosto, enquanto me mostrava a foto dos dois juntos, que ele já tinha feito questão de postar.

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Rabugenta do pai ❤️

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Rabugenta do pai ❤️

Eu deixei uma risadinha escapar, ao ler a legenda.

Alana: Ela tá bem, né?

Ret: Ela tá. Lá é maneiro, tem uma caixinha que ela fica deitada, parecendo uma boneca daquelas que a gente vê na loja, sabe? - concordei com a cabeça, e deixei ele falando animado, mas toda a sua empolgação sumiu, quando ele viu que eu não estava retribuindo da mesma forma - Para de se culpar. Eu tô ligado que é isso que tá rolando na tua cabeça.

Alana: Não quero perder ela. Porra, ela pediu pra ficar comigo! - respirei fundo, passando as mãos no rosto.

Ret: A gente vai sair desse hospital com a Bárbara chorando pra caralho no nosso ouvido. É até bom ela estar lá, porque a gente nem montou o quarto da garota ainda. E é tipo um SPA, onde ela tá tirando férias pra ficar top. Se ligou?

Sequei o meu rosto e assentei, recebendo vários beijos dele, enquanto me abraçava.

Alana: Obrigada por tudo.

Ret: O meu melhor pra ti sempre. Pra ti e pra dona rabugenta.

Retribui o beijo, sorrindo fraquinho pro homem da minha vida.

Lado a LadoWhere stories live. Discover now