𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐗𝐗𝐕𝐈𝐈 |𝐓𝐄𝐌𝐏.𝐈𝐈

2.8K 209 34
                                    

-Quem é?

obs: eu já sabia quem era

Eu obviamente só não queria acreditar que aquele fudido do meu pai realmente não tinha desistido mesmo depois de tudo. E também a pessoa usava um alterador de voz, mas ainda sim eu sabia que era um homem.

-Não se lembra de mim? Como sua memória é fraca Juli. - desligo o celular na hora do medo mas me arrependo logo de cara, se eu tinha algum jeito de saber se era meu pai ou não, eu acabei com ele. Meu celular toca de novo e eu peço aos céus que seja a mesma pessoa quando eu atendo. - alô?

-Eu não espero que fiquemos horas conversando. Só quero te avisar pra ter cuidado, nem todos são oque nós pensamos que são. - e assim a chamada é desligada, sem nem eu ter a oportunidade de dizer mais alguma coisa. Fico parada estática olhando pra tela do meu celular

-Jul! - dou um pulo mas logo me acalmo sabendo que é só o Javon, ele me olha preucupado porque eu provavelmente to com uma cara de quem viu alguém ser atropelado. Então eu abro o melhor sorriso que consigo.

-Minha avó me ligou mas acho que o sinal dentro do estúdio não tava muito bom.

-Ela tá bem? Você parece preucupada e...com medo de alguma coisa. - guardo meu celular no bolso.

-Eu tô bem, Jav. Já vamos embora? - tento mudar de assunto e apesar de ele concordar com a cabeça que sim entrando na onda, eu sei que ele não esqueceu disso.

~

Passei a tarde toda na casa dos Walton mas mandei mais de 20 mensagens pra minha avó perguntando se ela tava bem de 5 em 5 minutos. Eu não contei pra ela e nem, bom...pra ninguém.

Talvez nem seja sério, só um trote ou algo do tipo. Mas mesmo assim isso me perturba o dia todo.

-Jav - ele me olha tirando sua concentração da tela da TV na qual jogávamos um jogo de luta um contra o outro.

-Hm?

-Pode dormir lá em casa hoje? - Eu queria contar pra ele mas eu sabia que Javon ia surtar mesmo sem nem ter certeza de quem era e se era real.

Porém eu o chamei porque estar com o Jav me faz pensar um pouco menos nas coisas que me preucupam, não me faz esquecer elas, mas pelo menos eu consigo pensar em outra coisa além daquilo, mesmo sem saber ou querer, ele me acalma.

-Claro. Algum motivo especial? Sua avó trouxe outro cara e você não quer ficar sozinha com eles? - dou uma risada sincera depois de um tempo com uma feição preucupada no rosto

-Não, nada de especial e graças á Deus ela não trouxe. Só quero passar mais tempo com você. - ele sorri e me abraça de lado

-Podemos passar o tempo que a gente quiser juntos. - ele analisa bem o meu rosto e pela sua próxima pergunta parece notar algo de diferente - Sabe que pode falar qualquer coisa pra mim, né? Tipo, se alguém estiver te incomodando eu posso, você sabe, usar toda a minha sedução contra essa pessoa. - dou risada e o encaro de volta.

-A única coisa que me incomoda é esse seu brilho extremamente forte que chega a queimar meus olhos. Que obra prima é essa que não está a venda? - ele sorri convencido

-Bom, parece que alguém já me comprou e agora não tem mais volta. Essa pessoa vai ter que me aturar pro resto da vida imortal dela.

-Mas que pessoa de sorte essa, hein. - digo olhando nos seus olhos de pertinho enquanto ainda estávamos abraçados

-Eu diria que a única pessoa com sorte aqui sou eu, por ter sido comprado pela compradora de obras de arte mais linda que o mundo já viu. - e em minutos conversando com ele, todo o medo e a tensão foram se esvaindo

𝐃𝐀𝐌𝐍 𝐅𝐈𝐆𝐇𝐓𝐄𝐑-𝐣𝐚𝐯𝐨𝐧 𝐰𝐚𝐥𝐭𝐨𝐧 Onde histórias criam vida. Descubra agora