𝐔𝐦 𝐟𝐢𝐧𝐚𝐥 (𝐢𝐧)𝐟𝐞𝐥𝐢𝐳

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Morgan

- Se acha que tenho medo de você ou de suas ameaças, está enganado. - Falei em um tom alto, já estou sem paciência para esse canalha.

- Tire as roupas.

- Tirar as roupas? Ficou maluco de vez ou o que!?

- Falei que se desse um pio ia dormir sem nada - ele está me encarando, realmente sério.

    Se ele pensa que realmente vou fazer isso, ficou louco. E se pensa que está me intimidando, também está errado.

- Não vou fazer isso, pervertido de merda! - ele riu do que eu falei, mas não foi porque achou engraçado.

    Ele foi até mim e desfez o nó do roupão, não me deixou impedi-lo. Vai realmente me deixar nua?!

- Para com isso! - tentei refazer o nó do roupão, claro que a tentativa foi em vão. Conseguiu tirar uma das mangas e continuou puxando o tecido, eu rodei na cama, quando dei por mim, o roupão já estava fora do meu corpo, amassado no chão - Seu idiota! Sabe como eu te odeio!? Eu quero que um caminhão passe por cima de você! - me sentei na cama e puxei a coberta para me cobrir. Por mais que eu me ache bonita na frente do espelho, devo parecer uma garotinha comparada as garotas que ele já dormiu.

- Satisfeita!? - o imbecil deitou na cama, falando algo indecifrável para si mesmo.

- Juro que vou pôr veneno no seu café ou em qualquer outra coisa que você for comer ou beber!

- Se eu tiver sorte, vou beber!

- Canalha! - peguei meu roupão no chão, só estiquei o meu corpo para fora da cama e peguei ele no chão.

    Constantine voltou a falar sozinho, coisas como, "Maledetto Caleb! Preferirei mille frustate, camminare nel deserto, persino un colpo di pistola!" Ou "Mandatemi in un ospedale psichiatrico, vi ringrazio.", "Dio, pago le tasse, confesso i miei peccati, quindi perché l'inferno?". Por que esse homem não fala normalmente?! Ele ainda gesticula!

- Tem como parar com isso?! Está me dando dor de cabeça ter que ficar vendo você ir de um lado para o outro, cacete!

- Feche os olhos!

- Aí não vou saber se está falando comigo! - joguei um travesseiro nele, eu poderia asfixia-lo com esse travesseiro, se eu pudesse matar esse homem, já estaria na cadeia.

- Direciono as minhas palavras as paredes, mas não a você - ele segurou e jogou de volta.

- Canalha! - seguro o travesseiro para não bater na minha cara.

    Quem esse cara pensa que é?! Só porque é rico, acha que pode mandar em tudo e todos? É mimado a ponto de não saber como o mundo funciona fora da casinha dele? Conseguiu me deixar irritada!

Constantine

    Minha cabeça está latejando como se milhares de pedras estivessem desabando dentro dela. Morgan é mais insuportável do que haviam me dito.
    Aceitar o casamento não foi uma escolha, era sim ou sim, precisava abafar burburinhos recentes e evitar os novos, confiei na escolha do meu pai - não sei porque, tudo que ele trama é com a intenção de me desbancar e me enlouquecer como adendo.

- Se for continuar bebendo, faça isso em outro lugar - Morgan falou e logo em seguida deitou na cama pronta para dormir, já não me suporta mais também.

    Levantei, não para beber, mas sim para pegar remédio. Fui até o banheiro e peguei qualquer um que servisse na cesta, ficar bêbado agora perdeu totalmente a graça. Nem álcool me traria a paz que preciso agora.
    Assim que tomei o remédio - sem água - fui para a sacada do quarto. O vento estava gelado, num clima ameno e o mais importante de tudo, silêncio. Já não estava mais escutando um pio daquela garota, acho que minhas preces foram ouvidas, não importa qual tenha sido o deus ou entidade que resolveu atendê-la.

Marriage of ConvenienceWhere stories live. Discover now