A Inglesa - Nova Era 1 - Conto

Capítulo 15

VICENZO COLLALTO

Meus olhos passam pelas letras, não assimilando verdadeiramente o que está escrito nas milhares planilhas. Não estou com cabeça aqui, ela está pensando em um documento que terei que olhar, após terminar essa planilha. Suspirando irritadiço, me coloco de pé, vou até o bar do meu escritório e ponho uma dose de tequila, virando em seguida.

arde.

— Me chamou? – Cristian entra no escritório, sem bater. Não respondo o mesmo, apenas aponto para a porta. Ela rola os olhos, voltando a porta e batentando na mesma. – Posso entrar, fratello?

— Já entrou, né, Cristian. – me jogo na cadeira de couro, desejando sumir por alguns instantes.

— O que foi do mal humor? Ah, não! Espera, você sempre está de mal humor. – dessa vez sou eu quem rola meus olhos, bufando de estresse. – Fala aí, o que aconteceu?

— Tenho várias planilhas para revisar, preciso ler um documento que me enviaram pela manhã e estou enlouquecendo!

— Jane têm algo à ver? – pergunta divertido, indo até o bar e fazendo o mesmo que eu. Ao terminar sua tequila, Cristian volta à minha mesa e senta.

— Estranhamente ela está bem tranquila, tirando à ceninha dela com a Débora. – respondo em um resmungo.

Há alguns dias atrás, minha esposa decidiu que era uma boa opção quebrar o nariz da minha ex amante. Entendo os motivos que levaram ela à tomar essa decisão, só não concordo com a forma que ela faz isso. Todos sabem que Jane é uma carniceira, ela gosta de humilhar seus torturados, gosta de levá-los ao extremo. E assim ela fez com a Débora, puxando a menina pelos cabelos em torno da casa.

Cristian e eu não acreditamos quando vimos os dedos de Débora em minhas mãos. Minha esposa saiu como se tivesse apenas conversado com a mulher, o que eu válido, em visto que ela sempre mata quem a confronta. Jane não é uma mulher qualquer, Débora e Verônica estavam cientes disso. Mas me usando, Verônica consegiu colocar sua neta em minha casa novamente, mas irei conversar sobre isso ainda com ela.

– Ceninha? – ele pergunta irônico – Vicenzo, ela estava com ciúmes. Mulher ciumenta é surtada assim mesmo.

— Ciúmes? Você está ficando louco! – solto uma risada nasal, balanço minha cabeça desacreditado e ligo o computador novamente – Jane não sente ciúmes, ela nem ao menos se importa.

— Louco está ficando você, ao ponto de não reconhecer os sinais de que aquela mulher gosta de você. – olho para ele curioso – Estou há duas semanas na sua casa, já percebi como ela se importa com sua presença frequentemente em refeições. Jane não dorme até você chegar, o que é impressionante, porque agora você dormem no mesmo quarto.

— Jane sempre teve a presença da família em refeições, ela apenas quer continuar com essa "tradição" na nossa família, é compreensível.

— Entenda como desejar, não irei ficar aqui tentando te convencer de algo que está notório – Cristian encara o envelope de cor branca, com o símbolo da nossa máfia – Documento importante?

— Sim. Necessitava resolver isso primeiro.

— Então foque nisso, eu cuido das planilhas pra você.

— Têm certeza disso? Você passou a madrugada fiscalizando o recebimento do armamento. – pergunto realmente interessado.

— Não esquenta, você sabe que sou melhor do que você em números. – se levanta – Mande as planilhas para o meu e-mail, deixarei você resolver suas questões com o líder em paz.