Capítulo 13

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VICENZO COLLALTO

— Bom dia, família. – voz do meu irmão soa na varanda de trás, onde estamos sentados tomando café da manhã. – Vejo que cheguei em uma boa hora.

Após o baile de máscaras, voltamos para Veneza e minha esposa decidiu organizar tudo da gravidez. Ontem foi com minha mãe ao obstetra, me deixando informado sobre o nosso filho. Mas o que eu não sabia era que meu irmão pousou em Veneza ontem, tenho certeza que isso tem algo à ver com a Savóia. No baile ambos nem se olharam, o que me deixou mais aliviado.

Estamos tomando café na varanda de trás, tendo uma bela visão do jardim repleto de flores, uma bela piscina que pega maioria do parâmetro do quintal, exibindo duas fontes. Jane está usando um óculos escuros, por conta dos poucos raios de sol que batem em nossa pele. Ela usa uma blusa com pouco decote, mas os peitos estão inchados e lutando para sair do tecido.

Foco, Vicenzo. Não vai ficar duro na frente do seu irmão.

— Bom dia, Cristian. – Jane responde, levando uma colherada da sua salada de frutas à boca.

— É bom vê-la, cunhada. – ele se senta no meio de nós dois – Por que não me convidaram? Fico ofendido.

— Que bom, assim você para de vir. – resmungo, bebendo meu café.

— Está mais rabugento, irmão. Agora que será pai deveria estar mais..doce. – fala de forma maliciosa, me fazendo precionar a mandíbula.

— Para quem estava morrendo de medo à alguns dias, você anda bem brincalhão. – respondo, fazendo o sorriso dele morrer.

— Está afiado.

— Não compreendo a conversa, cavalheiros. – Jane diz, bebendo um pouco de água. – Urgh. Estou enjoada novamente.

Jane anda bem enjoada durante esses dias, nunca cheguei à vê-la vomitar, mas sempre muito enjoada. O médico disse que é normal nessa fase da gravidez, mesmo assim andamos bem preocupados com essa questão. Verônica anda fazendo bastante chás para enjoo, mas Jane se recusa a beber todos eles, o que me deixa ainda mais confuso. Não fico bem em deixá-la sozinha, já que sua prima Giordana já voltou para Sicília.

— Quer uma água gelada, cunhada? – Cristian pergunta, apontando para a jarra de água na ponta da mesa.

— Aceito, por favor. – ele estica o braço para pegar, colocando o líquido no copo dela – Mas necessito do meu remédio.

— Irei buscar. – me coloco de pé – Onde está?

— No criado-mudo, é um comprimido branco de caixa vermelha. – diz as instruções, rapidamente me retiro da mesa e começo o meu percurso para dentro da casa.

Subo as escadas com pressa, subindo em dois degraus. Quando chego no último andar, atravesso o corredor extenso até o nosso quarto. Depois que descobrimos a gravidez de Jane, achei melhor dormirmos no mesmo quarto, caso ela passe mal ou necessite de alguma ajuda minha. Nossa convivência está, aos poucos, se tornando mãos pacífica.

Adentro no quarto, me aproximo do criado-mudo de Jane e encontro o remédio que ela pediu. Antes que eu pudesse fazer o percurso para fora do ambiente, ouço um barulho vindo o closet da minha mulher. Sem exitar, observo que o quarto estava tudo em seu devido lugar, então, seguro o pente da minha arma e dou passos calculados.

O barulho cessa, mas a minha atenção continua focada. De forma rápida puxo a porta de correr do closet, encontrando Verônica escondida atrás da porta que eu acabei de abrir. Sem entender nada, ela põe a mão no peito e respira parecendo aliviada ao meu vê. Não compreendendo, guardo minha arma e olho intrigado para a senhora à minha frente.

— Como é bom vê-lo, Vicenzo!

— O que faz aqui, Verônica? Esse é o closet da Jane. – pergunto rude, fazendo a senhora arregalar os olhos pelo meu tom de voz.

— Mil perdões. Só vim limpar o closet dela, mas ouvi barulhos e pensei que era um criminoso ou algo do tipo – arqueo uma sobrancelha, sem acreditar no o que estou ouvindo. – Está pensando que eu estava fazendo algo? Por Deus!

— Não disse nada. Fiz apenas perguntas, mas pode se retirar, se Jane te encontrasse aqui, não sei o que ela faria.

— Minha intenção era a mais pura.

— Entendo. – observo ela sair do closet e fecho a porta.

— A senhora Collalto não se sente bem? – a pergunta dela me deixa confuso, e ela percebe pela minha cara. Verônica aponta para o remédio em minhas mãos. – Já vi ela usando bastante esse remédio. Ela não se sente bem?

— Não muito. Mas Cristian estará pela mansão esses dias, me ajudará trabalhar mais tranquilo. – digo, saindo do quarto acompanhado de Verônica.

— Vicenzo, querido. Não queria me meter nesses assuntos, mas como uma segunda mãe para você, acho que é válido o que tenho à dizer.

— Diga.

— Sua esposa fica muito sozinha durante o dia, mesmo tendo a minha presença na casa e de outros empregados, ela recusa a nossa ajuda. – diz, cautelosa – Mesmo tendo o seu irmão.. digo, o senhor Cristian, vocês em algum momento terão que trabalhar.

— Onde quer chegar?

— Acho válido o senhor pensar na possibilidade de pagar uma dama de companhia para sua esposa, principalmente nesse início de gestação, que é o mais perigoso.

— Não nego que sua dica é boa, aliás, já pensei muito sobre. Mas minha esposa é difícil, não aceita estranhos dentro de casa e achar alguém de confiança é mais difícil do que parece.

— Compreendo. Mas não é impossível, e se me permite dizer, já tenho uma pessoa ideal para o trabalhar.

— Quem seria? – ela abre um singelo sorriso ao responder:

— Débora. Minha neta.

A Inglesa - Nova Era 1 - ContoWhere stories live. Discover now