𝐔𝐦 𝐧𝐨𝐯𝐨 𝐜𝐨𝐦𝐞𝐜̧𝐨

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Morgan

   Desci e fui tomar café da manhã com todos, me despedi da tia Cindy e fui brincar com o Pietro.
   Hoje o dia parece estar bonito, perfeito para piscina.

Constantine

  Depois do café, fui direto pro escritório, terminar com o trabalho que comecei. Mas também fiquei pensando. Matutando, na verdade.
     Eu enxergo a vida como uma taça de vinho, ao longo da vida ele vai enchendo, enchendo... E quando ele extrapola, você morre. A taça do meu pai está extrapolando a anos, mas ninguém nunca teve coragem de dizer: olha, já chegou a hora dele, né?
    Mas eu tenho a coragem, só preciso achá-lo, e eu vou, hoje. Vou acabar com ele hoje.
    Caleb está escondido a dias num apartamento chique no centro da cidade, ele acha que não sei, mas sei. Ou talvez queira que eu saiba, estou pouco me fudendo para isso.
  Avisei ao John que hoje ele deveria ficar em casa, Mor já está descansada e com saudade da cozinha dela, ela mesma quem disse isso. Eu disse a Íris que também deveria fazer isso, porque se tudo der errado, essa casa vai virar um inferno - mas claro, não vai dar errado.
  Agora, a única pessoa que precisa ser avisada, é Morgan. Com ela precisa ser pessoalmente, pedi para que não saísse e que se eu não voltasse para casa ela pegasse o passaporte e fosse o mais longe que consegue ir em um curto período de tempo.

- O que vai fazer? - Está me olhando, assustada - E eu tenho passaporte?

- Vou atrás do meu pai e tem.

- Vai atrás do Caleb!? - Arregalou os olhos, não sei se pelo passaporte ou pelo meu pai.

- Vou. Já deveria ter ido.

- E se você não voltar eu vou precisar fugir até a barra ficar limpa e todos nós já sabemos essa história.

- Exatamente isso.

- Tome cuidado então - Me abraçou.

- Vou tomar - Retrubui, foi um abraço apertado.

   Separamos o abraço depois de algum tempo, ela segurou meu rosto e me beijou. Foi rápido, algo como: volte para casa.
   Saímos juntos, mas ela não veio comigo, ficou na porta, dando tchau. Fui para o carro sozinho, sem motorista, sei o caminho e pretendo seguir só eu.
  Suspirei e coloquei o cinto, verifiquei se estava com tudo o que eu precisava antes de sair. Liguei o carro e saí rapidamente. O prédio fica no centro, distância suficiente para que eu pense no que fazer até lá.
   Pensei em todos os tipos de tortura possíveis, até deixar ele morrer sozinho. Só que nada parece ser suficiente ou útil, tudo parece tão... Pouco, muito pouco.
  Tomei alguns remédios para dor, e a vitamina que Íris sempre manda eu tomar. Não tive tanto tempo quanto pensei imaginar.
   Não demorei muito para chegar no prédio onde o Caleb está, sai do carro e ajeitei minha roupa.
   Comecei a caminhar para entrar, mas fui barrado por dois seguranças.

- Saiam, agora. - Olhei para eles, não precisei falar mais que isso.

   Voltei a entrar, passei direto pela recepção, indo até o elevador.
   Apertei o botão do último andar, na cobertura, ele está lá, eu sei que está. Não ia perder a chance se estar numa cobertura.
  Cantarolei uma música enquanto ia para lá, ainda cantava quando sai do elevador.
  Logo de cara, fui recebido com capangas vindo para cima de mim.
   Apenas saquei a arma no coldre e atirei neles, não matei, apenas deixei eles imóveis, tiros nas pernas. Suspirei, verificando o silenciador na ponta da arma, é novo, funciona como devido. A porta estava trancada, atirei nela duas vezes e empurrei com o pé.
  Entrei assobiando, olhando em volta, procurando o demônio que vim matar. Senti uma arma ser posta atrás da minha cabeça, sorri com isso.

Marriage of ConvenienceWhere stories live. Discover now