Capítulo 18

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JANE COLLALTO – meses depois.

Da oi para a tia Jane, Vito! – Harper fala pelo FaceTime. O bebê careca leva as mãos gordinhas até a boca, balançando as perninhas cobertas pelo macacão azul escuro – Eita, acho que ele fez cocô.

Que menino cagão. Mas ele está lindo, Harper, parabéns. – a mesma tira a tela do filho, me deixando visualizar seu rosto sorridente. – Pra uma mãe de um menino de sete meses e uma menina de um ano e nove meses, você tá muito bonita, primeira-dama.

As babás tem me ajudado bastante, além que minha sogra vive aqui em casa. Ela fica bastante com Vito, para que eu possa dar atenção à mim e Antonella.

Fico feliz em ouvir isso, estou doida para que o meu nasça logo, assim eu posso dormir em uma posição boa. – resmungo, passando a mão pela barriga dura – Sebastian está em casa?

Não, ele saiu para a reunião . Vicenzo também veio, né?

Sim, saiu desde cedo. Bom, vou tentar dormir! Já que estou com contrações desde cedo. Beijos!

Beijos, qualquer coisa me ligue, até mais. – ela desliga a ligação de vídeo.

Feito isso, me coloco de pé, observando como o jardim está silencioso. Subo as escadas com cuidado, já que minha barriga de nove meses não me ajuda tanto. Quando finalmente consegui subir as escadas, caminho até meu quarto, entrando e trancando a porta. Hoje estou sozinha na casa com os empregados e os soldados.

Vicenzo foi participar de uma reunião com os homens da associazione, como estou na reta final da gravidez, decidi ficar por aqui. Ele saiu era quase sete da noite, e voltará assim que acabar a reunião, então não precisava da minha presença lá. Principalmente porque Beatrice virá junto com meu marido, para me ajudar acaso o Lorenzo decida nascer ainda esse mês.

Me deito na cama, tentando a todo custo arrumar uma posição confortável pra dormir. Com o tamanho exagerado da minha barriga, não consigo dormir muito bem nessas últimas semanas, Lorenzo insiste em chutar minha bexiga durante a noite e dormir durante o dia. Mas por algum milagre divino, deito do lado esquerdo e assim consigo adormecer com facilidade.

O barulho de uma sirene me faz despertar, sento na cama com o coração acelerado e tomo um susto maior ainda, quando encontro Verônica em pé em frente à minha cama. A escuridão do quarto a engolia, mas ao perceber que já a vi, ela da passos lentos em minha direção. Ela põe a mão na boca, em sinal para eu ficar calada.

— O que..

— Shiu.. – ela aponta para o jardim, me levanto rapidamente, encontrando o jardim sendo invadido por homens de preto – Senhora, temos que fugir, estão invadindo a casa.

— Isso é ridículo! Não irei.. – sinto algo perfurar minha costela, quando olho para trás, ela está com uma faca em meu corpo. – Ah! – grito, quando ela retira o objeto.

— Agora você irá sim, senhora. – fala em meu ouvido, me puxando pelo ombro.

Mesmo com a dor na perfuração, consigo puxar a minha adaga da cintura. Giro os tornozelos de forma rápida, perfurando o pescoço da mesma, fazendo assim, ela morrer na hora. Ouço barulhos no corredor, puxo a arma que Verônica guardava na cintura e analiso se há cartucho. Corro até a porta, trancando a mesma.

Por aqui, Verônica está com a vadiazinha. – ouço um homem falar no corredor.

Com passos rápidos chego até o closet de Vicenzo, começo a passar a mão pela parede procurando o quarto do perigo. Quando finalmente encontro, puxo o papel de parede e digito a senha rápido. O barulho na porta do quarto fica mais alta, eles conseguem derrubá-la e correm até mim, mas a porta do cofre se abre e eu entro na mesma hora. Digito a senha novamente e aciono o alarme de perigo.

Vicenzo é uma pessoa neurótica, então ele colocou um alarme em sua casa, que se for ativado, será enviado um alerta para o celular de toda sua família. Ouço o barulho das grades sendo acionadas por todas as saídas e entradas. Dou passos para trás, encontrando comidas em um frigobar, micro-ondas, toalhas, panos e água. Mas eu paraliso, quando sinto um líquido descer pelas minhas pernas e uma dor forma na minha intimidade.

— Filho, agora não, por favor! – reclamo de dor, sentando no chão de mármore branco. Meu vestido está manchado de sangue e a ferida dói.

Me estico para pegar uma toalha, com a adaga eu rasgo a mesma em um pedaço menor e enrolo a mesma na altura do ferimento. Isso talvez conseguirá segurar o sangramento até Vicenzo chegar. Mas a dor em minha vargina é grande, quando rasgo as laterais da calcinha, encontro uma cabeça tentando sair.

Olhando para os lados, me arrasto até a pilha de panos brancos e os puxo, deixo dois de baixo de mim e outros ao meu lado. Respiro fundo, descendo minha a minha cintura e fecho os olhos, fazendo a força que eu consigo. Mas sinto uma doe insuportável no ferimento da costela, sem me importar, continuo fazendo força mais algumas vezes. Até sentir Lorenzo cair em minhas mãos, puxo o mesmo até meu colo, mas não ouço seu choro.

Sentindo uma aflição, meus olhos se enchem de lágrimas, meu peito aperta com medo que algo tenha acontecido ao meu filho. Engulo o choro que estava quase saindo, fecho as pernas e coloco ele deito sobre elas. Com a adaga, corto o cordão umbilical, feito isso, enfio meu dedo dentro da boca de Lorenzo, puxando qualquer líquido que estava em sua garganta. Após isso, dou um leve tapa em sua bunda, que assim, fez o meu filho chorar e a cor voltar em seu rosto.

Consigo colocá-lo para mamar, acalmando ele. Quando ele está devidamente saciado, enrolo ele em trono de um pano limpo, e faço um cantinho com panos pra ele. Coloco o mesmo deitado, então me afasto e retiro fundo, fazendo o máximo de força que consigo até expelir a placenta logo em seguida. O meu ferimento continua a sangrar, então me arrasto até o micro-ondas, deixando um rastro de sangue.

Pego minha adaga, limpando a mesma com um pano, com o micro-ondas ligado, coloco a mesma ali dentro por cinco minutos. O aparelho apita, informando que o tempo acabou, abro pegando com uma toalha na mão. Retiro a toalha do ferimento, observando como ele está exposto. Pego outra toalha e ponho na boca, fecho meus olhos, encostando a adaga quente no ferimento. Meus olhos libertam as lágrimas que eu segurava, minha virgina continua a sangrar e a dor do meu ferimento foi a última coisa que eu senti, antes de vê tudo escuro.

A Inglesa - Nova Era 1 - ContoOnde histórias criam vida. Descubra agora