꧁ 32-Love And Pianos ꧂

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Pov's Nyx

Fizemos o resto do caminho em silêncio.

A cerca de dois quarteirões antes do túnel, era possível ouvir as diversas melodias que saíam de lá.

E no instante em que dobramos a esquina para adentrarmos no local, pude ouvir um arfar de Selene.

A música era algo extremamente importante para ela. Era uma das poucas coisas que a faziam sentir que sua mãe ainda estivesse presente. Uma das poucas coisas que ela deixou para os filhos além de lembranças. A música.

O túnel era de aparência e estrutura monumental. Seu chão fora projetado para se parecer com uma grandiosa partitura de alguma música que eu desconhecia. Por todos os lados havia instrumentos, tripés, estantes para partituras e mais instrumentos.

O longo e largo túnel era dividido em naipes, tendo os metais como primeiro grupo para quem entrasse pela ala sul. Seguido de percussão, madeiras e cordas.

As paredes pareciam uma grande obra de arte. Haviam escadas que levavam a vários andares com pequenas sacadas que continham instrumentos para quem os quisesse tocar. E no teto, havia pendurado, milhares de notas e claves musicais, bemóis, sustenidos e bequadros.

Que eu não fazia a menor ideia para o que serviam.

Nos demoramos em cada naipe, apreciando cada música, canção e melodia que era tocada.

E Selene fazia questão de me ensinar um pouco sobre o que sabia. Com a grande partitura no chão, ela conseguiu me ensinar algumas notas em claves de sol, para eu esquecer logo em seguida.

Mas eu adorava ver sua empolgação ao falar sobre música para mim. O brilho que ela tinha no olhar, a visível paixão que tinha por essa arte.

E quando chegamos ao último grupo, pude ver seus olhos correndo pelos emaranhados de violinos e arpas, procurando por algum piano.

Avistei um em uma das sacadas a nossa direita.

- Ali, Seli!- indiquei o lugar para ela.

Chegamos ao espaço reservado apenas para um piano preto bem polido. Selene passou a mão sobre ele, como se familiarizasse novamente com o instrumento.

Não era um piano de cauda branco, como o que ela um dia desejava ter. Mas era importante do mesmo modo.

Seli se sentou no banco de couro que havia ali e levantou a tampa, revelando lindas teclas brancas e pretas menores acima. Eu apenas me encostei ao lado do piano, tendo uma boa vista de minha parceira.

Suas mãos hesitaram um pouco antes de tocar as teclas e dedilharem um por um, a fim de despertarem novamente a agilidade e habilidade que deveriam ter.

Ela dedilhou algumas notas perdidas, como se tentasse se lembrar de alguma melodia para tocar. E então parou e apenas observou aquelas teclas e respirou fundo.

Para logo em seguida, uma doce melodia ecoar pelo ar.

A graciosidade presente nos movimentos era assustadora. Seus olhos se fecharam e seu rosto assumiu uma expressão de serenidade e um leve sorriso se esboçou no canto de sua boca enquanto ela tocava quando seus movimentos se intensificaram.

Era hipnotizante ver sua facilidade em formar algo tão perfeito quanto aquela melodia. Fiquei completamente arrepiado.

A intensidade e a velocidade foram diminuindo até uma última tecla se tocada, um sinal suave de que a música havia acabado.

Selene sorriu envergonhada quando bati palmas, acompanhado por outros feéricos que haviam subido apenas para vê-la tocar. Seli se virou para todos e agradeceu com um aceno de cabeça e um sorriso.

- Foi impressionantemente lindo!- disse me sentando ao seu lado.

- Não. Preciso melhorar muito, fiquei anos sem tocar em um. Isso foi apenas uma das primeiras músicas que aprendi a tocar por completo.- balançou a cabeça.

- Se isso foi incrível, nem imagino como deva ser uma das mais difíceis que já aprendeu.

- Quem sabe, algum dia eu não toque uma das mais difíceis pra você!

- Eu ficaria honrado.- coloquei a mão no peito e ela sorriu, desviando os olhos rapidamente entre eu e o piano.

- Quer tentar?- perguntou.

- Eu?!- ela concordou com a cabeça.- Não, não. Obrigada, mais não levo jeito pra isso!

- Ora, vamos Nyx! Te ensino a mais fácil que conheço!- né cutucou com o cotovelo.

- Tudo bem! Mais tenha paciência, instrumentos não são meu forte.

Ela apenas sorriu e se aproximou ainda mais de mim. Conforme suas ordens, coloquei minhas mãos sobre as teclas que havia mandado. Suas mãos pousaram sobre as minhas e seu dedos se colocaram em posições iguais aos meus.

Ela fazia leve pressão em casa dedo que eu deveria usar para apertar as teclas em uma sequência de notas que formavam uma melodia que toda criança já ouvirá alguma vez na vida, "Brilha, brilha estrelinha".

Ficamos ali treinando, até eu conseguir executar algumas notas seguidas, recebendo aplausos animados de Minha Lua.

- Meus parabéns! Conseguiu tocar a primeira parte!- disse sorrindo.

- Essa foi só a primeira?! Céus!!

Ela riu abertamente de minha expressão de sofrimento.

- Por que não vamos até o estúdio de minha mãe, agora? Só falta conhecer aquele!

- Eu adoraria!-sorriu.

Descemos as escadas e fomos andando até a saída, pelo lado norte, ficava mais perto do estúdio de pintura.

Estávamos andando em silêncio, de mãos dadas, por uma ruela meio vazia, e eu sentia Seli nervosa ao meu lado.

- Tem algo que te incomoda, Lua Querida?- perguntei parando em sua frente.

- Tem, tem sim uma coisa que me incomoda.- respondeu mordendo levemente o lábio inferior e abaixando a cabeça.

- Eu posso fazer algo para ajudar?- perguntei levantando sua cabeça, fazendo com que seu rosto ficasse de frente para o meu.

- Só você pode me ajudar agora.- dizendo isso, ela puxou meu pescoço e selou seus lábios com os meus.

Fiquei em choque por um segundo, até recobrar os sentidos e passar meus braços pela sua cintura, a puxar para mim.

O beijo não foi doce ou delicado como o primeiro que havíamos dado na Casa do Vento. Esse fora impulsivo, quente, selvagem. Um beijo cheio de urgência. Cheio de desejo e carinho.

Nossas línguas travaram uma batalha e nossas mãos corriam soltas, explorando cada parte possível do corpo um do outro.

Nos afastamos apenas quando a falta de ar impediu que continuássemos, encostando a testa um no outro. As respirações ofegantes eram o único som que havia no momento.

Desencostei meu rosto de Selene, e acariciei seu rosto, fazendo com que ela olhasse para mim.

Talvez pela intensidade do beijo e dos toques, pela grande proximidade e intimidade de nossos corpos, esperei ver um olhar de arrependimento e talvez um empurrão, como da última vez.

Mas tudo que conseguia ver, era um sorriso em seu lábios e um brilho em seu olhos.

Um olhar e um sorriso que deixei de observar quando a tomei nos braços novamente e voltei a sentir o macio de sua boca na minha.

.

.

Boa noite!!

Finalmente as coisas estão se acertando e indo conforme o roteiro!

O grande X da questão é: quando o Nyx vai contar sobre o laço pra ela? 

Em breve saberemos!!

Espero que tenham gostado dos capítulos de hoje!

Deixem votinhos e comentários pvr! Sempre me motivam a continuar!!

Beijus da tia Isa!!

A Corte de Estrelas Congeladas (ACOTAR+TOG)Where stories live. Discover now