Capítulo 09

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Canalha

Plantão mandado o dia inteiro. Só tensão na mente por causa do meu coroa. Ele tinha ido meter um assalto com a tropa, e como sempre, ninguém sabia onde seria e nem como seria, mas tinha saído cedo de casa e eu nem sabia quando ia voltar.

No fim do plantão eu subi até a biqueira, junto com o meu parceiro de sempre, o Galego. Ele tava preocupado com o pai também, mas o foda era que a gente conhecia aquele bonde, sabia do potencial deles, e mais do que isso... a gente tava ligado que no próximo roubo estaríamos junto.

Treinamento pesado por dois meses pra isso. Já tinha metido uns assaltos pequenos a mão armada, umas lojas e algumas pessoas, só por diversão e pra levantar uma grana. Mas com aquela tropa nem tinha caô, era roubo grande, planejamento de meses e o céu era o limite.

Galego: Quer fazer algum bagulho hoje? - perguntou, descendo da moto em frente a biqueira - Tinha marcado de dar um rolê com a Beatrice, já que o Rato não vai estar no morro, mas animava de um bailão depois.

Eu ri, jogando a cabeça pra trás.

Canalha: Cagão! Tá com medo do sogrão fio?

Ele a Beatrice se curtiam pra caralho, tinham uma história maneira de anos já, mas a mandada nem dava muita moral de assumir de vez o parceiro, porque também tinha medo da reação do pai dela, então era tudo no sapatinho, no segredo.

Galego: Ah sim, peito de aço - ele debochou, dando duas batidinhas no meu peito - Não é porque tu é doido de testar a paciência do Ret que eu vou ser maluco de testar a do Rato. Os dois tem o mesmo sangue nas veias.

Canalha: Cala a boca, frouxo. Tua prima tá aí dentro - apontei com a cabeça pra salinha.

Vários moleques ali, conversando, contando grana, armados até os dentes. Hora de entregar nas mãos da Bárbara todo o rendimento de grana do dia de hoje. Ouvi os moleques falando que o Grego estava lá dentro também, participando do fechamento.

Tirei o balão que enfeitava a orelha, colocando na minha boca e tacando fogo. Nem tava de boa com a Bárbara ainda, depois da patada que ela me deu.

Delicada igual um coice de mula a minha mulher.

Galego: Tá, mas e aí. Vai querer fazer alguma coisa?

Neguei com a cabeça.

Canalha: Hoje sou só da Dona Kelly. Não quero deixar ela sozinha. Se tu não for ficar com a tua irmã e com a tua mãe, aproveite o rolê com a gata. Tô ligado que todas elas vão estar precisando da tua atenção hoje.

Galego: É, pô - ele concordou - Tava pensando em sair com a Bea e depois a gente ir lá pra casa. Se pá a Danielle topa de ir também.

Canalha: Em família - sorri com deboche, gastando ele. Mas na real eu ficava feliz pelo parceiro, era o que ele queria - Maneirão.

Galego: Ta com inveja porque queria fazer o mesmo bagulho.

Fiquei quieto na minha. Galego chegou perto dos moleques e a gente ficou trocando um papo dez, enquanto o Grego e a Bárbara chamavam alguns deles pra entrar na salinha por vez.

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