𝐂𝐢𝐮́𝐦𝐞𝐬?

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Morgan

     Beijei a bochecha da Íris de novo e sai correndo até a porta, esbarrei no Constantine sem querer, mas ignorei e sai para ir até o carro. Entrei nele animada, acho que até o ruivo que dirige todo dia para a gente, está estranhando. Saímos quando Constantine entrou no carro, estava sério, calado e me encarando. Estou olhando o caminho e torcendo para estarmos chegando, também olhei meu celular algumas vezes para ver se tem novas mensagens. Senti olhares de canto, com as sobrancelhas arqueadas, meu acompanhante de viagem não suporta me ver feliz sem saber o motivo. Deve estar se corroendo porque não falei nada sobre ontem.

- Está bem? Não vi que horas chegou ontem - Decidi puxar assunto antes que me matasse só com o olhar, às vezes ele me intimida de uma forma horrenda.

- Cheguei agora de manhã - fechou os olhos e encostou no banco do carro.

- Não seria melhor ficar em casa para descansar? Pode voltar quando me deixarem na escola.

- Não.

- Certo, então fique igual um morto vivo no colégio.

     Chegamos no colégio no mesmo horário de sempre, fui a primeira a sair do carro, estava tão animada que quase esqueci minha mochila, o mais importante. Sai andando em direção a entrada do colégio, ignorando todos como sempre faço.
     Tinha marcado com o Oliver de nos vermos na sala de aula, assim que o sinal batesse e todos fossem pras suas salas. E foi o que nós fizemos, me sentei no mesmo lugar de sempre, mas coloquei a mochila na carteira do meu lado, para reservar o lugar dele. Espero que Constantine não ache que seja para ele.
     Quando todos entraram, ele foi para o outro lado da sala, bem longe de mim e dos que gostam de cochichar a vida alheia. Agradeci por isso, a professora demorou 10 minutos para entrar na sala e quando entrou, foi acompanhada de um garoto cuja aparência não seja lá essas coisas. Tem a pele morena e o cabelo quase chega no preto, igual os olhos, sua altura é bem impressionante para um adolescente de 17 anos.
     A professora deu bom dia para os alunos e explicou sobre o Oliver, então ela disse que ele poderia se sentar onde quisesse. Apontei para a cadeira onde coloquei minha mochila, voltei a sorrir como estava sorrindo em casa.
    Constantine avaliou Oliver desde o momento que entrou na sala, da cabeça aos pés, parecia tentar ler seus pensamentos. Seguiu seus passos até sentar do meu lado, só então mudou a direção do olhar, mantendo pequenas encaradas de canto de olho.
     Enquanto ele fazia isso, eu falava de um jeito animado com Oliver, faz tempo que não o vejo. Terminamos quando meu pai disse sobre o casamento, antes de completarmos 7 meses de namoro. Foi o meu primeiro namoro onde a pessoa realmente me entendeu.
     Oliver parou de conversar quando a professora começou a dar aula, ele me ajudou com o que ela estava falando. A professora falava e ele repetia para mim, também copiava algumas coisas que eu não conseguia entender ou que eram muito importantes. Posso dizer que o Constantine ter se transferido de sala, foi atoa nesse momento.
     Posso dizer que o meu ex-namorado está ajudando mais que meu marido, por mais que seja um casamento de fachada. Tanto que sequer reparei quando ele saiu da sala e não voltou mais.
Quando as aulas do dia acabaram e liberaram a gente, me levantei e esperei todos saírem primeiro, Oliver ficou comigo. No caminho do carro nós fomos conversando, bati de leve no vidro da janela do banco da frente do carro, esperando que o motorista abrisse ele.

- Sim? - Ele disse depois que abriu.

- Podemos dar carona para ele? - Apontei pro Oliver, ele ficou atrás de mim esperando pela resposta.

- Não, não podemos.

- O que? Por que não podemos? A rua da casa dele é caminho da nossa - Vou ir com ele, nem que eu precise ir a pé.

Marriage of ConvenienceWhere stories live. Discover now