Capítulo 10

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Bárbara

Me arrumei bem bonitinha, mas sem muito enfeite, mesmo sem saber pra onde eu iria, não estava tão afim de me arrumar.

Quando eu cheguei em casa a minha avó já estava aqui, junto com a Bianca, que arrumava as coisas dela pra ir dormir na casa da minha tia Laura, porque queria ficar com a Luiza.

Desconfiei no início, achando que poderia ser um golpe pra ela correr pro Japa. Mas realmente tinha confirmado com a Laura que elas haviam combinado de dormir lá.

Olhei pra mensagem que o Renan tinha mandando no meu celular, avisando que estava saindo de casa, enquanto roía as minhas unhas. Não sabia dizer se havia feito o certo em chamar ele, mas na hora me pareceu necessário pra sanar a minha curiosidade.

Alguns detalhes do sonho ainda atormentavam a minha cabeça, e me deixavam confusa. Mas sempre que me pegava pensando, fazia questão de afastar as lembranças, focando em alguma outra parada.

Viviane: Você vai voltar? - ela me perguntou, se aproximando da janela, onde eu esperava o Canalha aparecer - Conta pra tua vó quem você está esperando?

Rolei os olhos e me sentei no sofá, saindo de perto dela. A Bianca já tinha saído fazia alguns minutos. O Galego veio buscar ela, junto com a Luiza.

Bárbara: Canalha - respondi, olhando pro meu celular.

Mas mesmo sem olhar pra ela, eu sabia que estava sorrindo.

Viviane: Caraca, finalmente. Achei que nunca fosse dar uma chance pro coitado.

Bárbara: Para com isso, Vó. Eu só vou ir pra casa da Tia Kelly.

Viviane: Tu vai dormir por lá?

Bárbara: Não sei, talvez.

Viviane: Então nem faz sentido eu ficar aqui te esperando voltar, sem saber se tu vai voltar.

Bárbara: Vai curtir o teu pagode, velhinha - gastei - Eu consigo me virar sozinha.

Viviane: Teu pai e tua mãe queriam que vocês duas não ficassem sozinhas, nem vejo sentido, já são bem grandinhas - ela pegou a bolsa no sofá - Eu vou curtir então. Tomar uma cervejinha com as amigas, mas qualquer coisa você fala comigo, tá? Vou pra minha casa depois, se não quiser dormir na Kelly, manda o Renan te deixar lá em casa.

Bárbara: Pode deixa, gatona.

Ela beijou a minha cabeça e me pediu pra tomar cuidado. Nem demorou muito tempo pro Canalha estacionar a moto na frente da minha casa, e dessa vez ele nem buzinou, porque o meu pai não estava em casa, então não tinha quem ele atingir com suas gracinhas.

Tranquei a casa e fui ao encontro dele na rua. O Renan estava de capacete, e me estendeu um também. Significava que a gente ia sair do morro, porque ali dentro os moleques nunca usavam capacete. Eu prendi o meu cabelo, e coloquei ele, sem falar nada. Subi na moto, sem encostar nele, mas o desgramado tinha aprendido a tática de acelerar maneiro porque quando fazia isso, eu me segurava em seu corpo, pra não desequilibrar. Então nem deu outra. Ele já saiu da frente da minha casa acelerando pra caralho e eu me agarrei na sua cintura.

Saturno Where stories live. Discover now