Capítulo 6

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JANE SAVÓIA

O sol da nasceu no horizonte, indicando que minha fatídica vida já começou. Não há mais liberdade, lutas e missões. Eu cresci acredito que poderia ser como minha mamma, uma mulher independente que não precisaria se casar para mostrar o valor dentro da associazione. Tudo ilusão, sem um maldito anel em meu dedo e um marido ao lado, me acham inútil para eles.

Não culpo Vicenzo, mas sim, o conselho da Itália. Meu tio Salvatore têm culpa no cartório também, já que foi o mesmo que escolheu o meu pretendente e fechou esse contrato. Um acordo, no qual venderia minha alma para uma pessoa, em troca da minha liberdade. É, as coisas não saíram como eu tanto sonhei em dez anos da minha vida.

— Já está tudo pronto? – tia Analese entra no quarto onde estou, conferindo se não tentei fugir.

— Sim. – respondo, ainda de costas para ela e encarando o sol que já aparece mais brilhante.

— Você está bem, menina?

— Não, não estou. – respiro fundo – Mas eu não tenho opção, então terei que fingir que estou muito bem. Podemos ir? Não quero que pensem que estou demorando por implicância.

— Sabe que é para o seu bem, não sabe? – ela põe a mão por cima do meu ombro, em sinal de apoio – Não entregariam você há um homem que não lhe merecesse.

— Merecendo ou não, não queria estar nessa situação. – me viro, encontrando seus olhos castanhos sob mim. Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, a porta é aberta e minha sogra entra sorridente.

— Está belíssima, Jane. – se aproxima – Sua mãe já está lá embaixo lhe esperando com o chefe, podemos ir?

— Sim, dona Julietta. – suspiro, olhando para tia Analese e abrindo um sorriso completamente falso – E lá vamos nós.

Sai do quarto acompanhada da tia Analese e minha sogra, ambas estavam bem animadas. Quando cheguei no jardim, por trás de uma grande cortina branca, encontrei tio Salvatore me esperando. Ele usava um terno de duas peças na cor bege, não trocamos nenhuma palavra enquanto esperávamos à cerimonialista anunciar nossa entrada. Me senti bem desconfortável com os olhares dele pra mim, como se quisesse me pedir desculpas em um olhar.

A música tradicional italiana toca por todo o jardim, a cortina se abre, dando-me a visão de centena de pessoas me aguardando. Sei que muitos não me conhecem ou se quer falaram comigo, mas não perderiam a oportunidade de poder se aproximar da liderança ou até arrumar um noivo ou noiva na nossa família.

Quando cheguei ao pé do altar, meu tio depositou um beijo na minha testa e me ergueu minha mão até Vicenzo, que estava muito bem no seu terno de três peças vermelho, como tradição da Máfia. A mulher sempre usará o branco, que simboliza a pureza e paz do relacionamento. O homem sempre usará o vermelho, mostrando a parte sangrenta do casamento, onde ele morre pra proteger e amar sua nova família.

— Cuide dela, Jane é uma joia para nossa família. – meu tio fala, com um tom ameaçador, mas exibindo um sorriso amigável.

— Cuidarei com a minha própria vida. – Vicenzo fala simples, movendo seu olhar até mim e estendendo o braço para que eu segure.

Subo no altar ao lado do meu futuro marido, milhares de coisas se passam na minha mente, mas nenhuma delas é a felicidade desse matrimônio. A cerimônia ocorre muito bem, em visto que em minha mente se passa milhares de formas de fugir desse hospício. Na hora do ritual, cortamos um pequeno pedaço de pele da mão, deixando o meu sangue pingar no de Vicenzo, mostrando que agora seremos pra sempre um só.

Saímos do altar com uma chuva de aplausos e flores brancas. Os convidados já entraram em seus carros, indo em direção à mansão dos Collalto oara a festa de comemoração da união. Minha família ainda permaneceu conosco, nos felicitando e conversando com outros membros da Máfia.

A Inglesa - Nova Era 1 - ContoOnde histórias criam vida. Descubra agora