Pov's Nyx
Minha mãe me envolveu em um forte abraço e me vi novamente com 10 anos de idade e um gatinho desaparecido.
Só que dessa vez não era nenhum animal de estimação que havia sumido. Mais sim, minha parceira, ferida. Ferida por um motivo que eu poderia ter evitado.
- Ela vai ficar bem.- mamãe afagava minhas costas e dava beijinhos em minha cabeça.
- É culpa minha. É tudo culpa minha. Se eu tivesse...
- Chega Nyx!- ela disse em seu tom autoritário de mãe, que na minha opinião, era muito mais forte e intimidador do que o de Grã-Senhora.- Não foi culpa sua! Não foi culpa dela! E ficar se lamentando agora, não vai ajudar em nada.
Esfreguei minhas lágrimas.
- Porra! Você tá chorando e se lamentando a uns quinze minutos! E agora eu te pergunto:- ela me olhou, e aqueles olhos azuis pareceram faiscar.- Você ficar aqui chorando, está ajudando em alguma coisa?
- Não, não está ajudando.
- E esse não foi o guerreiro que eu criei!- ela se levantou.- Vai fazer o que agora?
Limpei os últimos resquícios de lágrimas, me endireitei e pensei um pouco.
- Acha que se eu fosse buscar algumas coisas dela naquela casa, ajudaria?
- Ajudaria bastante garoto.- Madja disse surgindo no corredor.
Me levantei de supetão.
- E como ela está?
- Ela está bem, em partes. Teve sorte de ter tido muitos ferimentos internos, esses podem ser curados com magia e remédios. Os esternos também.- Eu e minha mãe suspiramos de alívio.- Porém, a coloquei em um transe de sono por dois dias. Fará com que ela não sinta tanta dor.
- Os remédios...- minha mãe disse.
- Estão na cômoda, junto com outras recomendações.- assentimos.- Ela pode ter alguns efeitos colaterais, por conta do transe.
- Como?- perguntei.
- Tosse intensa, resmungos e devaneios são comuns. Em caso de tosse, a coloquem de lado. E recomendo que alguma fêmea faça isso. Geralmente as vítimas de estupro, desenvolvem uma certa aversão a qualquer tipo de toque, especialmente de machos. E o remédio é líquido, ela vai engolir assim que senti-lo na boca.- assentimos.- Se precisarem, é só chamar.
- Obrigada, Madja.- minha mãe disse e a acompanhou até o andar de baixo.
Fui direto para meu quarto, precisava ver como Selene estava. A curandeira a havia coberto e limpado um pouco, porém ainda era possível sentir o cheiro de sangue.
Eu sentia a vida dela sobre o laço, estava estável. Como quando eu descobri a parceria. E isso foi o suficiente para me acalmar um pouco.
Acabei decidindo que iria dormir ali. Na poltrona. Não podia deixar ela sozinha.
Eu não conseguiria.
Estava decidido a ignorar todas as minhas tarefas e afazeres da corte para vigiar a Minha Lua.
Fui até o armário e peguei uma coberta e um travesseiro reserva, e então tentei arrumar uma boa posição para passar a noite. Até ouvir passos e uma leve batida na porta, antes dela ser levemente aberta.
Era Meissa.
- Oi...- ela se aproximou de mim e olhou com tristeza para minha parceira.- Como ela está?
- Madja disse que ela vai ficar bem. Só vai ficar em uma espécie de coma, por dois dias. Não corre risco de vida.
Pude ver alívio percorrer o corpo de minha irmã.
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A Corte de Estrelas Congeladas (ACOTAR+TOG)
FanfictionSelene Edur é uma Grã-Feérica da Corte Invernal, que desde o nascimento de seu irmão mais novo, teve de aprender a cuidar de sua família. Porém a loja em que ela trabalhava acaba fechando e a garota se vê obrigada a encontrar algo para o sustento de...