Aplin² • Outer Banks

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Pov's Narradora

  O desespero de sua filha.

Era isso que Mary Rodrigues via ao passar ao lado de Eleonora Aplin e de seus amigos enquanto estava dentro de um caminhão com dois homens loiros e um tesouro sagrado revestido de ouro.

Tudo saía bem, tudo saía de acordo com o seu plano.

Todo o seu trabalho estava sendo um sucesso desde o início de toda aquela jornada minuciosamente pensada e planejada. 

Voltar para Outer Banks após uma ligação de Ward Cameron havia sido uma das melhores decisões que ela já tomou em sua vida.

Ou talvez a melhor.

Após o homem liga-la afirmando que ele precisaria de alguém para ajudá-lo a pegar o tesouro — no qual desistiram de procurar há muito tempo — e descobrir que sua primeira filha estava envolvida nessa busca, ela não exitou em logo avisar ao seu novo marido que havia surgido uma oportunidade de negócios na ilha.

Ela não ousou contar sobre o que era esse novo negócio. Conhecia o homem que havia casado e sabia que ele tinha seus valores e princípios completamente diferente dos dela e ele certamente não apoiaria essa ideia.

Então ela resolveu apelar para o que sabia fazer de melhor.

Manipulação.

Contou a história de sua filha, que havia descoberto onde ela e o pai estavam morando e que queria reencontrar a criança que ela tanto amava.

E bom, David Rodrigues não teve nem sequer a coragem de cogitar em se negar a atender um pedido tão amoroso e verdadeiro de uma mãe.

Rapidamente o homem fez questão de comprar as passagens de ida para ele, sua esposa e seus três filhos.

Mateus foi quem ficou mais animado com a notícia. Viajar para fora país, para uma bela ilha e encontrar uma pessoa de sua idade que poderia lhe considerar como um amigo e até mesmo como um irmão parecia uma ótima ideia.

Os Rodrigues chegaram na ilha e compraram uma casa bonita de dois andares, com paredes brancas e três quartos para poderem morarem como uma bela família feliz. 

No primeiro dia na ilha de Outer Banks, Mary foi se encontrar com Ward e o homem lhe explicou tudo o que ocorrera nos últimos meses.

Sobre ele voltar a procurar o ouro ao lado de Big John, sobre os dois estarem tão próximos para encontrarem o naufrágio...

Sobre o acidente entre ele e o Routledge mais velho.

Sobre como ele teve que esconder isso de todos, sobre como tudo voltou a tona após a tempestade que atingiu o condado, sobre John Booker Routledge e seus amigos terem se metido em toda essa confusão...

Sobre Elle Aplin estar envolvida nessa caça ao tesouro e estar atrapalhando todos os seus planos.

Sobre o assassinato da xerife, sobre a suposta morte de sua filha e o filho de Big John e como isso havia os afetado, mas que mesmo assim precisavam insistir até o fim nessa caça inquietante.

E Mary ajudou de bom grado. Afinal, quem não faria nada por um grande tesouro?

Ela saía de casa assim que ouvia o primeiro toque do telefone, dando a desculpa que precisava ir para o trabalho.

Ela ajudou com o dinheiro do suborno do piloto e na mesma noite teve que ajudar a se livrar do corpo dele antes que a polícia chegasse no local.

Mary pagou uma juíza para que desse a pena máxima para John B, mas para adiantar as coisas, Mary também subornou Plumb para que ela mandasse alguém que assassinasse o Routledge mais novo.