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POV- NARRADOR

Dois corpos, a morte pairando no ar, um corredor, em um hospital, nos braços de Yelena Belova se encontrava Kate Bishop, uma jovem, arqueira, super heroína e a mais solitária das flores, coberta pelo peso das escolhas heroicas. Nos braços de Buck estava Sn Castro Stark, filha perdida de Tony Stark, treinada pela H.I.D.R.A, uma lutadora, uma arma, uma guerreira, capaz de sobreviver as piores condições, mas a cima de tudo, um grande amor.

O corredor era apenas um, as meninas foram carregadas uma do lado da outra e Sn no seu pequeno momento de lucidez, segurou sem forças a mão da amiga, que por ser uma humana, preocupava a todos, nunca havia se machucado tanto assim e não parecia que iria sobreviver, o que ninguém sabia ainda, era que ambas as meninas estavam ligadas, uma ligação de sangue, formada pela morte.

Existe uma linha invisível, pela qual poucos tem a habilidade de ver sobre ela, após passar dessa linha, não se pode voltar, acabou, você deixa de existir para aqueles que não a ultrapassaram, infelizmente todos tem que conhecer o outro lado em algum momento da vida, alguns mais cedo que outros, mas quando um pé fica de um lado e o outro do outro, quando você está quase passando, mas ainda tem esperança, quando ainda da tempo de te puxar, e outra pessoa, a qual você já tinha um laço, apesar de pequeno, está no mesmo estado que você, quase enfrentando o desconhecido, quando ambas as pessoas estão perdendo o ar juntas, uma ao lado da outra. Uma ligação muito mais poderosa que todas as outras se forma... uma ligação da morte.

POV- YELENA

Alí estava eu, carregando fortemente o corpo de minha melhor amiga, sentindo minha pele arrepiar com o contato direto com Kate, tão gelada, tão pálida, conseguia sentir seu pulso diminuindo a intensidade das pulsações a cada passo dado, não ouvia mais sua respiração, apenas a minha e ainda tinha que suportar me ver coberta de sangue, o sangue da minha namorada, que foi levada para outra ala hospitalar da clínica que se encontrava na torre, queria ficar com ela, mas a mesma iria passar por cirurgias, portanto permaneceria ao lado de minha amiga, minha irmã, erámos uma família, antes da missão acontecer, conversamos, prometemos estar uma do lado da outra, eu já era sozinha e ela, quem diria, havia ficado solitária,não tínhamos o mesmo sangue, mas erámos mais unidas do que parentes " de verdade " , não a deixaria sozinha por nada.

O médico de plantão pediu para que eu a colocasse na maca e acompanhei os dois até uma sala, onde o mesmo fez diversos testes nela e constatou a seguinte informação:

- Senhora

- Tá falando comigo ? ( Yelana pergunta na dúvida, acordando de um pequeno transe, instaurado com a visão da jovem praticamente morta, a sua frente )

- Sim, o que ela é sua? Porque preciso avisar aos parentes o que está acontecendo

- Ela... Ela é minha irmã, pode me dizer doutor, somos só nós duas, não tem mais ninguém

- A sim, ela foi envenenada com uma substância nociva, vou ter que abrir a área de contaminação e drenar do seu corpo todo o líquido injetado

- Isso é perigoso ? ( a loira pergunta tremendo)

- Não irei mentir, é perigoso sim, mas também é a única chance dela viver, se eu esperar mais alguns minutos, não terei como salva-la

( Então Yelena ficou ali, segurando a mão da morena, vendo cada detalhe da cirurgia, as complicações, tudo, ela não deixou de pensar em sn nem um segundo, mas assim que desse iria atrás de informação e torcia para que as mulheres de sua vida ficassem bem. )

Era tão angustiante, eu estava ali, vendo tudo, não me importava com sangue, machucados e coisas do tipo, até porque era uma agente e já tinha visto coisas piores, mas só o simples fato de que a pessoa a minha frente era alguém que eu amava e me importava, fazia meu estômago embrulhar com toda a cena, a fina pele já em um tom azulado, sendo cortada, o sangue coagulando muito rápido, a drenagem, os espasmos de dor que o corpo da morena quase sem vida produzia, os pontos sendo feitos para fechar o ferimento, o soro sendo colocado e quando finalmente a vi ficar um pouco mais corada e seus batimentos na máquina estarem melhorando, tive certeza que ela estava bem, soltando o ar que se acumulou em meus pulmões por tempo demais.

O médico me disse que a cirurgia tinha ocorrido sem preocupações e que ela ficaria em observação constante pelas próximas 48 horas, já que era um tempo decisivo, ela ainda apresentava risco de vida, só que eu tinha esperanças, após as horas em observação, as expectativas eram que ela já estaria bem o suficiente para voltar ao seu quarto, porém não poderia fazer movimentos bruscos, cansar, treinar, ir a missões, comer porcaria e mais um monte de coisas, por um bom tempo. Como o doutor me disse que demoraria horas para ela acordar, fui saber sobre sn, por mais que não quisesse sair nem por um segundo do lado de minha amiga.

- Bucky, como está sn ? ( pergunto ao homem após chegar na ala hospitalar que minha namorada se encontrava )

- A cirurgia acabou agora pouco, ela está sendo levada para o quarto, só depois podemos vê-la

- A médica já disse algo sobre o estado de saúde dela ?

- Sim, pelo o que eu entendi, o impacto da bomba afetou o funcionamento dos órgãos e alguns foram perfurados pelos materias que voaram em meio a explosão

- O que isso quer dizer ? ( pergunto aflita )

- Que Sn vai ficar bem, mas só por ter poderes e que se ela acordar logo e ficar transformada, vai se recuperar muito mais rápido, por ativar o modo cura, talvez em duas ou três semanas ela já esteja quase boa

- Que alívio ( solto toda a frustração que carregava nas costas e torço para me deixarem vê-la )

POV-NARRADOR ( duas semanas depois )

A pior parte para Yelena Belova, foi ver sua namorada deitada na cama, ferimentos fechados com delicadeza, uma cirurgia bem feita, roxos pelo seu corpo, que insistiam em se manter, mesmo após tantos dias, pálida como nunca antes, seus batimentos, tão lentos, tão poucos, quase não dava para notar que a mesma estava viva, seus lábios começando levemente a ter o minimo de cor. Essa foi a visão da loira ao entrar no quarto de sua amada após os procedimentos.

- O médico me prometeu que ela ficaria bem ( fala a jovem, andando pelo corredor completamente angustiada, na frente do quarto de sn, cujo o mesmo, apresentava uma garota desacordada, a dias em coma )

- Minha amiga, você precisa entender que ela esta se recuperando no tempo dela ( fala Kate se apoiando em sua irmã de outros pais, tentando se manter forte por toda a situação )

- Não sei nem o que a senhorita faz aqui, sabe que está muito doente e mal se mantém em pé, volte para o quarto vá

- Não, você tá precisando de mim, então aqui estou

- Eu estou precisando de vocês duas e do que adianta ver ambas em uma maca de hospital sem poder ajudar ?

- Ok, ok. ( a morena levanta as mãos em rendimento, sabia que uma discussão naquele momento seria muito pior, então, mesmo contra sua vontade, se encaminhou para o quarto )

POV - KATE

Já estava virando o corredor, mas ainda me mantinha presente no campo de visão da Lena, de repente, tudo a minha volta se tornou uma escuridão total, meu corpo perdeu as forças e o controle, caí e permaneci, até perder por completo a consciência, enquanto sentia meu corpo ser segurado e minha loirinha gritar por mim

POV - YELENA BELOVA

Sabe quando você está recuperando as esperanças? Meus dias ainda são exaustivos, ainda choro, sinto meu coração apertar ao olhar para a minha namorada, cuido 24 horas da minha melhor amiga e tudo estava demorando, mas ainda assim, recuperava cada vez mais as esperanças, entretanto, ao ver Kate cair, ouvir o seu barulho sobre o carpete, escutar meus próprios gritos abafados e correr atrás dela, senti toda aquela sensação, se esvaziar de mim, como um balão furado. Não tem mais volta

Para Sempre e Sempre  Yelena e s/nWhere stories live. Discover now