Capítulo 36

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Deixei um recado no meu perfil, peço a todas que vão lá ver, por favor. Cap sendo postado e não revisado por conta disso, se houver erros por favor, ignorem.

Vocês são lindas. 💖

****

Bárbara

Eu tentei tirar a arma da minha cintura, quando vi a vagabunda se preparando pra pular encima de mim, mas nem deu tempo. Ou eu mirava, ou eu ligava pro Grego. Resolvi ficar com a segunda opção, sem saber o que aconteceria dali pra frente. Independente de qualquer coisa, o Grego merecia saber de toda a verdade, e se a Fabiana me matasse, esse segredo não ia morrer comigo.

O celular ficou encima do sofá, eu não consegui ver se ele atendeu a minha ligação ou não.

A Fabiana foi mais rápida, e me puxou pro chão, com as mãos nos meus cabelos. Coloquei as minhas mãos envolta do pulso dela, e tentei fazer com que me soltasse, mas ela estava na vantagem por estar praticamente sentada no meu colo, o que fazia com que eu fosse impedida de bater minhas pernas.

Ela puxou o meu cabelo pra cima, e depois pra baixo, com tanta força, que me fez bater com a cabeça no chão, e tontear por um minuto. A mulher parecia uma fera, talvez eu houvesse mexido em seu ponto fraco, mas sabia de todos os riscos quando tomei a minha decisão.

Eu apertei ainda mais minhas unhas na pele da vagabunda e ainda senti uma delas se quebrando, mas foi prazeroso demais quando eu vi a cara de dor dela, e a sua mão soltando o meu cabelo.

Nem perdi tempo e meti logo um soco na cara dela, e fui retribuída com tapas no meu rosto. Me remexi o suficiente, até que ela estivesse longe do meu colo e eu pudesse chutar a sua barriga.

A Fabiana arfou com a dor, caindo pra trás, e eu me aproveitei pra ficar de pé, mesmo me sentindo um pouco tonta ainda, e puxei a pistola da minha cintura, apontando bem pra cabeça dela, que estava sentada no chão a minha frente.

Vi a mulher trincando os dentes, e meu sorriso automaticamente cresceu.

Fabiana: Se você ameaçar atirar, eu grito. E não vai ser a você que os vapores que estão ali fora vão escolher.

Bárbara: Se você me ameaçar, eu atiro - avisei - Chama eles, eu tenho uma fofoca das boas pra contar pra todo mundo!

Fabiana: Qual é o teu problema comigo, garota?

Bárbara: Acredite, você é o menor dos meus problemas. Eu quero saber onde o Deco está!

Fabiana: O que eu ganho em troca? - ela perguntou.

Bárbara: O meu silêncio.

Fabiana: Eu não confio em você, Bárbara!

Bárbara: Nem eu em você. Por isso mesmo você vai fazer do jeitinho que eu quero.

Fabiana: Pra que? Pra você sair contando tudo pro Grego depois?

Bárbara: Eu não vou contar nada pro Grego depois, que o Japa é filho do Deco , Fabiana - rolei os olhos.

Até porque... se ele estivesse na ligação, eu estava contando tudo aquilo agora.

Fabiana: Já falei que não confio em você!

Bárbara: Então você se fodeu.

Ameacei sair andando, mas ela segurou o meu tornozelo, me mantendo no lugar.

Fabiana: O que você quer, inferno?

Ela parecia mais calma, e isso era ponto ganho pra mim.

Bárbara: Quero ficar cara a cara com o Deco. Só isso - me abaixei, ficando na altura dela - Você vai me entregar o seu celular, nós duas vamos sair desse morro juntinhas, no seu carro. Vamos fingir que somos melhores amigas que vão dar uma volta no shopping, entendeu? E você vai me levar aonde o Deco está!

Fabiana: O Deco vai te matar.

Bárbara: Vamos ver.

Ela sorriu.

Fabiana: Te deixo lá pra morrer e volto pro morro, vou viver a minha vida como se você nunca houvesse existido.

Bárbara: Isso você não vai poder fazer, sabe?! Eu existo, e tô bem aqui na tua frente... é só pensar em fazer alguma merda, que essa informação vai cair no colo do Grego.

Fabiana: Você tá se metendo em coisa grande demais pro seu tamanho, garota.

Bárbara: Sempre gostei do topo - dei de ombros, voltando a me levantar.

A Fabiana ficou de pé, e pegou as chaves do carro dela. Nós duas fomos juntas até a garagem, e eu continuei mirando naquela vagabunda, abaixei a arma só quando os vapores se aproximaram do carro, sem entender o que estava acontecendo.

A filha da puta sorriu, e disse que íamos passear, exatamente como eu havia falado. Depois de nos deixarem em paz, ela dirigiu na maior agilidade pra fora do morro, mas quando os moleques da contenção viram que era o carro dela, eles tentaram nos barrar.

Nem deu bom, porque eu empurrei a Fabiana pro lado e mandei ela meter o pé no acelerador, passando por cima de qualquer um que aparecesse na nossa frente.

Alguns disparos foram atirados, mas nenhum deles pegou no carro. Quando eu voltasse pro morro ia sugerir ao Grego que trocasse aqueles menores. Mas pô, se eles atiraram no carro da Fabiana, então foi o Grego que mandou. Isso significava que ele tinha ouvido toda a minha ligação.

Mas eu esqueci completamente do celular encima do sofá, e quando percebi nós estávamos a quilômetros do morro.

Só me afastei um pouco dela quando a gente já estava longe o suficiente, andando por uma estrada de chão, em um canto muito isolado. Eu nunca tinha ido até aquele lugar, e tudo me pareceu sinistro demais.

A Fabiana estacionou ao lado de uma casa muito pequena, mais parecia um chalé, e apontou com a cabeça pro lugar.

Eu entreguei na mão dela, o teste de DNA, deixando que ela achasse mesmo que eu era burra o suficiente pra não ter feito pelo menos dez cópias.

A mulher nem esperou eu descer do carro, e arrancou pra fora do lugar. O meu tênis branco afundou na lama, me fazendo ter desejado não sair daquele morro.

Consegui ver a Fabiana fazendo a volta com o carro, e sumindo estrada a fora. Muito maneiro, era a última vez que eu estava vendo aquela vaca. Da próxima vez que eu voltasse pro morro, seria com a notícia da morte dela.

Respirei fundo. Prendi a arma na minha mão, e me aproximei da casa em passos lentos, mas estava tudo tão silencioso, que eu desconfiei que tudo aquilo não passasse de uma armadilha.

Saturno Where stories live. Discover now