𝐌𝐮𝐝𝐚𝐧𝐜̧𝐚 𝐝𝐞 𝐩𝐥𝐚𝐧𝐨𝐬

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Constantine


    Ao ver Morgan rindo, senti um pingo de... Como eu diria? Talvez raiva, ou só incomodo.
  Todos se sentiriam incomodados com ela. Uma garota loira, mimada pelo pai e ignorante. Um combo perfeito.

    Puxei minha esposa para dançar, em uma tentativa de despistar nossos pais... Não pretendo ter uma conversa chata nesse momento. Então começamos a nos movimentarmos no centro do salão e é claro, trocar farpas a todo momento, alojei minha mão na cintura dela, beliscando sempre que sentia a ponta do salto encontrar os meus dedos de forma nada delicada. 

    Soltei Morgan quando a música acabou, as minhas tentativas de encerrar uma conversa que nem começou não deram certo, Caleb veio ao meu encontro rapidamente, assim que soltei a moça, enquanto Scott foi ao encontro dela. Parece que joguei pedras na cruz para isso tudo acontecer... Ou tijolos, quem sabe.

- Já podem ir, eu cuido do resto por aqui. - foi o que meu pai disse, ele está mais contente do que nunca - e controle a sua esposa ou eu mesmo farei isso.

- Como faz com a sua? - pude sentir Morgan me olhando incrédula pelo que acabamos de falar, rebatendo um a birra do outro.

  Não é como se ela também não fizesse isso.

- Meu imprestável filho, cale-se antes que se arrependa - meu pai sorriu e colocou a mão no meu ombro, apertou mais que o necessário.

    Teve um carinho por mim que tive que fingir ser recíproco, meus sorrisos nunca, mas nunca foram tão falsos e teatrais. Olhei para Morgan.

- Vamos, minha querida - ela estava me olhando com uma expressão neutra, mas dava para perceber o medo em seus olhos - Agora.

    Ela apenas assentiu, acredito que por pressão e medo. Morgan é uma boa menina, não deve saber o quão fundo é o buraco em que se meteu, ou seja, sua cova pronta. Sendo sincero, tenho pena dela, raiva e pena, seria mais fácil se ela fosse mais compreensiva, porém também entendo a situação a qual foi colocada.
    Nos despedimos dos convidados ainda no meio da festa e caminhamos até a entrada, acompanhados de palmas e gritos eufóricos, até parece que realmente estão felizes por esse casal que acabou de se formar. 

    O carro já estava à nossa espera, assim que saímos do salão e entramos nele, já tivemos problemas.

- Pare de pisar no meu vestido.

- Eu quem comprei esse vestido.

- Não me importa, está pisando nele.

- Céus, você é uma chata.

- E você um grande canalha.

- Estamos kits então - Fim de papo.

   O caminho todo foi discussões desse tipo, Morgan não para de me encarar, até quando não estou falando nada.

- Perdeu algo na minha cara? 

- Estou tentando entender como vou olhar para ela todos os dias.

- Feche os olhos e não precisará ver. 

- Imbecil.

- Idiota.

- Canalha. 

    Eu até rebateria, mas estou cansado demais para isso, apenas revirei os olhos e a ignorei.

    Os empregados já haviam ido embora quando chegamos, o que encontramos foi uma mesa cheia de presentes e a bancada da cozinha repleta dos resquícios da festa, doces, bem casados, o bolo já havia sido cortado, então tem pedaços dele aqui também. Imediatamente soltei o nó da gravata que me sufocava e tirei os sapatos, encontrando um belo vermelho no meu pé, onde uma certa loira me acertou com seu salto fino enquanto dançávamos mais cedo.

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