•60- welcome twins!•

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~4 meses depois~

Pov's Nyx

A primeira neve do inverno caía lá fora.

Eu não queria sair da cama, estava quentinho e aconchegante.

E talvez tivesse ficado deitado até um pouco mais tarde, se Seli, que estava deitada como uma bolinha ao meu lado, não tivesse levantado repentinamente e corrido para o banheiro.

Corri atrás dela e a encontrei já de joelhos diante do vaso, vomitando todo o jantar da noite anterior.

Afastei seus cabelos, os levando para trás para que não sujassem e fiz movimentos circulares em suas costas com a mão livre.

A barriga de minha parceira agora podia ser comparada ao tamanho de uma manga.

E eu conseguia ouvir o coraçãozinho do meu filho.

Era o som mais belo que eu já havia ouvido.

Agora com cinco meses, eu esperava que o bebê já conseguisse ouvir quando falassem com ele, então tomei o hábito de contar meu dia a ele todas as noites antes de dormir.

Selene soltou um longo suspiro e se sentou no chão depois de limpar a boca com a toalha que lhe estendi.

Ela acordava pelo menos três vezes na semana, e eu fazia questão de ajudá-la, mesmo que não quisesse.

- Estou pensando em não jantar hoje, só pra ver se passo mal amanhã de manhã...

- Assim você vai passar mal por não ter nada no estômago, querida.- ela revirou os olhos e eu a abraçei por trás.- Só mais seis meses acordando assim, Lua Querida.

- Pra depois acordar de madrugada com alguém chorando no seu ouvido.- Ela se levantou devagar.- Você também vai acudir o bebê, não quero nem saber! Eu já vou ter que parir e amamentar, o mínimo que pode fazer é cuidar da tua cria pra mim dormir!

Selene falou levemente irritada, havia percebido que com o passar das semanas ela havia ficado mais sensível a tudo.

Qualquer coisa a irritava ou a fazia chorar, as vezes os dois.

Eu também havia aprendido a não questioná-la do pôr que dá irritação e do choro, só concordava e as vezes ria internamente.

- É claro, minha querida e magnífica parceira e mãe do meu filhote!- fiz uma reverência exagerada. Selene revirou os olhos, tentando esconder um sorrisinho.
Minha parceira saiu do banheiro, indo em direção ao closet.

Eu usava apenas uma calça de moletom cinza e mesmo com o aquecimento da casa, estava com um pouquinho de frio.

Fui atrás de minha parceira quando a lembrança de que havíamos marcado uma consulta com Madja daqui a duas horas, não podíamos nos atrasar.

Talvez hoje ela já conseguisse ver se o bebê tem asas ou não!

E falando em bebês, tia Nestha podia dar a luz a qualquer momento.

Ela também fora orientada por Madja a ficar em repouso, proibida de carregar muitos livros, ir até a biblioteca abaixo da Casa do Vento, de treinar e até mesmo de ser carregada num vôo até Velaris.

A gestação de minha tia era um tanto quanto mais complicada por conta de serem gêmeos e de ambos terem asas.

Encontrei Selene vestindo uma calça preta larguinha e a blusa azul de gola alta estava levantada, ela olhava para o espelho, para a barriga exposta, e a acariciava.

- Mamãe te ama, mas por favor, não seja enjoado como seu pai e pare de me fazer vomitar todas as manhãs!

Eu não pude deixar de rir baixinho.

A Corte de Estrelas Congeladas (ACOTAR+TOG)Where stories live. Discover now